Calin Strajescu
[Secção coisas de corpo] Por aqui e por ali vou encontrando cada vez mais pessoas com armaduras. Já não de ferro como em tempos idos, mas de alma. Gente endurecida, que vai perdendo a sensibilidade no que a rodeia. Somos seres de endo-esqueleto, sendo a pele a revestir-nos e a pôr em contacto com o exterior. Numa mistura entre força e fragilidade, a pele protege-nos de forma delicada. A suavidade do toque permite o arrepio, medindo temperaturas de clima e de alma. A flexibilidade contribui para a maleabilidade de pensamento. Corre-se mais riscos de dor, com cortes ou queimaduras, por não haver receio de amar. É mais fácil a armadura, no entanto, o peso vai aumentando, impedindo a ligeireza do movimento para a liberdade. No fundo, o profundo amor a si mesmo e ao próximo permite voar com os pés bem assentes no chão, de rosto luminoso e mãos dispostas a servir.
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