quarta-feira, 30 de abril de 2008

PSD

A direita política ocupa os próximos tempos a analisar as eleições no PSD, as possíveis alianças, caminhos, estratégias e, obviamente, as candidaturas.

Do que já temos fomos presenteados com Manuela Ferreira Leite, Pedro Santana Lopes e Pedro Passos Coelho. Vejamos cada um deles.

Pedro Santana Lopes - a sua candidatura serve apenas para prejudicar o próprio PSD. O partido não acredita nele e, muito menos, o país. Ainda ontem foi o primeiro-ministro despedido e deixou o país mergulhado em qualquer coisa menos boa; e foi quem permitiu a subida ao poder de José Sócrates. A sua candidatura, mais uma vaidade pessoal, faz o país olhar para o PSD como um conjunto de senhores que não têm vergonha na cara.

Manuela Ferreira Leite - o que é que conhecemos dela? Que características lhe atribuímos? Manuela Ferreira Leite é a ministra das finanças do deficit, a ministra das finanças da subida do IVA e a ministra das finanças do choque fiscal que ficou a meio caminho  (já não para não falar da então ministra da educação nos governos de Cavaco Silva). Não lhe basta o ar e a certeza de rigor até porque um primeiro-ministro é mais do que isso… Resta-nos saber quem gosta mais de Manuela Ferreira Leite se o PSD se o país.

Por último temos Pedro Passos Coelho. Tem, pelo menos, a vantagem de ser jovem e de não ter tido responsabilidades governativas nos últimos governos de coligação PSD/CDS. Se bem que não nos podemos esquecer que nasce na JSD e fez carreira política dentro do PSD. Tem, também, a vantagem de assumir um corte com o passado, de ser alguém que nada teme de um passado recente e, não fugindo às responsabilidades do seu partido na governação, saberá defender, com toda a certeza, o país em que acredita. Foi a juventude de José Sócrates e o assumir um corte com o passado que o fez eleger e será essa mesma juventude de Pedro Passos Coelho que o fará ser primeiro-ministro.

A minha manhã

Hoje acordei a cantar uma música pateta do Pedro Abrunhosa. Tão pateta é a musica que o pateta fui eu que me ia cortando a fazer a barba!
E depois de tanto cantar e de gastar imensa energia logo pela manhã apetecia-me, ao invés de ter de vir trabalhar, voltar a dormir mais uma hora para descansar do espectáculo que tinha dado!

Eppur si muove

Acho curioso o entusiasmo de alguns sectores com a candidatura de Pedro Passos Coelho para a liderança do PSD. Não conheço (talvez por ignorância minha, assumo), em Passos Coelho, qualquer rasgo de criatividade no seu tempo de vida política. Quer na JSD quer agora, no Partido "adulto", Pedro Passos Coelho foi sempre uma promessa de algo que nunca se concretizou. Não se lhe conhecem ideias, não se lhe conhecem opiniões, não se lhe conhecem combates. "Eppur si muove!" Faz-me lembrar Sócrates quando começou.
Tenho para mim que as Jotas não são grandes escolas. Nem fazem curriculum... Pedro Passos Coelho inicia um percurso centrado apenas no seu potencial. Porque é jovem fala em renovação. Porque eu sou jovem quero que me falem em conteúdo. Em rumos. Em ideias para o país. Em CONFIANÇA. O país não precisa de mais visionários com missões proféticas. Portugal necessita de alguém que conheça PROFUNDAMENTE o aparelho de Estado, a realidade nacional e a estratégia para o desenvolvimento do país. Pedro Passos Coelho pode ter algo a dar ao país. Mas uma casa não se começa pelo telhado. E cada vez mais, os alicerces são fundamentais. Principalmente em terreno pantanoso.

Se eu fosse do PSD


Se fosse do PSD votava Pedro Passos Coelho. Com todo o respeito e admiração que tenho por Manuela Ferreira Leite, a sua determinação e força anímica, a sua competência em matéria de finanças. Porque já é tempo de os da minha geração começarem a dar lugar aos mais novos e não quererem sair, senão empurrados, das chefias e respectivas prebendas. Como certos pais que continum a ver os filhos, mesmo se quarentões, como os "seus meninos", indefesos e incapazes de se governarem. Além do mais, do que já li, as propostas de Passos Coelho parecem revelar exactamente o que é preciso para o País: renovação, modernidade, um olhar para o futuro. Se fosse do PSD votava Pedro Passos Coelho.

Muda tudo, até o mundo

Em bom

Hoje o Google está em Jeff Koons

Somewhere




There's a place for us,
Somewhere a place for us.
Peace and quiet and open air
Wait for us
Somewhere.

There's a time for us,
Some day a time for us,
Time together with time spare,
Time to learn, time to care,
Some day!
Somewhere.

We'll find a new way of living,
We'll find a way of forgiving
Somewhere . . .

There's a place for us,
A time and place for us.
Hold my hand and we're halfway there.
Hold my hand and I'll take you there Somehow,
Some day,
Somewhere!

terça-feira, 29 de abril de 2008

O estado em que se encontram os heróis da nossa infância































José Gonzalez hoje na Aula Magna. Voz com a habilidade de estimular pontos erógenos.

Ad nauseam

"(...)
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
(...)"


"Cântico Negro" de José Régio,
in 'Poemas de Deus e do Diabo'

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Sporting 2º Lugar


Quando as coisas ficam interessantes, deixa-se de falar em Cuba. Portugal é mesmo um país de alcoviteiras. No fds, o iluminado embaixador António Cutileiro, em declarações várias, pára em Cuba e nas transformações que Raúl Castro tem vindo a fazer, certamente com a conivência de Fidel.
Raúl tem vindo a liberalizar lentamente o comércio e até o tecido industrial/ agricola. A propriedade privada vai ser permitida, a compra de telemóveis, etc. Isto só para um enquadramento e comparação com o Estado Português, porque o mais interessante foi isto "Os Cubanos têm Saúde e Educação". Eles vêm aí... É preciso explicar?
Certamente, explicar a cabeça de Fidel, que apetrechou a sociedade do mais importante, e com mão de ferro proibiu a construção de uma, feliz para todos.
Li este fds, que hoje o Homem tem as ferramentas necessárias para controlar o impeto de destruição global. Daqui retiro a eterna ilacção de que o Homem, por instinto, é um ser mau - talvez porque tenha fome e precise de matar para a saciar - mas o processo evolutivo, deu-nos as capacidades de a controlar - a violência. Enfim, em alguns... há outros que ainda mantêm um certo saudosismo, animal!

Hoje na Assírio & Alvim


"Uma rapariga de Amesterdão

A 9 de Março de 1941, quando Esther (Etty) Hillesum começou a escrever, no primeiro dos oito cadernos de papel quadriculado, o texto que viria a ser o seu Diário, estava-se longe de pensar que começava aí uma das aventuras literárias e espirituais mais significativas do século. Ela tinha vinte sete anos de idade e morreria sem ter feito trinta.
Era a mais velha dos três filhos de um casal judeu e urbano, sem especial vinculação religiosa. Durante anos ocupou-a uma licenciatura em Direito que, a bem dizer, lhe era indiferente, atraída mais por estudos literários. Frequentou, esporadicamente, os círculos socialistas e libertários de Amesterdão. Projectava, sem grande empenho, um percurso como escritora… Mas a verdade é que os seus interesses demoravam a encontrar fluidez: «é como se lá bem no fundo houvesse…algo a prender-me». A transformação de Etty Hillesum vai desenvolver-se em três encontros decisivos: o primeiro tem o nome de uma pessoa; o segundo tem o nome de um lugar; o terceiro não tem nome: é o encontro com o próprio Inominável.
O projecto de um diário é uma sugestão terapêutica que lhe é feita por Julius Spier. Spier, que chegou a ser director de um banco, foi o inventor da “psicoquirologia”, uma diagnose psicológica que parte da leitura da morfologia da mão (que ele considera «o segundo rosto»). Tudo somado, representou para Etty Hillesum um iniciador na vida espiritual (o «obstreta da minha alma», para utilizar palavras dela). É ele quem lhe aconselha a leitura do Antigo e do Novo Testamento, ou de autores como Santo Agostinho e Tomás de Kempis. Um dia, ter-lhe-á dito:«Tenho a impressão de ser um “estado preparatório” para um grande amor teu». 
Entretanto, a Holanda surge cada vez mais na mira expansionista do nazismo. Etty tem o que chama a primeira experiência de descida ao «inferno». Aquela hora extrema do seu povo tinha um significado tal, que ela não podia subtrair-se. Decide acompanhar os primeiros judeus deportados, como voluntária, no Campo de Concentração de Westerbork, trabalhando na improvisada enfermaria. Um das vantagens do seu estatuto era ainda poder voltar a Amesterdão, mas dá-se o inesperado. No seu quarto «belo e tranquilo», ela sente uma saudade irrecusável de Westerbork. «Apaixonei-me tanto por esse Westerbork... Estes meses entre o arame farpado foram os meus meses mais intensos»… E parte definitivamente. A 30 de Novembro de 1943, a Cruz vermelha comunicou a sua morte, em Auschwitz."

José Tolentino Mendonça
(texto retirado daqui)



Vale a pena passar hoje, às 18H30, pela Livraria Assírio & Alvim, na Rua Passos Manuel, 67 B, em Lisboa, para ouvir o José Tolentino Mendonça, a Esther Mucznik e o Nélio Pita apresentar o livro "Diário 1941-1943", de Etty Hillesum. 

New blog on the block

O brilhante Luís Barata (que me dá a honra de ser meu amigo) entrou finalmente na blogosfera. O Prosimetron ("termo grego que designa a mistura de prosa e verso") nasceu no dia 20 de Abril e promete "reflexões sobre literatura, filosofia, política, artes plásticas e performativas, história, e também sobre o quotidiano mais prosaico". Vindo de quem vem, até nos parece pouco! Como se a presença do Luís não bastasse, João Mattos e Silva, o nosso Insecto, esta por lá também. 

Há dias em que acordamos tal como no principio deste video

Acordei com esta música :)

I was dancing when I was twelve

I was dancing when I was aaah

I danced myself right out the womb

Is it strange to dance so soon

I danced myself right out the womb

I was dancing when I was eight

Is it strange to dance so late

I danced myself into the tomb

Is it strange to dance so soon

I danced myself into the tomb

Is it wrong to understand

The fear that dwells inside a man

What's it like to be a loon

I liken it to a balloon

I danced myself out of the womb

Is it strange to dance so soon

I danced myself into the tomb

But when again once more

I danced myself out of the womb

Is it strange to dance so soon

I danced myself out of the womb.

Lendo os outros


João Gonçalves escreve hoje, no Portugal dos Pequeninos, um excelente texto sobre Salazar, no dia em que se celebra (?) a data de nascimento deste estadista português. Transcrevo o primeiro e o último parágrafo mas vale a pena ler o post na íntegra.




Foto da série "S de Saudade, Retratos da Vida Portuguesa" de Paulo Mendes (uma exposição que pode ser vista até 6 de Julho no Museu do Neo-Realismo em Vila Franca de Xira)

Parabéns

O blog Choose a Royal faz hoje anos. Faz dois, para ser exacto. Como somos leitores assíduos não quisémos deixar de, aqui n'O.Insecto, marcar a data. Ainda que tenhamos deixado de fazer parte da lista de Royals, o que nos destruiu as ilusões e a esperança num mundo melhor. Mas enfim, a vida é assim mesmo e como não levamos estas coisas a sério, e aprendemos muito com o autor, fica o abraço de parabéns ao Luís (Royal) e o desejo de que continue a dar-nos a conhecer bom design, entre tudo o que de bom publica no blog! Não vale a pena perguntar onde é a festa porque de qualquer forma não seríamos convidados. Mas beberemos sozinhos a esta data importante para a blogosfera!!

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Não é sexta feira mas é como se fosse

O Indie Lisboa começa hoje com o último de Wong Kar Wai.
O realizador que filmou a descida ao inferno daquele dois, juntos pela traição dos pares. Se o filme é do melhor que muitos viram, aquela última cena, selou por completo uma ligação forte, é em Angkor Vat que ele enterra o segredo.
Andei distraído, não conheço o resto da programação, recomendo que me recomendem por favor.



Parece que antes de 1974, não havia liberdade de pensamento. É uma das coisas que não consigo perceber bem. Como é que alguém, nos consegue privar, de pensarmos no quer que seja?

Numa viagem de comboio no norte da Escócia, um homem meteu-se connosco, quis saber que estranha lingua ouvia. Português! "back in 1974, for one day, Portugal stood in the front page of every newspapers". Memória mais prodigiosa que a nossa, ele tinha - "I remember a name, Carvalho".
Não foi só um dia, toda a gente quis vir a Portugal ver o que se passava, era a Revolução sem sangue, Sartre foi um deles. O tal do Inferno são os outros.



















Amanhã comemora-se o dia 25 de Abril.
Quando a geração dos nossos pais acabar,
os que celebram a data, temo, não passarão essa "alegria" aos filhos,
os que guardam ressentimento pelos acontecimentos, esses sim,
passaram aos filhos o rancor e ódio.
Se isto é um Homem?
Sem referir sequer que, os que não celebram - parece que preferem Novembro a Abril - se não o fazem, em coerência, deviam ficar a trabalhar e mandar o feriado às urtigas.
Falta identidade em Portugal, as coisas esvaziam-se e o que sobra é, menos um dia de trabalho. Eu até agradeço. Mas eu não sou exemplo. Hoje, estão grandas ondas e ocupo-me a pensar, como chegar a esta liberdade total, de decidir e fazer o que me apetece, por inteiro.
Houve um dia que me disseram que ia acabar os meus dias rancoroso com o mundo, a detestar uma metade e a odiar a outra. Temo que esses dias se aproximam mais rapidamente do que tinham previsto.
Ainda hoje de me lembro das mãos da minha avó Maria. Pareciam papel de tão macias que eram. Em miúdo adorava passar horas a tocar nas mãos da avó…. Tenho saudades desses tempos.

Jardim à beira-mar plantado?


Alberto João Jardim disse que se tivesse tropas ainda se poderia candidatar a presidente do PSD. A distrital de Lisboa já lhe forneceu um batalhão. Patinha Antão já disse que "depois de nós, vós". Guilherme Silva, diz que Jardim tem perfil ganhador, mas não arrisca um apoio às cegas não vá o diabo tecê-las.


O PSD também não arriscará - não sei o que Conselho Nacional de ontem decidiu - porque sabe que passava a andar direitinho que nem um fuso e acabava o sistema feudal de barões e baronias. Mas é pena. Porque talvez os "cubanos" de cá começassem a perceber , como dizem os nossos irmãos brasileiros "com quantos paus se faz uma canoa". E por falar em brasileiros, ia ser um carnaval permanente, que tiraria protagonismo ao genuíno, do Brasil.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

E ninguém disse nada!!!

Fat Freddy’s Drop no Casino de Lx.

Há acções que fazemos, em que por sermos poucos, vamos-nos reencontrando ao longo do caminho. E isso é fixe.


A minha ligação à água vem desde os 4 ou 5 anos, um dia os tios disseram-me "agora nada" e atiraram-me para as águas fundas da Rocha do Corvo em São João, depois fui nadador até aos 16 anos e se lá por casa, havia o hábito de nos deixarem sozinhos, havia outros cujo avô, fazia o favor de os ir levar e buscar à natação, pelo caminho dávam-me boleia. Este avô do Luís (k nunca mais vi), vou-me cruzando com ele, quase 20 anos passados em várias piscinas da linha. Hoje, encontro-o de manhã, com a mesma cara e expressão simpática a dar braçadas. Giro é ver, que continua a tratar-me como um puto.


Há uns anos reencontrei o Miguel, que agora anda com a mania de cruzar a Mancha a nado. O Miguel esteve nos Olimpicos em Barcelona e aparece aí ao lado dos cetáceos de Peniche.


Estas recordações surgem, porque hoje fui abordado para integrar um clube e competir em open water. Em conversa chega-se a tantas pessoas e algumas delas têm blogs e sites, a teia une-se pela web. Eu fico igual, interessa-me mais surfar e nadar quando não o posso. Ainda por cima quando o clube se chama... Benfica.

Decisões capitais pela manhã


O mar deverá subir para a tarde.
É melhor ir surfar ao final do dia e ir nadar agora.
Sempre chego mais clean ao trabalho.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Ariadne

É curioso este perfil heroico de Manuela Ferreira Leite, qual Ariadne.
Sacrificou-se com Cavaco Silva ao aceitar a pasta da Educação.
Sacrificou-se com Durão Barroso ao aceitar a pasta das Finanças.
Sacrifica-se agora em nome do não avanço, daquele que tanto criticou quando subiu ao poder.
Por tudo é uma valente!
Resta saber se saberá ela inventar estratégia igual à do fio, que salvou Teseu do Fim.

Quando o belo só precisa de ser simples

«It was one of those days when it's a minute away from snowing and there's this electricity in the air, you can almost hear it. And this bag was, like, dancing with me. Like a little kid begging me to play with it. For fifteen minutes. And that's the day I knew there was this entire life behind things, and... this incredibly benevolent force, that wanted me to know there was no reason to be afraid, ever. Video's a poor excuse, I know. But it helps me remember... and I need to remember... Sometimes there's so much beauty in the world I feel like I can't take it, like my heart's going to cave in

O meu pecado favorito ao qual muito poucos conseguem escapar

Sugestão dia da mãe


:-)
O lugar que Maria ocupa na consciência de cada um, é dos mais sujeitos a fanatismos no seio da religião católica.
Parece-me claro, quando alguém se associa fortemente à sua imagem, o objectivo é retirar algum proveito dessa fé quase cega.
Há algo que sempre me incomodou dentro da hierarquia eclesiástica: a soberba! Principalmente aqui, porque vai contra os princípios básicos da profissão da fé, pede-se então o perdão, por aquilo que a sua vida possa ter porventura de imperfeições.

PSD I

Temos Patinha Antão que cortou o cabelo no momento imediatamente anterior ao anuncio da sua candidatura à liderança do PSD. Agora Manuela Ferreira Leite que ainda nos faz lembrar os tempos do primeiro aumento do IVA e do chamado choque fiscal, que ficou a meio de sabemos lá nós e que muito empurrada lá decide avançar agora com medo que o tempo passe por ela. Falta-nos a candidatura de Menezes e a de Santana Lopes e o leque fica composto.
Se esperanças tinhamos, a única que nos resta é nao perder o directo na SIC Noticias do Congresso do PSD...

A rã


A candidatura de Patinha Antão à liderança do PSD lembra-me a fábula da rã e do boi. A rã viu o boi, achou-o enorme e desejou ser do tamanho dele. Pensou que bastaria encher-se de ar, inchar , inchar, até que atingisse o cobiçado arcaboiço. E desatou a soprar, a soprar, animou-se com o aumentar de volume, não reparou como a pele estava esticada e continuou a soprar e a crescer como um balão. Até que estoirou.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

É um cão muito velho, quase cego e que não gosta de andar com trela, soube-o depois. Conseguiu desviar-se do camião que seguia à minha frente, mas eu, mesmo atravessando o carro na estrada, quando olhei para o lado, vi-o a ganir com a pata dobrada. Aproximei-me, ao pousar a mão para lhe dar uma festa e tentar pegar-lhe, ferrou-me os dentes. A dona apareceu e levou-o ao colo. Dia maldito este.

Lições de vida

«Uma coisa não e forçosamente verdadeira lá porque um homem morreu por ela.»
Oscar Wilde

«Quando descobrires que estas do lado da maioria, é tempo de parar e pensar.»
Mark Twain
Quem me conhece sabe que sou hipocondríaco, vivo aterrorizado com doenças, lavo as mãos de meia em meia hora, desinfecto tudo, sou muito exigente com limpeza e mudo de passeio ou deixo de respirar quando alguém à minha frente espirra. Tudo isto leva-me a passar muito tempo e a gastar algum dinheiro no meu sítio favorito: a farmácia.

Mas segundo um amigo meu, hoje atingi um novo patamar, passo a explicar: adquiri, com enorme satisfação, o cartão de pontos das Farmácias Portuguesas!!!! Não sei que vantagens tem a não ser acumular pontos que não sei por que coisas podem ser substituídos, mas sinto-me mais seguro com este cartão!!!!

Joana Pessoa

Quando se fala por aí na nova vida do Fado e na geração de jovens fadistas, quase que se pensa que a música portuguesa só se renova no fado. Mas depois, de vez em quando, surgem uns projectos que nos demonstram que o património musical português é muito mais rico do que se pode pensar. 
Há cerca de um ano atrás surgia o Xaile, um grupo com fortes tradições na música popular portuguesa, com sons e instrumentos muito familiares. O sucesso foi imediato porque as protagonistas do grupo, três simpáticas e bonitas mulheres, tinham o carisma necessário para encabeçar o movimento de renovação da nossa música mais tradicional.
Eis que surge agora Joana Pessoa que editou no passado dia 14 o seu primeiro disco, 'Fluir'. Na tradição de Fausto, Vitorino, Né Ladeiras ou Janita Salomé, Joana Pessoa pega em reportório tradicional português e, com belíssimos arranjos de Rodrigo Serrão (sim, o baixista e autor de alguns fados extraordinários de Katia Guerreiro) canta as raízes portuguesas. Pelo meio há também alguns inéditos como o 'Quando a barca vier' que é, na minha opinião, o momento mais forte do disco. Mas há também Zeca Afonso com 'Redondo Vocábulo', um tema labirintíco eximiamente recuperado recentemente por Cristina Branco no álbum 'Ulisses'. O resultado é belíssimo. Joana Pessoa tem uma força na voz como há muito não se ouvia. A seu favor tem também o facto de ser muito bonita. Aponto apenas algum excesso de sintetizadores como principal defeito. Mas ainda assim, nada que ensombre o resultado final. Vale a pena ouvir música portuguesa!  

O frango assado come-se à mão

Sempre me chateou mais a falta de inteligência do que a falta de "etiqueta e protocolo". Acho mesmo que a preocupação extrema com a mesma, revela falta delas - de inteligência e da outra. Desde que não nos portemos como uns animaizinhos, raios - há coisas bem mais importantes com que nos preocuparmos.

Orfeu

A versão de outro mito - Orfeu - aqui na imagem por Pina Bausch. No século XX, depois de Gluck, uma nova versão em ópera por Enst Krenek. Agora com Orfeu a resgatar Euridice, para de novo a matar em raiva. Depois do Minotauro, o século XX mais centrado nos labirintos psiquicos do que na visão purista do amor.

domingo, 20 de abril de 2008

Minotauro


"The world outside is lost to you, love is lost to you"



É dos mitos, o que mais me impressionou quando puto. Este homem com cabeça de touro preso num labirinto. O verso é retirado de uma nova ópera do inglês Sir Harrison Birtwistle. Uma visão distorcida da habitual, com um minotauro menos o veículo da destruição e mais como perdido em si mesmo. Deve ser fixe.
Na imagem, a produção foi para um minotauro com ares de Hannibal Lector!

sábado, 19 de abril de 2008

ORGULHO

Grande Homem. Grande Português. Grande Presidente!


(Grande honra pertencer a esta equipa!)

quinta-feira, 17 de abril de 2008

«They must find it difficult
Those who have taken authority as the truth
Rather than the truth as the authority.»

G. Massey

O special one

- Mãe, quando é que te zangas com o pai para ele ficar só para mim?
Vera 4 anos

Eterna competição feminina. Seria giro saber, qual dos dois sexos, tem maior este desejo de perpétuar a raça, o Homem ou a Mulher? Tudo se resume a isso. Neste caso, para a Vera, com apenas 4 anos, o pai é o melhor representante do sexo masculino que ela conhece, é ele o escolhido.
Há um hábito masculino que me deixa furioso.
Passo a explicar: por que é que a partilha da casa-de-banho do escritório tem de exigir quase sempre, se não mesmo sempre, um cumprimento de quem entra ou sai. Vejamos, onde trabalho trabalham mais 80 pessoas, na sua maioria homens, os quais mais de metade não cumprimento quando chego todas as manhas. Mas isso não invalida o necessário cumprimento à entrada da casa-de-banho, pensam eles.
O tal "olá, tudo bem?" como quem diz "entao esse xixi está a correr bem?" ou "veja lá não faça para fora" deixa-me muito irritado.
Será que os homens com o dito na mão ficam mais sensiveis e vulneráveis e têm uma absoluta necessidade que gostem deles e precisam de ouvir um aconchegante olá?!

À Morgado

Não acho bem ou mal a ida de Jorge Coelho para a Mato-Engil, não é isso que está em causa, mas que tem Maria José Morgado que ver com este assunto? Fui eu que não percebi ou foi aberto algum processo judicial sobre esta matéria e a senhora é a procuradora do processo? A um magistrado não lhe compete o silêncio sobre questões políticas? Porque das duas uma ou deixa de ser magistrada e passa a comentário politicamente o país ou fica calada.
Já chega de tanta opinião...

Dúvida

Quantos de nós suporta o presente sem lhe aplicar momentos do passado e do futuro? É o presente assim tão pesado e tão difícil que não conseguimos viver o momento actual na sua plenitude?

Imagens





































































O Benfica é o clube mais português de Portugal

Não apenas pelos 150,000 sócios,

mas porque,

Em qualquer derrota,

a culpa é sempre dos outros.



O Chalana ontem

(cada vez mais se parece

com um dos personagens da

aldeia de Asterix)

Só faltou dizer mesmo

"Os pobres dos javalis andam

mal alimentados"


Ponto de ordem


"Não alinho no coro de críticas que se ouvem por aí em surdina contra a deslocação de Aníbal Cavaco Silva à Região Autónoma da Madeira. É certo que Alberto João Jardim é o que é, tem o seu estilo, agora não se pode exigir a um Chefe de Estado, porque é disso que se trata, que corte laços com uma região que é parte integrante do território nacional. Por muito que custe a muita gente, Jardim é eleito democraticamente, o que não desculpa tudo (os vários desvarios e a expulsão dos jornalistas do PSD-M), mas confere-lhe uma certa dose de legitimidade. O Presidente da República, ainda por cima sendo ele Cavaco Silva, sabe-o. Ao aceitar deslocar-se à Madeira nas actuais condições e com tudo o que já foi dito ou ficou nas entrelinhas é, antes de mais, um acto de coragem política de Cavaco. O mesmo homem que há uns anos desafiou Jardim, quando ainda era primeiro-ministro. Provavelmente, foi o primeiro a fazê-lo, impondo-lhe limites orçamentais e cortando-lhe as vazas enquanto líder do PSD-M.
Apesar disso, há outros, como Manuela Ferreira Leite, que não o criticam quando ele expulsa jornalistas do congresso do PSD-M. Talvez porque, tal como Leonor Beleza, José Luís Arnaut e outros, comeram à mesma mesa que Jardim, enquanto este esteve na direcção de Marcelo Rebelo de Sousa. Cavaco não. Mal foi eleito líder do PSD afastou-o dos centros de decisão sociais-democratas. Durante dez anos, Jardim contou única e exclusivamente como líder regional. Depois de Cavaco, recorde-se, houve quem se lembrasse de importar Alberto João para o continente, transformá-lo e lançá-lo como presidenciável. Apesar de Jardim ter declinado a aventura, eu não me esqueço desses tempos.
Muito antes dos Blocos de Esquerda e dos socialistas modernaços, já Cavaco Silva mostrava o dente a Alberto João, votando-o a um isolamento do qual só saiu em 1995, com a vitória de Guterres. Lembram-se do "Sr. Silva"? A expressão era usada por Jardim para classificar Cavaco, tal como agora chama de "eng. Pinto de Sousa" a José Sócrates. É por tudo isto que os silêncios de Cavaco Silva na Madeira serão muito mais importantes do que os discursos claustrofóbicos que Jorge Sampaio fazia ao visitar a freguesia mais pobre da ilha. Não levam a nada. Já Cavaco poderá fazer muito, só pelo simples facto de aceitar ir à Madeira nas actuais condições. Vive-se o momento de escolha do sucessor de Jardim, quem sabe Cavaco não descobre lá um ás melhor que qualquer delfim escolhido a dedo?
Cavaco sabe que a situação na Madeira não é a melhor do ponto de vista do exercício das liberdades. Mas também sabe que tem que manter um relacionamento institucional irrepreeensível. Porque Jardim há-de passar e a Madeira, essa, ficará."

por Francisco Almeida Leite no 'Corta-Fitas'

Granda Sporting!

Noite por sms:
rec - vergonha
env - Não. Fé! Tás cá?
rec - algarve
env - ok. Fé, ganhamos a Taça
(...)
rec - na segunda parte entra a académica :-))
(...)
env - Tão bom tar aqui
rec - Nunca vi nada assim! O publico a minha volta ta ao rubro

Foram 5-3, depois de 0-2, de 2-2, de 3-2, de 3-3, de 4 e 5-3. Sem sofrimento, sempre com um moral enorme. Nada foi igual a esta noite. Euforia absoluta, exaltação a levar a abraçar toda a gente. Apetece comentar cada minuto, entrada fulgurante de um lesionado Izmaelov para levar a equipa a ganhar. Todos de parabéns. Hão-de passar 50, 100 anos e falar-se-á desta noite de sonho. É daquelas para regressar um dia - Fisica Possível!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

"O espelho onde me vi crescer partiu"...



... título de uma coreografia que vi e revi...

Escrevi algo, como memória sentida, do que me ficou.


Espelho

Encontro pela noite, numa partilha (in)desejada, provocando confronto. Olhares entrecruzados, braços puxados para o centro na tentativa de alcançar...
...um doce...
que marca o tempo, as horas numa contagem acelerada. reviravolta na memória, no flashback até aos idos....

Mas o contacto acontece, dá-se talvez simulado, talvez separado... No entanto, a luta é vivida.
Eis que três se sincronizam na totalidade em movimentos que buscam todo o espaço. Tentativa de unificar o que será quebrado?

Solta-se a alma trocada. No reencontro, numa fusão permitida.

O tempo... Sempre presente, com gritos do (in)consciente, silêncio quebrado pelas reminiscências do passado... Marcado pela leveza do traje que revela a cor do sentimento. A força da luz que é apagada para na troca ser rapidamente acendida.
O escuro não faz parte. Há sempre luz ao fundo do túnel.

Quebra-se o espelho, quebra-se o que me oprime. A Vida surge e, ["memória, memória, memória" ecoa], é recordada...

Coreografia: Carlos Silva Intérpretes: Carlos Silva, Raquel Rua, Ricardo Machado Produção: movimento incriativo


O futuro

Há já algum tempo que muitos amigos meus me fazem a conversa que qualquer dia vão trabalhar para fora de Portugal.
Se olharmos para trás as sucessivas gerações portuguesas não têm feito outra coisa. Foi a geração nos nossos avós que foi para França, Luxemburgo e afins. A dos nossos pais que lhes seguiu o caminho e foi para as ex-colonias.
Agora é esta geração que se atira para qualuer lado, norte da Europa, América estamos por tudo. Vamos para qualquer lado onde se viva melhor ou onde seja possível sermos mais felizes.
Este país não tem emenda há três gerações, pelo menos, e o nosso destino parece estar também em ir procurar lá fora o que não conseguimos ter cá dentro. Triste...

Um dúvida, ajudem-me

Desistir das pessoas, da sua capacidade, da sua bondade, das suas virtudes é desistir do mundo? Ou é apenas um encarar do Homem como ser naturalmente mau? Ou é apenas não encarar o mundo exclusivamente numa lógica humana? Ou é apenas não centrar o mundo nas virtudes humanas ou antes nas virtudes da natureza?

Como homem tenho de centrar a minha vida exclusivamente nas relações humanas? Tem de ser o Homem o centro da minha vida e das minhas relações? Tem de estar o Homem no centro do Universo?
Porque ocupas tanto espaço?
Estou cansado desta humanidade....

Hoje joga-se grande em Alvalade, é dia de derby na capital.


Os preparativos estão em marcha e o people combina 2h antes no estádio "pah há comida e bebida". Então, é dia do maior espectáculo do mundo.

A outra meia-final entre o Setúbal e o Porto
(1) O prazer não é ver o FCP jogar, mas aquela equipa maravilha;
(2) Entre o Porto e o Setúbal, preferimos a final da Taça com o Porto;




«You broke another mirror
You're turning into something you are not.
(...)
It's the best thing that you've ever had
The best thing that you've ever, ever had.
It's the best thing that you've ever had
The best thing you've had has gone away.»
O dn hoje tem um artigo sobre Fisica Impossível.
Vale a pena ler, embora corramos o risco de nada perceber.
Fala de Teletransporte, Invisibilidade, Viagens no Tempo, contactos com vida Extraterrestre...
Bem, agora se isto fosse possível, até onde iriamos?
No tempo da feira popular, chegava não sei como lá a casa, dezenas de viagens à borla... no tempo futuro, quero ter estas dezenas de senhas, a primeira...
(1) Ia até à Viena de Mozart e deixáva-me ficar por lá até Beethoven aparecer;
(2) A segunda, ia até aos anos 60 e aos night clubs onde Nina Simone tocava, aproveitava a boleia e ia até à Flandres de Brell, voava para os States e curtia os Doors, dizia adeus aos FabFour e xutava um cumprimento ao Diabo dos Stones;
(3) Depois, deixáva a música e ia até aos Andes e todas as culturas pré-colombianas
(4) Mais à frente, embarcava numa das naus de Cortez e desembarcava em Veracruz
(5) A quinta, ia conhecer o Minotauro e as mulheres de Atenas, corria nos Jogos Olimpicos e entrava na Academia
(6) Atravessava o Mediterraneo e ia curtir a terra dos Faraos
(7) Esperava pelo Marco António e regressava com ele a Roma
(8) Curtia só confirmar se Jesus surfava - caminhar por cima das águas - ou não e dáva-lhe uma dica, não entres em Jerusálem, a partir daí a história é macabra, baza para as Ilhas Gregas e vai curtir
(9) Regressava ao início dos tempos no Hawaí sem crowd
(10) Regressava a 1973, agora se possível, como se estivesse em pé nos ombros de um gigante, e corrigia todas as asneiras que fiz até hoje.

Lição de Vida


A Gulbenkian prepara para o dia 25 de Abril uma brincadeira.
Apresenta o monstro (é uma obra enorme - coral) La Damnation de Faust de Berlioz, baseada claro em Goethe e no seu pacto com o diabo.

terça-feira, 15 de abril de 2008









Hoje estou naqueles dias em que vai saber mesmo bem, chegar a casa da mãe, deitar-me ao lado da Broa e do Pon, brincar com o D., jantar sem ter de lavar a loiça :p.
Uma semana em que me apercebo da mudança na mãe, a protecção que dava antes, espera agora receber, tudo resumido num simples telefonema:
- Mãe, o que se passa?

- Nada, estava a ver que não telefonavas...


Ao fim de 35 anos de habituação, telefonemas diários a perguntar se está tudo bem, chega a nossa vez de retribuir o colo. Mas deve haver algum engano, ainda não tenho idade para ser pai. Vou-lhe dizer...

Hélas, um post pessoal - e o último também.

O que há em mim é sobretudo cansaço

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém
.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser
,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...
Álvaro de Campos

Pensamento do dia

«Se não encontras a tua metade da laranja, não desanimes! Procura a metade do limão, põe-lhe açúcar, vodka e gelo e diverte-te!»

Romance

Telefonou na passagem do ano, ainda vibrante a última badalada, explodia a animação das taças que se tocavam e o barulho das vozes não deixava ouvir quem chamava do outro lado. O mar estendia-se ao longe, brilhante e tranquilo, reflectindo impávido o fogo de artifício que subia aos céus uma e outra vez, num crescendo de emoção.
E a voz dele soou-lhe agreste, disparada como a seta afiada de uma acusação.
-Como podes estar aí a festejar? Como foste capaz de me deixar neste vazio insuportável? Quero dizer-te que oiço cada riso teu, que não me interessa onde estejas e com quem estejas porque eu vou estar aí, onde estiveres. Sou sempre eu, a teu lado, no lugar que é meu. Sempre, lembra-te disto. Sempre.
E desligou.
As gotas da chuva luminosa que explodia no céu pareceram de súbito as lágrimas que nunca, mas nunca mais, havia de chorar por ele.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

O sr. deputado do PND deve ter ido buscar inspiração ao Colosso de Menon, estátua construída e posicionada de forma a que, sempre que o vento x soprasse esta emitisse um som. Mas isto foi no tempo dos Faraós, o Jardim é mais primitivo, tipo Bokassa.

O Bem-Amado

(...) a "construção de uma estátua em bronze ou outro metal nobre, com cerca de 50 metros de altura, que represente o amado líder da Madeira Nova, dr. Alberto João Jardim".
(...) "seja colocada no cimo do antigo Forte de S. José, na entrada do porto do Funchal (Pontinha); que seja concebida de forma a possuir uma escada interior que permita aos visitantes a subida até à altura da cabeça dessa obra de arte, de onde poderão observar a baía e a mui nobre cidade do Funchal, através dos olhos do seu amado líder".
"Que, na base do pedestal, sejam colocadas pequenas rodas em aço, como nos antigos moinhos da ilha do Porto Santo, ligadas por correias transmissoras a um mecanismo propulsor interno, que permita que a estátua acompanhe o movimento do sol, como fazem os girassóis; que, na altura do zénite do astro-rei, emita a estátua um forte silvo, que simbolize para as gerações vindouras os imortais dotes oratórios de Jardim; (...)
Nota às gerações futuras, estamos no dia 14 de Abril do ano da Graça de 2008. Num momento em que o Homem já foi à Lua, Os Radiohead lançaram o Ok Computer, Mozart já festejou 250 anos e os Dinossauros estão extintos.

Cavaco na Madeira

O presidente da Região Autónoma da Madeira, Alberto João Jardim, disse ontem concordar que não se realize uma sessão solene com os deputados na visita do Presidente da República, Cavaco Silva, à região autónoma, porque daria «uma péssima imagem da Madeira mostrar o bando de loucos que está dentro da Assembleia Legislativa Regional».

Com estas declarações de Alberto João Jardim desconfio que a visita presidencial
à Madeira venha a ser a mais divertida de todas.
Com declarações destas como ponto de partida, a partir de agora será sempre a melhorar.

Angel from Montgomery

domingo, 13 de abril de 2008

Ainda a propósito da educação...

Enviaram-me este texto de Alice Vieria, escritora:

A geração do ecrã


Desculpem se trago hoje à baila a história da professora agredida pela aluna, numa escola do Porto, um caso de que já toda a gente falou, mas estive longe da civilização por uns dias e, diante de tudo o que agora vi e ouvi (sim, também vi o vídeo), palavra que a única coisa que acho verdadeiramente espantosa é o espanto das pessoas.


Só quem não tem entrado numa escola nestes últimos anos, só quem não contacta com gente desta idade, só quem não anda nas ruas nem nos transportes públicos, só quem nunca viu os 'Morangos com açúcar', só quem tem andado completamente cego (e surdo) de todo é que pode ter ficado surpreendido.


Se isto fosse o caso isolado de uma aluna que tivesse ultrapassado todos os limites e agredido uma professora pelo mais fútil dos motivos – bem estaríamos nós! Haveria um culpado, haveria um castigo, e o caso arrumava-se.


Mas casos destes existem pelas escolas do país inteiro. (Só mesmo a sr.ª ministra - que não entra numa escola sem avisar...- é que tem coragem de afirmar que não existe violência nas escolas...).

Este caso só é mais importante do que outros porque apareceu em vídeo, e foi levado à televisão, e agora sim, agora sabemos finalmente que a violência existe!

O pior é que isto não tem apenas a ver com uma aluna, ou com uma
professora, ou com uma escola, ou com um estrato social.
Isto tem a ver com qualquer coisa de muito mais profundo e muito mais assustador.

Isto tem a ver com a espécie de geração que estamos a criar.
Há anos que as nossas crianças não são educadas por pessoas. Há anos que as nossas crianças são educadas por ecrãs.

E o vidro não cria empatia. A empatia só se cria se, diante dos nossos
olhos, tivermos outros olhos, se tivermos um rosto humano.
E por isso as nossas crianças crescem sem emoções, crescem frias por dentro, sem um olhar para os outros que as rodeiam.
Durante anos, foram criadas na ilusão de que tudo lhes era permitido. Durante anos, foram criadas na ilusão de que a vida era uma longa avenida de prazer, sem regras, sem leis, e que nada, absolutamente nada, dava trabalho.

E durante anos os pais e os professores foram deixando que isto
acontecesse. A aluna que agrediu esta professora (e onde estavam as
auxiliares-não-sei-de-quê, que dantes se chamavam contínuas, que não deram por aquela barulheira e nem sequer se lembraram de abrir a porta da sala para ver o que se passava?) é a mesma que empurra um velho no autocarro, ou o insulta com palavrões de carroceiro (que me perdoem os carroceiros), ou espeta um gelado na cara de uma (outra) professora, e muitas outras coisas igualmente verdadeiras que se passam todos os dias.

A escola, hoje, serve para tudo menos para estudar.


A casa, hoje, serve para tudo menos para dar (as mínimas) noções de
comportamento. E eles vão continuando a viver, desumanizados, diante de um ecrã.


E nós deixamos.

sábado, 12 de abril de 2008

Prémio Karajan 2008 para o pianista Alfred Brendel

Alfred Brendel, o grande pianista austríaco, que é considerado um dos mais fiéis intérpretes dos compositores germânicos e que revelou obras de Haydn e Schubert para piano que estavam esquecidas, ganhou o Prémio Herbert von Karajan de 2008, no ano em que se comemora o centésimo aniversário do nascimento do maestro.



Franz Shubbert - Sonata para piano D. 959, parte 4-2

sexta-feira, 11 de abril de 2008

The Young Person's Guide to the Orchestra, Op. 34




Há que procurar formas para encontrarmos a nossa mesma Unidade.

Encontrei-a hoje de madrugada no mar, depois da surfada impossivel manter o espectro em baixo.

A sensação de profunda tristeza ontem sentida foi avassaladora.

Nunca tinhamos abandonado o estádio antes do fim do jogo, nem vi o segundo golo acontecer, recusa em absoluto. Bastou ver que ia haver golo e abandonámos o campo, virar a cara ao prenúncio do inevitável, estávamos fora.

Não havia irritação. Só tristeza.

Foram 20m em que a euforia se instalou, os canticos guerreiros enchiam Alvalade. "Só eu sei porque não fico em casa" unia todas as bancadas, ninguém naqueles 20m pensou que podiamos ser derrotados. O ataque era tão massivo e o desespero do Rangers tão evidente, só esperávamos o golo. E foi um erro de Miguel Veloso e Gladstone no meio campo que deitou tudo a perder. Erros acontecem, aquele foi fatal. Não há culpas, há derrota.
Só mesmo o mar para limpar isto tudo, e Carcavelos power, o Forte ao longe e ... ya... lol... larilas, mas então, é lindo, estava um arco perfeito em Iris sobre Cascais. Só eu sei porque não fico em casa!

Há dias

Há dias em que me entrego total e exclusivamente aos prazeres do corpo.
Há dias em que entrego total e exclusivamente à tristeza.
Há dias em que me entrego total e exclusivamente a mim.

Há dias…
Há dias em que sou grande, exclusivo, forte e muita giro.
Há dias em que o sol só nasceu para mim e grito de alegria.
Há dias em que sol, praia e uma surfada me enchem de vida.
Há dias em que um beijo da mãe é como uma esponja sobre os meus problemas.
Há dias em que acordo para voltar a adormecer.

Há dias…
Há dias em que te mando à merda.
Há dias em que te chamo de volta.
Há dias em que não te esqueço.
Há dias…
Há dias em que não passas de uma memória.
Há dias em que acordas comigo.
Há dias em que fazemos amor.
Há dias…
Mas há dias em que o herói decide morrer.

Desafio da gravidade




A história mais gira à volta da Casa da Música, vem do Rem Koolhaas (Pritzker em 2000), este arquitecto quase tão doido como a construção em si, diz qualquer coisa como um projecto como o da Casa da Música, só em Portugal poderia ser feito.




"É bem verdade que um edifício destes só podia acontecer em Portugal ou em Espanha. Isso quer dizer que a qualidade da indústria de construção civil aqui é superior. Mas houve outro pormenor: a situação política aqui é caótica. Continua a ser. Esse contexto muito particular [risos] deu-nos liberdade para manobrar conforme quisemos. Desde que a obra começou, eu já conheci cinco conselhos de administração. Mais ou menos um por ano. O mesmo com ministros da cultura.".






Ler tudo!

Mas isto exige mais, o edificio é Incrivel: Imagens