quarta-feira, 30 de março de 2016

Entrevista a Edgar Morin




Hamilton/Rea

Aproveitando estes dias de descanso, entre “olás”, mar e sol, ponho alguma leitura em dia. Tinha guardado esta grande entrevista a Edgar Morin, antropólogo, sociólogo e filósofo francês de 94 anos para ler com calma. Impressiona a lucidez com que analisa os terríveis acontecimentos da actualidade, dando ferramentas para pensar e repensar a realidade. Deixo três citações, das muitas boas possíveis: 

“O único antídoto real à tentação bárbara, seja individual ou colectiva, tem por nome humanismo. Este princípio fundamental deve estar enraizado, cravado, no fundo do ser, pois graças a ele reconhece-se a qualidade humana no outro, seja quem for, reconhece-se todo o outro como ser humano. Sem esse reconhecimento do outro, tão querido a Hegel, sem esse sentido do outro que Montaigne bem exprimiu afirmando ‘ver em todo o ser humano um compatriota’, somos todos potenciais bárbaros.” […] “A popularidade de Donald Trump demonstra que os Estados Unidos e o conjunto do mundo atravessam uma era de incríveis incertezas diante das quais os cidadãos estão desnorteados e desarmados.” […] “Somente uma tomada de consciência sobre o que somos e o que queremos ser pode permitir a mudança. Os textos do Papa Francisco são tanto inesperados como de uma luminosa ilustração. E, além do mais, (…) é por nos faltar a espiritualidade, a interioridade, a meditação, a reflexão e o pensamento, que deixamos de revolucionar as nossas consciências.” 


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