Boryana Katsarova
Quando vivia em Lisboa, dos sítios que mais gostava de entrar era na FNAC ou na Bertrand. Folheava os livros, lia duas ou três linhas e era como se tivesse lido tudo. Sentia-me orgulhoso. Afinal, era culto e lia muitos livros. Na verdade, o interesse não era a leitura. Era provar(-me) inteligência. Vivia a sensação de inferioridade. As cicatrizes relembravam o empurrão e o grito: “menina, tu não és, nem serás nada!” Aprendi a sobreviver a partir dos afectos. Os meus pais insistiam comigo em ser simpático e educado. Davam-me abraços. Ao seu modo, tal como hoje, ajudavam-me no que podiam. Já passaram 3 anos desde que reli com novo olhar a passagem em S. João: “Como pode alguém nascer de novo?” Sim, é possível nascer de novo. Do sobreviver ao viver. A fazer novas leituras, de palavras e tempos. Desde o “querer” no primeiro passo, depois a pedir ajuda e a seguir deixar-se ajudar. Gosto de livrarias, mas cada vez mais gosto de entrar onde converto o coração e o modo de pensar: seja em livros, seja em histórias pessoais… onde as palavras têm corpo e conduzem à humanidade.
Ao ler o post o primeiro dos cinco sentidos a impor-se foi o olfacto.
ResponderEliminarAdoro o cheiro do livro novo.
É uma frase batida mas também considero que "o livro é um amigo" é cultura e conhecimento
Com eles se viaja, com eles se conhece a história...
E como cristãos, temos o "Livro" que nos dá a conhecer Aquele que por nós deu a vida, que nos ama e que connosco faz caminho, assim O deixemos fazer parte da nossa vida.
Um pequeno grande senão, são dispendiosos :))