terça-feira, 11 de março de 2008

Henrique Burnay* para O.Insecto (Edição Especial 3º Aniversário) IV

O meu neocolonialismo é melhor do que o teu velho colonialismo Num programa da RTPi, o Timor Contacto, mostra-se um grupinho de timorenses vestidos de rancho folclórico de algures em Portugal a dançar (que exagero, a fazer rodinhas e a abanar o pé) ao som de uma coisa que
deve ser um remix do zumba na caneca da Tonicha com nacos de Dino Meira e dona Rosa. Tudo muito elogiado. É a marca de Portugal no Mundo. Na véspera, um documentário na RTP sobre e guerra colonial no ultramar (gosto desta solução nominal) onde uns pretinhos indígenas a dançar o Vira mascarados de minhotos são exibidos como prova da perversidade da colonização portuguesa. A bem do politicamente correcto, devo presumir que os timorenses “dançam” felizes e por livre e espontânea vontade, enquanto os pretinhos eram obrigados. Deve ser isso.
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*Henrique Burnay é jornalista e consultor em assuntos europeus. Vive entre Bruxelas, Lisboa e Sabóia. Essencialmente, um grande amigo e o melhor.

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