quarta-feira, 16 de abril de 2008

"O espelho onde me vi crescer partiu"...



... título de uma coreografia que vi e revi...

Escrevi algo, como memória sentida, do que me ficou.


Espelho

Encontro pela noite, numa partilha (in)desejada, provocando confronto. Olhares entrecruzados, braços puxados para o centro na tentativa de alcançar...
...um doce...
que marca o tempo, as horas numa contagem acelerada. reviravolta na memória, no flashback até aos idos....

Mas o contacto acontece, dá-se talvez simulado, talvez separado... No entanto, a luta é vivida.
Eis que três se sincronizam na totalidade em movimentos que buscam todo o espaço. Tentativa de unificar o que será quebrado?

Solta-se a alma trocada. No reencontro, numa fusão permitida.

O tempo... Sempre presente, com gritos do (in)consciente, silêncio quebrado pelas reminiscências do passado... Marcado pela leveza do traje que revela a cor do sentimento. A força da luz que é apagada para na troca ser rapidamente acendida.
O escuro não faz parte. Há sempre luz ao fundo do túnel.

Quebra-se o espelho, quebra-se o que me oprime. A Vida surge e, ["memória, memória, memória" ecoa], é recordada...

Coreografia: Carlos Silva Intérpretes: Carlos Silva, Raquel Rua, Ricardo Machado Produção: movimento incriativo


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