sábado, 25 de abril de 2015

Liberdade



Xinhua/Reuters

[Secção outros tons - especial “Liberdade”] Esta música acompanha-me, hoje, em jeito de mantra. São dias, é certo, são dias, onde os pensamentos esvoaçam em “vento agreste” por imagens de rostos, acontecimentos de Mar e Parlamentos, escritos meio perdidos de corpo e de carne em relação com o outro, reconhecendo em mim tanto a liberdade e a falta dela, como a hipocrisia social. Afinal, sou alguém do aqui e do agora, com tudo o que implica. Dos meus braços gostava de que saísse o gesto nesse “não a ‘matar e morrer’”. Fico-me pelo que posso neste momento, nas palavras e no desejo de continuar em conversão no caminho desse ser livre a defender a vida, para além de raça, sexo, política ou religião. 



A Batalha

Música: Salgueiro/Marcelino/Torres/Lobato/Santos
Letra: Teresa Salgueiro

A luz da manhã
Revela, anuncia
Ó terra, a esperança não é vã
Renasce a cada dia
E o sonho é lugar
Da criação

Vem, longe, um vento agreste
Trazendo outra vontade sem regresso

Sob o céu cinzento, a terra seca
Como é seco o sangue que a manchou
Dos corpos que tombaram, resta o esquecimento
Naqueles cuja razão os ceifou

Em quem lhes deu a vida, a mágoa imensa
O gesto mudo, que já nada alcança,
É o vazio agora, a única presença, e para sempre
Do calor do abraço, uma lembrança

Eu posso dizer não
A “matar ou morrer”
A minha direcção é ser
Tenho a minha vontade
Exerço a liberdade
Bastaria começar
E cada um seria mais um
A defender a vida

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