Nicolau Pinto Coelho
Tocaste suavemente à porta.
“Entra” respondi.
Indicas a janela.
Cheguei a tempo
de receber o presente,
que nunca será meu.
Iluminou-se
a sombra de mim.
Tu nunca serás meu,
mas nosso, sem
morada ou templo.
Com a mesma suavidade
saíste,
sem bater a porta.
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