quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida

há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu...
como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado
por vezes uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém
e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta...
dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem
ao passar se espantasse com a minha solidão
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma
pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)
um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minhaporta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto fazs
empre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade
Al Berto

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