quarta-feira, 18 de abril de 2007

Não me contes nada de ti,
Só quero que nos contes a nós,
O resultado dos nossos odores num só característico.
O que és de formas, a tua voz
Só a oiço, não a escuto. O que pensas que és não está comigo.
Porque o que me dás escondo. Abstraio-me e retiro o escondido.

Deixa-me receber-te como quem tem,
Uma paisagem à sua frente,
Contemplá-la no que é, sem histórias de quem por lá já passou.
Assim eu não penso noutras coisas, assim ninguém mente.
Estamos tu e eu, sem pensamentos por ai
Porque eu só quero pensar em ti.

Se me contasses o que te constitui,
Quando eu estivesse contigo,
Estaria a pensar se o teu pensamento,
Palmilhava nesse outro lembrar sentido,
Em vez de estares a pensar apenas em mim
E eu só quero pensar em ti.

de Tomás Rabaçal
(orgulhosamente meu sobrinho)


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