Telefonou na passagem do ano, ainda vibrante a última badalada, explodia a animação das taças que se tocavam e o barulho das vozes não deixava ouvir quem chamava do outro lado. O mar estendia-se ao longe, brilhante e tranquilo, reflectindo impávido o fogo de artifício que subia aos céus uma e outra vez, num crescendo de emoção.
E a voz dele soou-lhe agreste, disparada como a seta afiada de uma acusação.
-Como podes estar aí a festejar? Como foste capaz de me deixar neste vazio insuportável? Quero dizer-te que oiço cada riso teu, que não me interessa onde estejas e com quem estejas porque eu vou estar aí, onde estiveres. Sou sempre eu, a teu lado, no lugar que é meu. Sempre, lembra-te disto. Sempre.
E desligou.
E a voz dele soou-lhe agreste, disparada como a seta afiada de uma acusação.
-Como podes estar aí a festejar? Como foste capaz de me deixar neste vazio insuportável? Quero dizer-te que oiço cada riso teu, que não me interessa onde estejas e com quem estejas porque eu vou estar aí, onde estiveres. Sou sempre eu, a teu lado, no lugar que é meu. Sempre, lembra-te disto. Sempre.
E desligou.
As gotas da chuva luminosa que explodia no céu pareceram de súbito as lágrimas que nunca, mas nunca mais, havia de chorar por ele.
Lindo texto. Muitooooooooooo bom. Parabens!
ResponderEliminarAbrir o computador de manha e ter um texto destes como presente é muito satisfatório.
Obrigado.
Obrigada Tiago pelo presente que me deu como retribuição... :)
ResponderEliminarEu é que tenho de agradecer.
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