[Secção entre pensamentos soltos e outros tons] A poesia, falando de oração, tem-se tornado constituinte do meu modo de olhar a vida, o mundo, o ser humano. Fico sempre naquele limbo do inexplicável, que por vezes o silêncio é a melhor resposta. No entanto, deslumbra-me saber que as palavras dão corpo a esse silêncio apenas compreendido por quem sabe parar no caminho e contempla os nadas de fora e o tudo das entranhas.
Levanta-se o pó,
humedecido com lágrimas
felizes de paternidade.
Molda-se o coração em escuta
deixando crescer o tempo
de passagem do corvo
até ao ramo de oliveira.
Entrelaçam-se as mãos
de sim misterioso anunciado
em aroma de puro nardo.
E louvando o prémio, mais um justo e merecido, que Maria Teresa Horta ganhou, partilho igualmente um poema, do seu romance “Anunciações” que me faz tanto sentido:
Asas de Poesia
Olhou as suas asas de arcanjo
uma de luto
outra de dia
uma cruel
outra de perda
uma de negrume
outra de meio-dia
E quando Maria
entendeu as palavras
de crivo que lhe eram ditas
começou a criar a sua
identidade própria
a partir da poesia
Levanta-se o pó,
humedecido com lágrimas
felizes de paternidade.
Molda-se o coração em escuta
deixando crescer o tempo
de passagem do corvo
até ao ramo de oliveira.
Entrelaçam-se as mãos
de sim misterioso anunciado
em aroma de puro nardo.
E louvando o prémio, mais um justo e merecido, que Maria Teresa Horta ganhou, partilho igualmente um poema, do seu romance “Anunciações” que me faz tanto sentido:
Asas de Poesia
Olhou as suas asas de arcanjo
uma de luto
outra de dia
uma cruel
outra de perda
uma de negrume
outra de meio-dia
E quando Maria
entendeu as palavras
de crivo que lhe eram ditas
começou a criar a sua
identidade própria
a partir da poesia
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