(Versión en español en los comentarios)
Sabes o que gostava?
Abrir os braços e lançar-me ao vento.
Mas tenho de ficar em casa. Não por uma obrigação externa ou internamente imposta. Tenho, mesmo que os ventos me chamem para voos incessantes. Sobretudo aqueles que me levam a sair de casa. Agora não posso. Foi aberta, finalmente entrei nela. Demorei a abrir as janelas. Tinha medo do pó, das imensas teias de aranhas que o tempo foi tecendo. Estava, bem ainda está tudo no mesmo sítio. Os livros, as molduras, os registos da memória física e emocional, daqueles momentos já idos, contudo tão presentes. Ainda não acendi qualquer luz. Prefiro que da janela venha a natural iluminação dos passos vividos, sentidos, sofridos, reveladores de sorrisos que guardavam lágrimas e de lágrimas que guardavam as palavras que ficaram por dizer. Vem a brisa. Mexo e remexo, já sem o absoluto medo que pode impedir de entrar ainda mais fundo nesta casa pequena, minimalista e muito acolhedora. Há brisas e há vendavais. O pó levanta-se. Apetece fechá-la e impedir que esse mesmo pó entre em mim. Não! As janelas estão abertas. Depois de muralhas derrubadas, barrocos que compunham uma falsidade como forma de dizer “sou” sem o ser. Não interessa. As portas abriram-se de par em par. Por isso, tenho de ficar em casa, mesmo que gostasse de voar. Agora é o tempo de (re)conhecer. E assim, mais gostar, sentir, crer.
"A cada um a sua morada singular..."
ResponderEliminarE nessa morada conhecer cada canto, dar-lhe uma outra vida e assim deixar entrar quem traz o fresco da manhã ou a penumbra do anoitecer, partilhando um chá... vendo o mar.
ResponderEliminar"de mãos dadas"
ResponderEliminarBelíssimo texto, bem acompanhado por video.
ResponderEliminarPor vezes há um tempo de recolhimento, para melhor se abrir ao mundo depois. Uma morada pode ser abrigo e prolongamento de cada um.
Obrigada pela visita ao "Alegrias e Alergias", outro dia , Paulo.
Respondi por lá, anexei este belo blog à minha lista, depois de o visitar, mas ainda não tivera tempo para aqui comentar com calma.
Abraço :)
Margarida,
ResponderEliminarMuito obrigado! Que simpatia! :)
Sim, visitei, gostei e continuo a visitar. É sempre bom encontrar espaços onde se pode estar, saborear, rir (ou até chorar), e trocar impressões. O mundo amplo, diverso, torna-se uma comunidade. :)
Tenho estado mais ocupado com os estudos e outros afazeres e acabo por não ter tempo para ir escrevendo por aqui. A ver se ponho "mãos à obra". :)
Sinta-se sempre bem-vinda!
Um Abraço!
¿Sabes lo que me gustaría?
ResponderEliminarAbrir los brazos y lanzarme al viento.
Pero tengo que quedarme en casa. No por una obligación externa o internamente impuesta. Tengo, mismo que los vientos me llamen para vuelos incesantes. Sobre todo aquellos que me llevan a salir de casa. Ahora no puedo. Fue abierta, finalmente entré en ella. He demorado a abrir las ventanas. Tenía miedo del polvo, de las inmensas telas de araña que el tiempo ha ido tejiendo. Estaba, bueno, todavía está todo en el mismo lugar. Los libros, las fotos, los registros de la memoria física y emocional, de aquellos momentos ya idos, sin embargo tan presentes. Todavía no he encendido cualquier luz. Prefiero que de la ventana venga la natural iluminación de los pasos vividos, sentidos, sufridos y reveladores de sonrisas que han guardado lágrimas e de lágrimas que han guardado las palabras que se quedaron por decir. Viene la brisa. Muevo y remuevo, ya sin el absoluto miedo que puede impedir de entrar aún más hondo en esta casa pequeña, minimalista y muy acogedora. Hay brisas y vientos fuertes. El polvo levantase. Apetece cerrarla e impedir que ese mismo polvo entre en mi. ¡No! Las ventanas están abiertas. Después de murallas derribadas, barrocos que componían una falsedad como forma de decir “soy”, sin lo ser. No interesa. Las puertas se han abierto totalmente. Por eso, tengo que quedarme en casa. Mismo que me gustase de volar. Ahora, es el tiempo de (re)conocer. Y así, más gustar, sentir, creer.