quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Non ou a Vã Glória de Julgar

Há aí uma cerveja que assenta a publicidade no Orgulho Hetero fazendo-o com alguma piada e ironia. É claro, não passaria pela cabeça de alguma marca excluir um mercado, neste caso gay.
Leio agora no dn esta noticia extraordinária, do qual retiro "Ao instituir-se um dia mundial de luta contra a homofobia estar-se-ia, no fundo, a instituir um dia contra todos aqueles que pensam a sexualidade de modo distinto e, consequentemente, a colocá-los numa situação de discriminação" e ainda "seria, de alguma forma, atentar contra a liberdade de opinião".
O argumento é do mais inqualificável que possa existir. É como se o Mundo Ocidental se sentisse ofendido e marginalizado com a ajuda oferecida ao Terceiro Mundo. É como se o homem da Câmara Pereira tivesse neurónios a menos.
Não quero dizer que concorde com o tal dia. Não concordo. Seria mais um dia de são não sei quê. É irrelevante e nem considero sequer que seja uma conquista. Serei eu mesmo homofóbico? Não creio, tal como não creio em porta estandartes como forma de instituir tolerância perante um grupo temporalmente marginalizado por uma inteligência boçal Judaico-Cristã!

Racionalmente, se dividirmos a sociedade em camadas, na sua maioria, os nossos avós não irão aceitar o mundo gay, os nossos pais idem com raras excepções (muitos atravessaram o 25 de Abril e será preciso um pouco de vergonha na cara para gritar abaixo algumas desigualdades deixando outras fechadas na gaveta), os nossos irmãos, filhos... cabe-nos a nós educá-los nesta diferença que afinal é tão banal.
Parece-me que tal como o ambiente, o mundo vai bem encaminhado. Se desde crianças, na escola, lhes dissermos que XXvsXX ou XYvsXY é tão igual como XXvsXY, quem se irá opor?
Quem é que hoje não tem um amigo ou uma amiga gay? Porquê escondê-lo da miudagem? Continuamos a perpétuar a intolerência através dos guetos senão o fizermos.
Será assim uma vergonha tão grande, para nós mesmos continuar a esconder que sou amigo do Zé ou da Maria, e eles têm uma sexualidade diferente da minha? Pensaremos num possível contágio ou apenas confrontamos os nossos medos e receios perante a sexualidade deles?

Em conversa uma amiga diz "claro que sabe mas não quer ver, qual é a mãe que sonha com um filho gay?". Depois, até destrinçamos a "sentença" e concluimos, se é filho e gay... a mãe deve dar pulos de alegria porque não terá nunca qualquer femea a ameáça-la e ainda ganha mais um bebé... se é filha e gay, então ganha não uma mas duas filhas, pode apaparicá-las e vesti-las e projectar-se nelas. Claro que o fantasma da descendência e dos netos os amedronta. Mas aí meus caros, a solução é como num fundo financeiro, diversifiquem... tenham mais filhos e contribuam para o rejuvenescimento populacional.
A luta é de fora para dentro ou de dentro para fora? Lute-se pelo que faz sentido e não pela imagem. Sei que dá mais trabalho, penso também que o resultado é bastante melhor, sobretudo, mais saudável!

5 comentários:

  1. Como bem dizes, o homem da Câmara Pereira, deve ter neurónios a menos...

    (homem, propositadamente com letra minúscula)

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  2. Anónimo15:20

    Com tal slogan, se não lhe passa pela cabeça excluir o mercado gay, então não deve passar muito.

    O seu texto vale pelo último parágrafo, apenas.

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  3. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  5. Anónimo16:47

    E pelo título tbm
    (anónimo 15:20)

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