Há 17 anos, no dia 22 de setembro de 1997, com 17 anos, levantei-me cedinho, bem cedinho, para ir a Faro. Um dia de muita emoção e agitação, nervos, com ansiedade de “a vida vai mudar”: a universidade, entrar na medicina veterinária que tanto queria e sonhava desde criança. Até teria a ajuda de Deus, com a rosa colocada em cada sábado na capela do Santíssimo. O dedo corria a lista, deslizava pelos “Paulos”, até chegar ao nome certo. Encontrei-o. [Silêncio] “Não colocado”! O dedo fico parado, começando a ecoar em mim o vazio, os ombros a abater, a cabeça a baixar. Regressei a casa fechei-me no quarto, deitei-me na escuridão sentindo-me a nulidade em pessoa. Os meus pais abraçaram-me, também a Suzanne e, cada um ao seu jeito, disse-me: “És mais que uma entrada na Universidade!” Nessa tarde, no sítio onde cada rosa era depositada em cada sábado, agradeci a Deus a vida. Sem saber o misterioso caminho que ainda iria percorrer. Hoje, 17 anos depois, sorrio e agradeço a Deus as frustrações, ter vivido esse vazio de mim, o conhecer a tristeza e a capacidade de não ter ficado aí preso. Há 17 anos, levantei-me bem cedinho para ir a Faro, com a ansiedade de “a vida vai mudar”… e, inesperadamente, mudou.
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Caramba, isso marcou-te mesmo. Até fixaste a data! Incrível, as voltas que a vida dá!
ResponderEliminarAh, pois é... o que me marcou e as voltas da vida! ;)
EliminarDesde que soube que o meu bisavô perdeu o Titanic por meia hora....
ResponderEliminar[Suspiro]....
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