Steve Webb
Não me parece, de todo, que Jesus tivesse alguma obsessão. Ideologia? Muitíssimo menos. Primava, sim, pela liberdade. Nisso era radical, ou seja, além de ser plenamente livre, ía às raízes do que impedia a liberdade de encontro com o Pai e mostrava como as eliminar. Das grandes preocupações que tinha, muitas, para não dizer todas, relacionavam-se com a falta de amor ao próximo. É certo que nalguns momentos abordou, por exemplo, questões de temática mais sexual. No entanto, rapidamente “chutava o tema para canto”, de modo a ir ao essencial: a importância de cada ser humano na sua liberdade de encontro com o Pai. Diante dos muitos pios, que exteriormente eram imaculados no cumprimento da lei, foi duríssimo, recordando-lhes que punham as cargas pesadas nos ombros de outros e nunca nas deles. A sua morte, também resultado da condenação dos “imaculados” e que aparentemente foi uma grande derrota, revelou-se o momento em que abraçou todos os rejeitados, aqueles que hoje são vítimas, por exemplo, de escravidão, corrupção e abuso de poder. Esse abraço culmina com a ressurreição, que abre caminho à presença do Espírito… que sopra onde quer sempre com muita frescura, convidando não à condenação, mas à liberdade de encontro com o Pai.
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