segunda-feira, 20 de julho de 2015

Pastor e ovelha e pastor




Jawed Alan


Ontem, durante mais uma viagem e acompanhado pela noite, recordei os muitos encontros desde que cheguei, junto com boas conversas. Sobrevoava: quem é o ser humano? Talvez em tempo de “silly season” não apetece andar com estas questões mais filosóficas. No entanto, o tempo não pára e os acontecimentos, mais ou menos conhecidos, continuam a mover a humanidade. Pensei nisto de ser “bom pastor” (para onde encaminhavam as leituras deste domingo, ajudado pelas reflexões das homilias dos dois companheiros jesuítas que este fim-de-semana presidiram às suas Missas Novas). Não podemos ser bons pastores se não conhecermos a realidade das pessoas que nos rodeiam. Além das pessoas, também dos tempos, das culturas sociais e religiosas, que vão para além do meu “eu” fechado sobre si mesmo, em ideias ou modos de pensar. No fundo, mais uma vez o apelo à conversão pelo que esta ou aquela conversa ou história fazem ver de novo, em especial, a partir da misericórdia. O Francisco Campos, no sábado, recordava que somos pastores e ovelhas. O Francisco Martins, ontem, recordava-nos que o compadecer de Jesus é algo de entranhas, nesse movimento visceral, até mesmo uterino, que provoca vida. O bom pastor quer e compadece-se da vida das suas ovelhas, independentemente da sua cor, raça, sexo, crença, força ou fragilidade… sem esquecer, ou talvez por tomar cada vez mais consciência, que também é ovelha.

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