sábado, 11 de outubro de 2014

Família(s)



Simon Kwan


As pessoas não devem ser formatadas, tal como as famílias não o devem ser. Tenho ouvido por estes lados franceses o grande louvor à “família tradicional”. As imagens pictóricas representativas mostram alegres casais com um filho e uma filha. Claro, se houver mais filhos e mais filhas, melhor. Sou daqueles que gostaria de ter muitos irmãos, mas, por várias questões da vida, sou filho único. Por isso, segundo o “tradicional”, em parte não encaixo no esquema. Vá, tenho as minhas manas, Suzanne e Letinha, muito especiais, sim, tal como muitos irmãos jesuítas. Mas, o que me faz confusão é a apologia do perfeito, também nas famílias… onde, se há, felizmente, muitos casais que vivem profundamente o Amor, também  há muitos outros que vivem sob pressão de violência (e não é só entre os “pobres”), tal como outros ainda que, por exemplo, em nome do status mantém a fachada da “família feliz”. É por isso que este Sínodo faz muito sentido: falar, sem problemas e sem idealismos de perfeição, da realidade complexa, na grandeza e na dificuldade, que é a família, para que se possa ajudar no concreto.

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