Tony Burns
“P. Paulo, sinto-me lixo por tudo o que fiz.” Recordei esta expressão, dita por alguém que viveu um caminho de conversão, ao rezar os textos do dia de hoje. A sua vida foi marcada por muitas atitudes e comportamentos deploráveis. O processo de conversão começou quando deparou-se com a doença mortal. Passou pela revolta e negação até perceber que não teria muito mais tempo de vida. “Quer viver em amargura até ao momento da passagem? Ou permite-se amar-se apesar de tudo?” Estas conversas nunca são fáceis. Entre afirmar a realidade e ajudar a vivê-la com serenidade são horas de respeito. O livro de Ben-Sirá recorda-nos hoje que podemos viver amargados e amargurados com a podridão das nossas faltas para connosco próprios e para com os outros. Se faço mal, eu sou o primeiro visado. O mesmo livro recorda o fim da vida como momento em que nos confrontamos com a nossa realidade, exortando-nos a sair do ódio. Podemos ter feito do pior, mas Deus está pronto a perdoar e a dar uma nova oportunidade em mostrar-nos que das suas mãos criativas nunca sai lixo, mas beleza. “P. Paulo, apesar das dores horríveis, sinto como nunca senti a paz do perdão.”
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