terça-feira, 8 de abril de 2008

A Igreja e o Estado

A Opinião Pública de hoje, 8 de Abril de 2008 , da SIC Noticias, debateu as relações entre o Estado e a Igreja, em consequência das declarações do Bispo D. Jorge de Ortiga, em que acusa o Estado de ser “militantemente ateu”.
Mas vejamos bem as coisas. A Igreja perdeu algum direito ou alguma regalia? Não. Está hoje condicionada, de alguma forma, o direito à liberdade religiosa e de reunião religiosa, em especial ao que se refere à Igreja católica? Não.
De facto a Igreja Católica tem, hoje, menos poder no Estado, mas isso ou é por incompetência ou porque perdeu a guerra contra outras corporações, mais ou menos, obscuras. Agora o que não se pode é ver nos outros a causa dos seus males. Não se pode justificar o afastamento das pessoas a causas externas à Igreja quando as causas estão no seu seio.
A linha de pensamento da Igreja Católica está longe do pensamento maioritariamente marcado por uma matriz ocidental e liberal, que domina o nosso mundo. Em Portugal, tomemos como exemplo: o projecto de lei do PS que pretende facilitar o divórcio litigioso, a liberalização do aborto e, no futuro, o casamento e a adopção entre casais homossexuais.
Estes são alguns exemplos de uma linha de pensamento, que é maioritárian e que se afasta da matriz e da linha de pensamento da Igreja.
Mas é também um facto que termos uma Igreja Católica que não deixa de ser julgadora, pouco compreensível, pouco adaptada ao novo mundo e às novas formas de vida e de organização da sociedade. É a proibição do uso do preservativo, por exemplo.
Concluímos, portanto, que a causa do afastamento das pessoas da Igreja Católica não está nas pessoas, mas nela própria. Mas se a Igreja sente esse afastamento o que tem feito para se aproximar do seu rebanho? As pessoas conquistam-se na rua, falando com elas, ouvindo, compreendendo. E tudo isso ainda não vi a Igreja fazer.
Com medo que lhe abalem os alicerces a Igreja Católica, cada vez mais, se fecha dentro dos seus templos e espera que por milagre alguém peça para ser acolhido. Parece-me o princípio errado.

Porque a minha relação é com Deus dispenso a Igreja Católica como intermediária.

1 comentário:

  1. Anónimo18:36

    quem te viu e quem te ve. um excelente texto

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