Perante o pôr-do-sol penso, como é fraca a aproximação a este espectáculo!? Os antigos receavam o momento, julgavam-no o último ante a escuridão final. Mas a representação... excepto tiradas pirosas que o representam, não recordo um nome que o tenha feito, tentado ou pelo menos exibido. Millet pintou momentos ligados à espiritualidade magnificos ao crespúsculo, Van Gogh nas searas fazia-o reflectir de forma belíssima, Michaelangelo usou-o como poder e sinal de manifestação dos céus, na pintura e na escultura... o Moisés qual fauno, não é mais do que a representação divina da luz, Richter como que amedrontado, rende-se aos momentos em que não está presente. Mas o Sol ou o pôr-do-sol, Rei, espectáculo magnifico, é impossível de retratar, porque "no ent(ret)anto move-se". Ontem foi mais um. Depois de assistir a feixes de luz a colorirem o céu enublado, o sol rompe com a barreira de nuvens e surge magnifico e magnânimo no horizonte, esfera em carne viva no meio do breu plúmbeo. E como se não bastasse, a seguir, com a noite, há uma tempestade de relâmpagos no mar. É por tudo isto que me mantenho perto do mar, a cidade não nos esmaga com tanto poder.
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