Erin Smith
[Coisas do quotidiano em Paris, mas que poderia ser em tantas outras partes do mundo] Desta vez não tirei foto, como há tempos com os sapatos. Havia que proteger a identidade de alguém que protegia o sentir. Talvez não se possa dizer protecção, será mais mascarar. Ao longo da viagem, de uma estação para outra, ia tirando selfies, com sorrisos tão bonitos… que logo caiam. Numa das vezes até encheu as bochechas de ar. Foi apenas naquele segundo para a foto. Rapidamente voltou ao semblante transformado em solidão. Assim ficou, mais um pouco, com olhar de fundo. Emocionou-se. Lá teria as suas coisas. Saiu na estação seguinte. Continuei em viagem: agradeci a sua vida… e pensei nas vezes que me enganei a mim mesmo com sorrisos, em tempos que apetecia chorar. Recordei a liberdade e leveza que senti quando comecei a viver a riqueza da autenticidade.
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