segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Our Lady, among us




[Coisas na vida de um padre] Estando ainda em Loiola, recebi um mail de João Moreira, editor da Revista Bica, com a proposta de nova colaboração. Já o tinha feito com um texto sobre a noite para a 3.ª edição. Desta vez o desafio era diferente. Escrever textos a partir de fotografias do projecto "Our Lady, among us" de Rodrigo Cabrita. As fotografias têm todas uma imagem de Nossa Senhora de Fátima. Achei o desafio muito interessante, ainda mais quando as fotografias são muito boas. Aí está, a partir da pág. 150. Boa leitura de toda a revista, que vale muito a pena, também com artigos sobre o novo Centro Cultural Brotéria - Cristianismo e Cultura e Padre António Vieira.

domingo, 26 de agosto de 2018

Força Monchique



[Secção solidariedade] O Campo de Férias terminou. Já falarei sobre ele. Assim, estou aos poucos de regresso. Começo por partilhar este evento Força Monchique. Será no próximo dia 31 de Agosto. Não vou conseguir estar por coincidir com o Encontro anual dos Jesuítas portugueses. No entanto, recomendo vivamente a quem possa ir. Vai sair mais enriquecido(a) humanamente enquanto pode ajudar quem muito ou quase tudo perdeu com o incêndio em Monchique.

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Fechado para Campo



[Fechado para Campo de Férias] Os próximos 10 dias serão de animação de 42 participantes. Entre jogos e banhos de rio, juntando teatro, dança e momentos de silêncio e reflexão, haja Vida!

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Auto-retrato



[Auto-retrato com pensamento solto em dia da Assunção de Maria] A água estava cristalina, em temperatura que pede, tal como as reflexões de vida, calma a entrar. Observei o entrecruzar de luz e de sombra provocado pelas suaves ondas. Vi a minha própria sombra a desvanecer-se entre as luzes. Tal como o pensamento. Pensar exige fluidez de luz e sombra, onde se misturam a dúvida e a clarividência de resposta. Ainda assim, no cauto coração aberto a receber a possível nova perspectiva que humanize. No dia de hoje, surgem as palavras de Maria, em momento de agitação: Faça-se. A Palavra naquele caso, evocando a voz divina que soou pela primeira vez a criar a Luz. Logo de seguida, no desconhecido dos primeiros tempos calcorreou montes e confirmando a fertilidade de Isabel grita os poderosos derrotados e os humildes exaltados. O poder que aniquila será sempre sombrio. Somente os que se atrevem a conhecer a profundidade do húmus interno, pessoal, feito carne, perceberão a luz que emana do respeito, do amor e da misericórdia. E isso pede tempo e silêncio, também a contemplar a sombra desvanecer-se na luz.

domingo, 12 de agosto de 2018

Ajuda Monchique




Jornal Barlavento

[Secção Solidariedade - Monchique] O fogo passou. Agora é tempo de, na medida das possibilidades de cada um(a), ajudar muitas pessoas que perderam muito, praticamente tudo ou mesmo tudo. Ao longo da última semana fui testemunha de como a sociedade civil, em particular a portimonense, viveu total entrega nos bastidores de apoio a todos os que combatiam o fogo e de acompanhamento das pessoas evacuadas. Para mim não é novidade pelo que conheço dos “meus” alunos, no entanto, é sempre bom de salientar a força do empenho da “malta nova”. Escuteiros, membros de grupos de jovens, filhos e filhas de voluntários(as) adultos(as) estiveram a dar o seu melhor em tudo o que havia para fazer nesse apoio aos bombeiros. E isso, pelo que sei, continua no Centro de Apoio Monchique que centraliza toda a ajuda a dar a quem mais precisa. Aconselho a passar por lá ou pelo site e ver as ajudas necessárias: www.ajudamonchique.com 

O Corpo e Deus




[Momento orgulho] Já saiu há dias, estando eu de retiro. Mas agora, a retornar a alguma calma depois de dias cheios, partilho imagem com a minha primeira publicação de um artigo teológico na mais antiga e reconhecida revista italiana “La Civiltà Cattolica”: “O Corpo e Deus”: https://www.laciviltacattolica.it/articolo/il-corpo-e-dio/

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

É tempo de acompanhar.



Pedro Nunes/Reuters

[Secção pensamentos soltos] É difícil escrever dentro da complexidade do que acontece ante um incêndio de grandes dimensões. Rapidamente exigem-se responsabilidades, apontando dedos e acusações. Ao mesmo tempo, dá-se o louvor e a gratidão a quem está no terreno a apagar o fogo. Entrecruzam-se ainda as críticas, os comentários, “fez”-“não fez”, “disse”-“não disse”, etc. etc. etc. O diálogo entre a razão e a emoção difere muito dependendo de quem e de como se está a viver a situação: para muitos é “uma” casa, para os que estão em vias de a perder é “a” casa; para muitos é “um” animal, para quem sempre viveu com eles como sustento ou companhia, são “os” animais; para muitos, estando a centenas de metros ou quilómetros, sem qualquer relação afectiva directa, é relativamente simples comentar com racionalidade e “ponderação” o que se está a viver; para quem está a escassos metros, sem bombeiros à vista, a adrenalina diminui bastante a capacidade de pensar, entrando-se em reacção de sobrevivência que, sim, pode significar querer salvar “a” casa, ou seja “a” vida. Será necessária distância para agradecer as evacuações forçadas, mesmo com ameaça de acusação de “desobediência civil”. Tal como a outra distância igualmente necessária para se perceber que a vida, sem ser no sentido puramente biológico, não se reconstrói no simples “a vida continua” quando se perde tudo. É precisa ajuda material e humana, nesse sarar feridas físicas e de alma. A Serra perdeu vida. Muitas e muitas pessoas perderam vida. Talvez com exagero, reconheço, todos perdemos vida em cada incêndio. Percebe-se a importância de cuidar. E, não, não é só das florestas, mas também da linguagem e uns dos outros. Para milhares, a vida continua… e já está. No entanto, muitas pessoas entraram em luto. É tempo de acompanhar.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Paz




[Secção muito breves pensamentos soltos] Nestes últimos dias, na minha oração também em serviço, tenho recordado este parágrafo do livro “Etty Hillesum” de Frei Michaeldavide, pelas edições Paulinas. Li-o durante os Exercícios Espirituais. Tirei a foto, mas não registei a página. O parágrafo são palavras de Etty no seu Diário. Sim, fazem-me muito eco nestes dias, com tudo a acontecer na nossa Serra de Monchique e arredores.