segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Chuva de estrelas!, chuva de saudades


Há uns anos houve a notícia de que ia haver uma chuva de estrelas e fomos todos para a serra mais próxima, instalámos uns cobertores no chão e esperámos pacientemente, de olhos no céu, a fazer desejos uns atrás dos outros sempre que uma estrela se despegava no céu. Chuva, chuva, não foi, antes umas gotas refrescantes, que valeram bem a noite divertida, a conversa, e a emoção do que nos esperava, a ouvir os relatos fantásticos do meu pai, lembrando o fenómeno de muitos anos antes, a justificar a espera ansiosa de nova chuvada! Será que agora vai haver mesmo? Que expressão tão poética, chuva de estrelas, até julgámos que era invenção dele para nos convencer a pasmar para os astros na noite de Verão!
Vou estar de olhos no céu, desta vez não vamos acampar ao relento, sem ele já não é o mesmo entusiasmo. Como gostava de poder acreditar que ele agora vê lá de cima as estrelas a soltarem-se, que lhes dá piparotes para as mandar cair, só para não nos ver o olhar desapontado. Gostava tanto de acreditar nisso que vou ficar a olhar para o céu, a ver se o vejo, entre a chuva da minha saudade...

3 comentários:

  1. Diz-se que saudade mata.Depois de ler a transcrição deste seu maravilhoso desejo, convenço-me que em lugar de matar, ela revitaliza a magia do poder de acreditar que só uns olhos de criança possuem.
    Quem sabe se as chuvas de estrelas, não são mesmo uma brincadeira daqueles que já partiram, para dar aos que deixaram um maravilhoso e encantatório festejo cosmico.
    Nada como manter vivos os sonhos de criança, não acha cara Moura?

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  2. :)

    Embora não possamos repetir as coisas boas passadas, temos as memórias que nos fazem sorrir e reinventar o passado.

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  3. A saudade não mata, alimenta os nossos olhos de criança e ajuda a manter as memórias do que é parte integrante de nós, como dizem estes encantadores comentários.
    A saudade dá luz à vida porque mantém vivos os que já morreram. O esquecimento é que mata.

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