terça-feira, 30 de setembro de 2008
Conversa de café
Ele - Eu não namoro com raparigas com menos de dois apelidos.
macro para o micro
É a capa mais surpreendente do mês, pelo feitio de Paulo Bento e do touro Vukcevic. Reconciliação após o apoio massivo que Vuk recebeu em Alvalade. Ele baixou a bola e prepara-se para a fazer voar. É dos melhores jogadores que andam por aí... regresso em grande e no melhor momento, granda pé esquerdo!
Escutas Íntimas...
Se o que oiço é silêncio
Ou Deus
Escuto sem saber se estou ouvindo
O ressoar das planícies do vazio
Ou a consciência atenta
Que nos confins do universo
Me decifra e fita
Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco
Este poema tem, neste dia de hoje, para mim um sentido especial… Tive uma conversa que me tocou as entranhas, porque me fez libertar o que sinto da minha relação com Ele. Numa partilha franca e aberta, em conversa orante, com alguém que me conhece desde há muito tempo, deixei que de mim se soltasse o Seu sopro. Vou percebendo a minha Missão. Sim, ao que sou chamado… Mesmo correndo o risco de más interpretações ao escrever algo tão íntimo num post, num blog, publico porque quero tornar público, de todos… Não posso guardar o que sinto, porque não vem de mim, vem desta relação que vou estabelecendo com Ele.
No último post falava do vazio que senti, mas que me levou a uma (re)descoberta do Amor… Um vazio que dói e muito! No entanto, é uma dor regenerativa, como que seiva de luz vinda dos vales sagrados dos eternos tempos… É uma sensação estranha, mas… surge a forte sensação de O escutar… É estranho, mas tão bom. Como que se sentisse o envolvimento pelo infinito e que segreda… ESTOU AQUI! Ai, como sou feliz, meu Deus… Chamem-me louco, internem-me. Mas os meus olhos, a minha boca dirão sempre a profundidade da sensação de ser Amado e de conhecer o Amor… Mesmo na consciência do sofrimento que passarei, pelas incompreensões, sei que será sempre sofrimento para gerar Vida… Eu sei que sou louco ao escrever estas coisas por aqui, mas que fazer? Calar-me com pudores e vergonhas? Não posso calar… Nos meus últimos Exercícios Espirituais apercebi-me que um dos meus pecados é o silêncio… Silenciar-me por medos e vergonhas… Não faz sentido…
Porque ao silenciar-me posso impedir que alguém, nem que seja uma pessoa só, possa também descobrir ou, até mesmo redescobrir, um pouco deste sentimento que vivo… Porque não é só para um… É um sorriso aberto, um abraço dado e um beijo respirado, na fusão que acontece, quando em cada gesto coloco(amos) a solenidade pedida e o risco de quem vive o Amor diante do silêncio habitado… Creio que toco ao de leve no sentimento descrito por Paulo, o Santo… Creio que há já um bocadinho em mim que não vive, mas sim Ele a viver em mim… Obrigado!
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
É um daqueles momentos, em que todos os cinemas, de todo o mundo, deveriam passar em exclusivo um filme com ele. Escolhia A cat on a hot tin roof. É a Perfeição.
Workshop Expressão Dramática ou a Reconstrução do Ser
Espaço ACCCA
Edifício Interpress
Rua Luz Soriano, 67, 1º andar posterior
Bairro Alto 1200-246 Lisboa
«Abordar o Presente e lembrar o Passado para reconstruir o Futuro
provoca um misto de fascínio e estranheza.», Frederico Salvador
Sendo o corpo considerado um todo e sempre um todo, este workshop visa abordar o fenómeno do corpo em movimento através de metodologias e técnicas com vista à construção comunicante, sem nunca esquecer a vertente vocal e psíquica. Entre outros aspectos, o trabalho diário de continuidade e regularidade, tais como:
Desenvolvimento da Concentração e Confiança Consciencialização Corporal Eu e o Outro enquanto Indivíduo e Sociedade Articulação Espácio-temporal Noção de Postura e Alinhamento Correcção e Aperfeiçoamento do Andar Movimento Orgânico VS Movimento Mecânico Compreensão do processo de Comunicação psico-físico através da recepção e envio de mensagens corporais Exploração do Movimento à Improvisação Entrar, Estar e Sair de Cena – aplicabilidade ao quotidiano Jogos e Dramaturgias do Movimento Memória Sensorial e Memória Visual Jogos de Contraste O Aparelho Fonador, Como é e como Funciona Colocação de Voz – Exploração de Modelação e Entoações Vocais O Texto e o Discurso O Corpo e o Texto - Discurso aplicados ao dia-a-dia.
PÚBLICO-ALVO Todos os interessados com idade mínima de 18 anos. Pessoas curiosas, interessadas em desenvolverem a formação, profissionais do espectáculo, ou qualquer outra área.
LIMITE MÍNIMO E MÁXIMO DE PARTICIPANTES Mínimo 10 participantes Máximo 20 participantes
INVESTIMENTO DA FORMAÇÃOA formação terá um valor total de 320 euros
HIPÓTESES DE PAGAMENTO
Pronto pagamento: 300 euros
Prestação mensal: 80 euros
T: 91 441 52 28 96 373 06 11
E: recser@iol.pt
B: http://workshopreconstrucaodoser.blogspot.com/
Quero-te
I want you dos Beatles
I want you do Bob Dylan * Granda falha, não há xutos! Falta esta, vou ter de abrir conta no tube mágico e completar o triangulo. Já dava era umas ideias para o losango do PBento...
domingo, 28 de setembro de 2008
Dois a zero
sábado, 27 de setembro de 2008
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Deus - no mundo real!
Dos tais três posts que escreveria, deixei este para o último… Mais do que uma reflexão é uma partilha...
Clarice Lispector
Nesta nova fase da minha vida estou a (re)descobrir algo que sempre desejei, nesta busca do mais que me caracteriza… (Re)descubro a minha relação com Deus! Repito-me, talvez, mas deixo que se funda em mim a universalidade que desejo alcançar. Sou rico em desejos, como tal não me conformo a uma resignação a este mundo real que se deixa seduzir por uma diluição do sentido, chegando ao sem sentido, evitando ou anulando a todo o custo a realidade Divina…
Há dias espreitei a dureza do vazio interior… Creio que vivi a sensação deste sem sentido a que se pode chegar. Desde que sou jesuíta vou lendo a história dos santos e santas, as suas cartas, diários, pensamentos, textos, escritos e sempre pensava, como é que se pode ser arrebatado assim? O que é que leva a que ao mesmo tempo se encontre uma comunhão tão forte e logo de seguida se entre no abismo? E confirmo algo, em mim… A mediocridade é meio caminho para o sem sentido. De facto, viver nos limites da força do Amor, sem qualquer mediocridade, implica os riscos de dar tudo, mas também de perder tudo, com a única diferença de ser sempre com sentido. Claro que há imensas e eternas definições de Amor, mas falo é daquele que pode implicar mesmo a morte. Mas que tem isto que ver com o mundo real? E Deus neste mundo real?
Andar sob o peso de pressupostos é duro e impede que nos abramos a novas realidades que, acredito, o próprio Deus nos quer mostrar. Ter lido, como comentei há tempos, o diário de Etty Hillesum, derrubou-me. Levou-me a que entrasse no tal vazio interior forte, curiosamente ao mesmo tempo sentir uma confirmação em não ter medo de amar. De alguma forma reconheci-me na vida daquela mulher, nos seus sentimentos para com a (V)vida! Daí sentir que nos dias de hoje faz falta agarrarmos o sentido de dar, mesmo correndo riscos… Até de morte! Viver a "vidinha" quotidiana impede a descoberta funda de cada humano. Estamos subjugados a intrigas, lobbies, interesses, roubos, fraudes, mortes, ganância, vontade de poder desmesurado, perversidade, muita perversidade… Ao que pergunto: para quê? Para satisfação pessoal de alguns? De facto, a "vidinha" não pode ser resumida a interesses mesquinhos e fugazes, não. Também não pode ser resumida ao fechamento que leva à solidão.
Sinceramente, mesmo que a vida, por vezes possa parecer uma m…, há uma beleza imensa que brota do fundo da alma, com um sentido imenso que leva, por um lado, a relativizar, por outro, a deixar que a visão se abra e veja coisas novas… que ainda não têm nome. E não me canso de dizer: Deus, Deus é muito mais do que se possa pensar…
Uma raridade recebida por e-mail
E porque é sexta feira...
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Porque faz sentido no dia de hoje...
["Amizade" de Guilherme Sanches, in: olhares.com]
Casamento Homossexual
Lendo os outros
Rara
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
E isto quer, exactamente, dizer o quê?
in LUX, 1 de Setembro de 2008, frase de capa
Há derby lisboeta este sábado, o Sporting vai à luz...
Sinais dos tempos! Outro sinal, está escrito no céu... "...tudo isso pode atingir os portugueses. Quase de certeza que vai atingir os portugueses" ... há uns tempos já.
Mare Tranquillitatis
terça-feira, 23 de setembro de 2008
A caminho das estrelas?
Ana Free - It's time
Antipressivos para um país deprimido, ansioso e apático
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Kripton
domingo, 21 de setembro de 2008
Back to the track, 2-0 sobre o Belenenses
sábado, 20 de setembro de 2008
Sobre o Iraque
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
É bom que nos adaptemos e protejamos a lingua, a sanidade social dos adolescentes (a web é só mais um meio para o conhecimento), etc... e entrar na mesma onda. É uma escrita inteligente ao contrário do que se possa pensar de início.
E porque é sexta-feira...
(Expensive Soul)
Vemos coisas que não vemos
Consumimos demais, o que é que tem?
Preocupamo-nos com outros
E esses outros somos nós também
Queremos sempre o que não temos
Espiritualidade gasta em vão
Não podemos ser pequenos
Nascemos todos da mesma razão
Vamos é curtir
Esta vida boa é feita pra sentir
Hoje vou tirar o dia para tar na paz
Vou onde o sol brilha tava a ver que nunca mais
Vamos é brindar
Esta noite é nossa, só temos que festejar
Pôr de lado tudo aquilo que nos faz mal
E amanhã será igual
Idealizamos o que vemos
O que realmente somos eu não sei
Devemos todos falar menos, oh
Comunicamos sem sabermos bem
Sentimento
Vem de dentro
Não há hora certa, não
E o momento
Mais intenso
É quando tu me deres a mão
Vou embora
Fazer história
Porque eu também brilho
Sem demora
É agora
Vou levar-te comigo
Vamos é curtir
Esta vida boa é feita pra sentir
Hoje vou tirar o dia para tar na paz
Vou onde o sol brilha tava a ver que nunca mais
Vamos é brindar
Esta noite é nossa, só temos que festejar
Pôr de lado tudo aquilo que nos faz mal
E amanhã será igual
Quando o sol brilha
Quando o sol brilha
Quando o sol brilha
Onde tudo nasce
Quando o sol brilha
Quando o sol brilha
Quando o sol brilha
Onde tudo nasce
Meu caro ouvinte venho por este meio comunicar
Que não vale a pena se irritar
A vida é umas férias que a morte nos dá
Hoje tamos aqui, amanhã sabemos lá
Chega de stressar, chega de ouvir o patrão
Vamos é chilar, hoje é noite de verão
Com este calor abrasador ninguém nos pára
Não fiques com essa cara
Aqui agora é tudo bom
Por favor DJ aumenta mais um pouco esse som
I say hey, hey
Já sabes como é que é
I say hey, hey
Muda o rumo da maré
I say hey, hey
Vem praqui pra sermos bué
I say hey, hey
Manda vir mais um café
Manda vir, yo, manda, manda vir (hooo)
Manda vir, yo, manda, manda vir
Manda vir, yo, manda, manda vir (hooo)
Manda vir, yo, manda, manda vir
Vamos é curtir
Esta vida boa é feita pra sentir
Hoje vou tirar o dia para tar na paz
Vou onde o sol brilha tava a ver que nunca mais
Vamos é brindar
Esta noite é nossa, só temos que festejar
Pôr de lado tudo aquilo que nos faz mal
E amanhã será igual
Yeeey
Quando o sol brilha
Quando o sol brilha
Quando o sol brilha
Onde tudo nasce
Quando o sol brilha
Quando o sol brilha
Quando o sol brilha
Onde tudo nasce
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
A Ironia da Vida: Mário Soares – Presidente da Comissão para a Liberdade Religiosa
Depois de ler o “Lendo os outros III”, li o artigo de opinião de Mário Soares. E ressaltou-me o título que escolhi: Ironia da Vida. Não percebo como é que um presidente da Comissão para a Liberdade Religiosa pode escrever tal opinião. Rapidamente pode argumentar-se que cada um tem a opinião que quer. Ao que digo: sim, até certo ponto. Até certo ponto, porque dependendo da situação há o condicionamento da função, cargo, que se exerce. Como digo, não me choca nada que Mário Soares, em seu nome, estando desvinculado desta Comissão, apresentasse a sua opinião, mas exercendo o cargo que ocupa…
Pergunto: o que é ser mais culto e intelectualizado? Esta forma de categorização, como qualquer outra que leve a extremos, acho-a mesmo perigosa. Aplicar-se-á apenas àqueles que têm uma vasta formação académica, com muitos conhecimentos sobre algo específico ou, até mesmo, em várias áreas? É inegável que ter muitos conhecimentos permite o aumento de cultura e intelectualização, mas será a única condição? Outra questão, ainda: será que o ser humano será definido apenas pela sua dimensão intelectual, racional? Inegável também que é um dos aspectos que o permite distinguir dos outros animais. No entanto, também é perigosa a absolutização de apenas uma das dimensões do humano. E não tenho medo de reconhecer, enquanto crente, o perigo da absolutização do ser religioso, ou do não o ser. Resultado: fundamentalismos. Creio que Mário Soares, enquanto presidente desta Comissão deve saber – algo intelectual – estes pormenores, porque não são novos, nem originais.
É um facto que a Revolução Francesa, com os seus princípios de igualdade, fraternidade e liberdade, levou a que a laicidade se instituísse de forma quase radical, primeiramente em França, mas também por outros países da Europa. No entanto, isto não significa que, de repente, acabasse a crença, ou houvesse um esquecimento total do religioso. Lourdes confirma-o, por exemplo – mesmo havendo a possibilidade de se dizer que é apenas o “povo” que lá vai em busca do milagre – será?. Além disso, há grandes filósofos, teólogos, cientistas cultos, intelectualizados e crentes na história francesa. Recordo Paul Ricoeur (cristão de orientação calvinista), Joseph Moingt (cristão de orientação católica), Pierre Teilhard du Chardin (cristão de orientação católica), Emmanuel Lévinas (judeu).
Creio que é preciso cuidado quando se faz determinadas afirmações. Além do mais quando se tem responsabilidades acrescidas, perante o cargo que se ocupa…
Pro Americano Primário
CR Returns
Esta imagem é excelente, mostra a proximidade em Old Trafford, do público com os seus herois.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Educação - Aterragem como professor!
No 9º ano, já puxei um pouco mais. Comentei a importância de uma educação religiosa para a nossa vida, tendo em conta que muito da nossa cultura está inserida no religioso, independentemente de uma crença ou não. Além do mais, seria importante pensar que em muitos aspectos da informação, por exemplo, há uma ignorância estranha. Quando se lê, por exemplo, numa crónica “(…) ‘nem só de pão vive o homem’ como já o diz Paulo Coelho’ (…)”, é de arrepiar um bocadinho…
Tenho a sensação de que vou gostar muito de ser professor… Além do mais de educação religiosa. Houve um ou outro, do 9º, que comentou ser ateu com convicção. Dei-lhe o meu sorriso e respondi o normal: “não estou aqui para converter ninguém, apenas mostrar que a dimensão religiosa faz parte do humano, quer se queira, quer não”.
E eu, como me sinto? Por um lado uma vontade enorme, mas também, por outro, algum receio. Vontade por poder vir a ajudar a formar, mas receio de, sem querer, formatar. Não quero embarcar nos falsos respeitos, que, em nome de uma pseudo-tolerância, se dá a conhecer a religião de forma neutra e isenta, porque creio ser, no meu caso, impossível. Vou ensinar sobre a Bíblia, Antigo e Novo Testamentos, vou falar de Jesus, vou falar, inevitavelmente, da minha vida. Não acredito na plena neutralidade. Quero respeitar ao máximo a opinião dos alunos. Olhar para cada um com a sua história de vida, com a sua realidade pessoal. Afinal, não sou o detentor da verdade, posso ser de parte dela, mas não da verdade. Quero aplicar o que tenho maturado em mim: uma escuta atenta a cada um, na medida das minhas possibilidades.
Isto não fará de mim menos exigente. Recordo os melhores professores que tive e todos foram de uma grande exigência. Aprendi muito com eles e é isso que quero: que os meus alunos aprendam sobre as temáticas apresentadas, mas acima de tudo, os valores de responsabilidade, respeito, sentido de vida, encontro consigo e com os outros e que não sejam medíocres… Vai ser engraçado…
Próximos posts...
Gostava de incluir muita coisa, mas vou escrever por partes. Os próximos posts:
“Educação – a aterragem como professor!”
“A Ironia da Vida – Mário Soares – Presidente da Comissão para a Liberdade Religiosa”
“Deus – no mundo real”
Avanço-me nas escritas…
Até já!
Dani Silva - o brasuca maravilha
Puyol, Iniesta e Xavi - 3 dos melhores da squadra campeã europeia
Eto´o e Thierry Henry - 2 magos várias vezes nomeados para melhor do mundo
Messi - a par de CR, o melhor do mundo
fora os outros...
Só um pouco tendencioso
O Eto´o viu?
Alguém reclamou?
O Barcelona reclamou?
Parece que um senhor que andava por lá de apito na boca, viu!
Não desculpa, mas arrumou com a eliminatória.
Viva Ronaldo
Ficção Cientifica
FELIZMENTE...
Em todo o caso, os juízos quanto a Bush estão a mudar, tal como aconteceu com Reagan, que a esquerda também não se cansou de ridicularizar. Uma revista equilibrada como a Prospect, no seu número de Agosto, já inclui um artigo de Edward Luttwak, em que se pergunta se Bush não teria afinal razão em vários aspectos principais do seu mandato e, muito em especial, na luta sem quartel que desarticulou o "global jihadism" terrorista depois do 11 de Setembro, bem como na desnuclearização (Líbia, Síria, Coreia do Norte), na posição de firmeza relativa ao Irão (lá onde a Europa falhou completamente), e até na evolução das relações económicas dos Estados Unidos com a China e a Índia.
De resto, a economia dos Estados Unidos não tem vindo a portar-se assim tão mal apesar da crise do subprime: crescimento médio anual de 2,2% entre 2001 e 2007, expansão económica da ordem dos 19%, desemprego da ordem dos 4,7% (na Zona Euro, foi de 8,3% no mesmo período). Para um estudo Gallup, só 9% dos americanos estão descontentes e receosos de perder o emprego; para outra sondagem (Harris Interactive), 94% dos americanos estão satisfeitos com a vida que têm (estes e outros números são apresentados por Nicolas Lecaussin no Figaro de 11.9.08).
O argumento de que a maioria dos europeus prefere Obama a McCain não tem qualquer peso eleitoral, só mostra a parvoíce dos europeus e como acaba por ser eficaz a diabolização que a esquerda se encarrega de promover desde que se trate dos Estados Unidos e dos republicanos, enquanto se vai babando, extasiada, de socialismo prospectivo.
Obama como símbolo de ultrapassagem da questão racial não interessa nada. A questão está resolvida nos Estados Unidos e os grandes marcos dessa tradição até são republicanos. Como Yves Roucaute recordava há duas semanas (Figaro, 4.9.08), o partido republicano foi criado por Abraham Lincoln contra o partido democrata esclavagista; o voto aos negros foi dado pelo republicano Ulisses Grant em 1870, e não pelo democrata que o antecedeu, Andrew Johnson; o partido democrata só começou a aceitar a igualdade de direitos em 1961; a primeira nomeação de afro-americanos para cargos como o de chefe de Estado-maior e o de secretário de Estado foi feita pelo republicano George W. Bush.
Mas deve perguntar-se o que é que pode significar para a Europa a eleição de Obama. Ele acabará com os benefícios fiscais para as empresas que criem emprego fora dos Estados Unidos, isto é, bloqueará as deslocalizações americanas para a Europa e a Ásia, e procurará repatriar o investimento americano no estrangeiro. Reforçará as barreiras aduaneiras. Defenderá o proteccionismo e a guerra económica. Quererá renegociar as condições de existência da NAFTA, impedir a entrada nos Estados Unidos de produtos dos países emergentes e também dificultar a concorrência europeia.
Diferentemente, McCain, que fala de mercados estrangeiros abertos para os agricultores norte-americanos, defende esforços multilaterais, regionais e bilaterais que permitam reduzir as barreiras ao comércio e conseguir o cumprimento "fair" das regras de comércio global. Tudo isto vem ao encontro de interesses europeus numa mundialização a que nenhum país escapa.
Quanto ao Irão, ao Iraque, a Israel e outras questões da mesma natureza, Obama tem sido sucessivamente contraditório, não havendo uma ideia clara quanto às suas verdadeiras intenções... O ponto em que tem sido mais afirmativo respeita a uma retirada das tropas americanas do Iraque sem atender às consequências, matérias em que McCain defende soluções mais moduladas, mais realistas e mais sensatas.
A eleição de Obama poderá sair muito cara a uma Europa em crise múltipla, pateticamente destituída de qualquer capacidade militar digna desse nome e cronicamente dependente do parceiro americano para a segurança dos seus cidadãos e do seu território. Sabe-o a esquerda, e por isso exulta. Sabe-o a direita, mas só agora começa a dizer alguma coisa. Enfim, afigura-se que McCain vai ganhar. Felizmente.»
Vasco Graça Moura, in Diário de Notícias, 17 de Setembro de 2008
It stops
(A propósito de "Love Streams", de John Cassavetes)
Maria Callas "desapareceu" há 31 anos
Vissi d’arte, vissi d’amore,
non feci mai male ad anima viva!
Con man furtiva
quante miserie conobbi aiutai.
Sempre con fè sincera
la mia preghiera
ai santi tabernacoli salì.
Sempre con fè sincera
diedi fiori agl’altar.
Nell’ora del dolore
perchè, perchè, Signore,
perchè me ne rimuneri così?
Diedi gioielli della Madonna al manto,
e diedi il canto agli astri, al ciel,
che ne ridean più belli.
Nell’ora del dolor
perchè, perchè, Signor,
ah, perchè me ne rimuneri così?
I did no harm to any living soul!
With a secret hand
I aided all the misfortunates I knew.
Always with sincere faith
My prayer
Rose to the holy tabernacles.
Always with sincere faith
I gave flowers to the altar.
In the hour of sorrow
Why, why, Lord,
Ah, why do you reward me thus?
I gave jewels to the robe of the Madonna,
And gave song to the stars, to the sky,
Which smiled all the more beautifully.
In the hour of sorrow
Why, why, Lord
Ah, why you reward me thus?
terça-feira, 16 de setembro de 2008
Curiosidades
Lendo os outros III
Unicamente para qualificar como NOJO o artigo de opinião que Soares escreveu hoje no dn:
"(...) O Papa em visita à França, republicana e laica, onde há apenas cerca de 10% de praticantes católicos foi um acontecimento. Foi recebido pelo mediático casal presidencial Carla Bruni e Sarkozy - muito fotografado e filmado com os seus anfitriões - falou a umas centenas de intelectuais, políticos e empresários, reunidos no Colégio dos Bernardinos, em pleno Bairro Latino e rezou perante 250 mil pessoas. Disse, entre outras, duas coisas importantes: "É preciso uma nova laicidade" (Porquê? Não basta a definida no Concílio Vaticano II?); e a Igreja "pode ajudar a dotar de moralidade o capitalismo financeiro globalizado" (Como? Não explicou). De qualquer modo, teve mais sucesso do que quando esteve na sua terra, a Alemanha.
Por seu lado, Sarkozy, falando ao gosto do seu interlocutor, adjectivou a laicidade, chamando-lhe positiva (porquê?) e disse que "prescindir das religiões (no plural) é uma loucura e um ataque à cultura". Esqueceu-se que muito mais de 10% da população francesa é agnóstica ou mesmo ateia e, entre ela, seguramente, está a maioria dos segmentos sociais mais cultos e intelectualizados..."
Realço a última frase, reveladora da arrogância intelectual do autor e que pode bem ter constituído uma das principais razões para a sua estrondosa derrota nas últimas presidenciais. O que mais perturba, porém, é o facto de Soares ser hoje o Presidente da Comissão de Liberdade Religiosa, como bem lembra o João. Se decência houvesse, é evidente que amanhã Soares já não exerceria tais funções.
Post Anti-Americano Primário
Lendo os outros II
Como lembra aqui o João Gonçalves, o mesmo Mário Soares que hoje assina este texto é, de facto, também o Mário Soares presidente da Comissão da Liberdade Religiosa. Porquê ele, isso só deverá ser compreensível na cabeça de quem o escolheu. O site da dita Comissão, ainda por cima ufanamente auto-intitulado portal, é uma porta para o deserto e revelador do que a dita Comissão tem feito. Ou, melhor dizendo, deixado por fazer. Depois de nos anunciar logo na página de entrada, com pompa e circunstância, a tomada de posse de Soares ocorrida há mais de um ano, bem podemos tentar descobrir um texto actual, uma notícia, uma razão de ser. «Não se encontra», como diz a minha telefonista. Serve para quê, isto?
Lendo os outros
«Sarkozy, falando ao gosto do seu interlocutor [o Papa], adjectivou a laicidade, chamando-lhe positiva (porquê?) e disse que "prescindir das religiões (no plural) é uma loucura e um ataque à cultura". Esqueceu-se que muito mais de 10% da população francesa é agnóstica ou mesmo ateia e, entre ela, seguramente, está a maioria dos segmentos sociais mais cultos e intelectualizados...» Esta "sentença" pertence a Mário Soares, esse extraordinário produtor "ideológico" e "cultural" que, nos livros de entrevistas com Maria João Avillez, "resumia" a sua "ideologia" a "levar a água ao meu moinho...". Indignado com Sarkozy e, naturalmente, com o Papa que, na sua cabeça de regedor da I República, não passa de um perigoso reaccionário, Soares acha que Raztinger foi a França apenas para "falar" aos dez por cento "de praticantes católicos". Soares devia abster-se de se meter no que não sabe. E, entre duas sonecas e três entrevistas com Hugo Chávez, ler alguns dos livros do Papa. Esta acrimónia ignorante é tanto mais grave quando Soares preside a uma comissão qualquer sobre liberdade religiosa. Não lhe fica bem ser atrevido.
Duas formas de ver a mesma coisa
Duas maneiras de encarar o fim de vida.
Prémio é como as taxas de juro, estúpido
Capitalismo moderno
Hoje e amanhã
A Arte… não produz conceitos, ainda que proponha problemas e provocações.
Mas gera sensações, afectos e intensidades.
Esse é o seu modo de propor problemas, que por vezes se alinham com… conceitos.
Elizabeth Grosz - [Chaos, Territory, Art: Deleuze and the framing of the earth,
New York, Columbia University Press, 2008, p. 1]
“O Encontro Efémero.Criação.Acontecimento visa reunir investigadores universitários, criadores e mediadores culturais para uma reflexão e um debate capazes de aprofundar o conhecimento sobre a Arte, em particular a que é realizada em Portugal. Objectivo complementar: discutir criticamente os caminhos que a Criação pode percorrer quando lhe importa rever a sua dimensão estética e política, no seio da sociedade actual.
Repensar a nossa relação com o Efémero e aceitar o desafio do Acontecimento, em antecipação de uma Bienal da Luz, são duas acções articuladas que motivam uma visão estratégica sobre a problemática da criação na contemporaneidade. Se os convidados estrangeiros Christine Buci-Glucksmann [França] e Malcolm Miles [Reino Unido] representam duas posições particularmente ricas e sólidas sobre as duas categorias que o Encontro procura debater, o conjunto de convidados nacionais oferece uma panorâmica abrangente e transversal da produção artística na actualidade, nomeadamente na sua relação não apenas com o mundo das ideias, mas com o próprio espaço urbano e o presente quotidiano.
Participantes, modelo e objectivos
Christine Buci-Glucksmann, José Manuel Rodrigues, Margarida Medeiros, Pedro Costa, Luís Oliveira, Susana Mendes Silva, João Fernandes, Pedro Amaral, Paulo Ferreira de Castro, Luís Carmelo, Malcolm Miles, Manuel Gusmão, Teresa Cruz, Jacinto Lageira, Pedro Bandeira, Delfim Sardo, João Tabarra, Miguel von Hafe Pérez, Tiago Guedes, Ana Pais, Pedro Cabral Santo, Carlos Vidal e Idalina Conde debatem a articulação entre dois conceitos filosóficos – o Efémero e o Acontecimento – fundamentais no âmbito da produção artística contemporânea.
Relevando o pensamento e experiências marcantes no campo da investigação, da mediação cultural e da actividade artística, em áreas diversas – das artes plásticas à música, do cinema à fotografia –, o encontro propõe-se não apenas como gesto cartográfico, mas sobretudo enquanto modelo de reflexão estratégica para a criação artística na actualidade e a sua afirmação em sentido lato.
Destinatários
Investigadores e estudantes do Ensino Superior, com relevo para as áreas da Filosofia e da Estética, da História e Crítica de Arte, das Artes Visuais e Performativas, das Ciências Sociais e de áreas projectuais como a Arquitectura, o Design ou o Urbanismo. Revestir-se-á de interesse também para quaisquer agentes e mediadores culturais, sem exclusão de outros profissionais do Desenho Urbano ou da Arte Pública, assim como de um público geral interessado nas questões da produção e da recepção da actividade artística”.
As sessões são abertas ao público. A entrada é livre.
efemero.acontecimento@gmail.com
Informação do Instituto Franco-Português
Não fosse Disney um génio, e seria condenado pela Fantasia que trouxe ao Oeste.
Daqui a meia hora...
[Foto "Regresso às aulas" de Zani. In: olhares.com]
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Muito!
Uma estreia no mundo da criminalidade
A vitima Manuela Ferreira Leite
domingo, 14 de setembro de 2008
Lendo os outros
Hoje acordei mais ou menos assim...
"(...)
What happened to the wonderful adventures
The places I had planned for us to go
(slipping through my fingers all the time)
Well, some of that we did but most we didn't
And why I just dont know
(...)"
Grace do Mónaco, actriz e princesa
Bing Crosby e Grace Kelly - True Love
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
À boleia
TAMANHO DAS ONDAS
3m sets maiores
CONDIÇÕES GERAIS
Vento em side-shore fraco, as ondas estão com a formação ordenada e com boas condições para o surf, para a praia estão razoáveis condições, para o windsurf estão fracas condições.
Vão para o diabo yankees de merda
Lendo os outros
Há seis meses atrás, numa reunião de republicanos conservadores e libertários, em Atlanta, dificilmente se encontrava um que acreditasse na possibilidade de vitória nas presidenciais. Entre o Iraque, a economia e o descalabro orçamental de Bush, ninguém via saída. Hoje a situação é bem diferente. John McCain é reconhecido como alguém que pensa e age de acordo com as suas convicções, capaz de contradizer o seu partido e de fazer acordos com o outro lado da barricada com enorme facilidade. Nestas eleições, isso, a sua experiência e a admiração pela sua história de coragem e honra eram as suas mais-valias. Um dos seus problemas, no entanto, é que os mais conservadores entre os republicanos não se reviam nele e não acreditavam na sua possibilidade de vencer. Razões suficientes para lhes faltar entusiasmo e vontade de ir votar. E são necessários votos para ganhar eleições. Ao escolher Sarah Palin Mc Cain resolve esse problema. Ela não muda a percepção que a América tem dele, mas consegue entusiasmar os mais conservadores, sem embaraçar a candidatura. Por muito que a esquerda tente, a imagem de uma Sarah Palin cavernícola e de crucifixo na mão não colhe. Palin foi escolhida por ser e representar as mulheres que trabalham, são mães de família, enfrentam combates e são conservadoras. Há muitas. Pitbulls com batôn. Simples.