segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Trabalho de corpo




Naing Thu Soe


Cheguei há pouco de uns dias com os alunos do 12.º ano da ARTAVE (a escola profissional de música do complexo escolar onde trabalho). Esta manhã propus-lhes exercícios de corpo e de dança, onde se incluiria muito de trabalho de confiança e autenticidade, com eles próprios e com toda a turma. Mais uma vez, houve verdade. No princípio, surgiram os risos e os olhares que revelam a sensação de ridículo. No entanto, das muitas vezes que propus este tipo de trabalho de corpo, foi aquela em que senti a imensa entrega, de cada um e do conjunto, de forma mais rápida. Alguém, na partilha final de todo o exercício, usou mesmo a expressão de ter percepcionado momentos de limpidez. Houve momentos de gestos limpos, que levaram a olhares de agradecimento e de perdão entre eles. Isto de explorarmos o trabalho de corpo, em territórios desconhecidos, abre muito de nós. Apercebo-me do muito medo que há com o que o corpo pode potencializar e dar a conhecer de quem se é. São séculos de centralizar o conhecimento na cabeça, na “fria” razão, onde se encaminha para a formatação do próprio humano. Quando se habita o movimento, há muita novidade… junto com o despertar do que está abafado por tantos medos, inseguranças, vergonhas.

1 comentário:

  1. Anónimo12:58

    Os seus alunos são uns sortudos! :) continuação de bom trabalho!

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