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[Secção desabafos] O silêncio pode ter muitos contornos: de respeito, de indignação, de indiferença, de interesse. O silêncio, tal como tudo o que reveste o ser humano capacitado de razão, não é neutro. Se há momentos que se compreende a prudência, noutros, o silêncio de cariz político para “não se molhar” ou manter um posto simplesmente pelo poder, revela a total desumanidade e capacidade de liderança num Estado dito de Direito (e de Deveres). O dever de um governante é de ser responsável por aqueles que governa e quando se entra em total desgoverno, mostrando insensibilidade pela morte de mais de 100 pessoas por motivos de incapacidade política diante das tragédias, então é altura de se repensar essa mesma liderança. Cada vez mais perde-se a força do simbólico no melhor dos sentidos. Perde-se a noção da importância das declarações de quem nos governa que, mesmo sendo na agitação do momento, não se compreendem. Nem um simples pedido de desculpa ainda surgiu por parte do poder político. Todos são responsáveis. É muito grave! A política que se perde no poder pelo poder deixa de ser política. A política, no seu sentido mais profundo, importa-se pelos seus cidadão, pela sua “polis”. É triste continuarmos há anos em desgoverno. As ideologias políticas podem ser diferentes, mas, diante da morte, todos os sinos tocam também por cada um de nós. A morte de pessoas, de bens, de florestas, da dignidade política, significa morte de humanidade. É grande o luto em Portugal.
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