sexta-feira, 29 de março de 2019

Times Square, o cavalo




Leonor Regueiras


[Coisas na vida de um padre] Estamos em plena Festa das Famílias aqui no Colégio. Momento de encontro e convívio com muita animação... e a visita do Times Square. Sim, o cavalo com que alguns alunos fazem terapia. “Sr. padre e que tal uma voltinha?” São oportunidades que não se perdem.

quarta-feira, 20 de março de 2019

Ajuda a Moçambique




Do que se pode saber, temos visto imagens desoladoras da passagem do ciclone por Moçambique, Zimbabwe e Malawi. A Fundação Gonçalo da Silveira, obra da Companhia de Jesus, com credibilidade e contactos no terreno, vai orientar as ajudas recebidas a quem mais precisa. Ficam as informações para quem possa ajudar financeiramente. 

Donativos para:
Conta: FGS Emergência Moçambique 2019
Nº de conta: 000 10 591814-8
IBAN: PT50 0036 0000 9910 5918 1487 7

terça-feira, 19 de março de 2019

Dia do Pai




Kátia Viola 
Volto a esta foto, pelo muito significado que tem, em especial pela subtileza do braço da minha mãe, no abraço ao meu pai.

[Secção pensamentos soltos em Dia do Pai] A força e a ternura da paternidade. Podia, a meu ver, ser um título para o dia de hoje. Ser pai (ou padre) implica dar vida. Esta dádiva, que para a maioria começa de forma biológica, vai-se transformando em desejo de ajuda ao crescimento. Todo o dom é transformador. Ninguém pode ficar igual quando dá e quando recebe. As nossas histórias são marcadas pelas relações de quem nos foi próximo, ajudando-nos a encontrar sentido de realidade. Neste dia, muitos recordamos os pais que deram e dão o melhor para que sejamos o melhor de nós. Mas, também neste dia gosto de pensar e rezar por quem viveu ou vive um pai que se tenha limitado a ser progenitor e encontra o sentido da paternidade noutra figura masculina ou, sim, na mãe ou outra figura feminina. Deus, que cria o ser humano à sua imagem e semelhança, homem e mulher os criou, diz-nos o Génesis, integra os dons masculinos e femininos. Chamamos-Lhe de Pai, certo. Com entranhas de mãe, diz-nos Isaías. Ser dador de Vida é conciliar a força, da segurança, da determinação, com a ternura, em afecto, que permite a flexibilidade de quem deseja explorar o mundo. Conciliar força e ternura é confiar. Confiar na tradição, na experiência de caminho feito. Confiar que na relação ambos crescemos na flexibilidade de algo novo a acontecer. Assim viveu S. José a confiança.

domingo, 17 de março de 2019

Palavra viva




[Secção boa publicidade] Tenho rezado a partir da nova tradução dos Evangelhos da Conferência Episcopal Portuguesa. Este trabalho tem vindo a ser desenvolvido para ir o mais possível ao original do significado do texto e aproximar a linguagem à actualidade, de modo a ser usado na liturgia, mantendo assim a força teológica da “Palavra viva”. Uma novidade: esta tradução não está fechada. É possível escrever para a Comissão de tradução com sugestões, caso não se entenda alguma palavra, frase e expressão. Afinal, esta Palavra deseja que se forme comunidade. Assim, cada um de nós pode expressar o seu entender, contribuindo para que Ela continue a dar vida a quem a lê.




sábado, 16 de março de 2019

6 anos




[Secção aniversários] Pela manhã, nesse dia, caminhei em silêncio, deixando que os pensamentos e emoções se soltassem. Pela tarde, nu, diante de uma cruz, rezei: “Aqui estou!” Pela noite, prostrado, enquanto escutava a ladaínha dos Santos, pessoas e mais pessoas surgiam-me no coração, enquanto pedia a Deus para ser terra fecunda ao Seu serviço. Ajoelhado, no momento da consagração, apercebi-me do “já está”. D. Fidel, no abraço, sussurrou: “ama muito”. 6 anos como diácono.

segunda-feira, 11 de março de 2019

Breve oração




[Breve oração ao adormecer]

Agradeço-Te
ser pó de terra moldado e a moldar
em notas límpidas que falam
de silêncio e de universo

sexta-feira, 8 de março de 2019

Educar para a dignidade




Dasha Horita

[Secção pensamentos soltos repescados para 8 de Março] Há coisas que não são de escrever ou dizer, mas simplesmente de fazer. Neste caso, agir em tudo o que leve à dignidade humana, seja em género feminino ou masculino. Parece-me que tem de haver a complementaridade que dá sentido à evolução humana. No entanto, infelizmente, há que marcar em datas o recordar de que a Mulher não é nem escrava, nem adorno, nem, como ainda em tanto sítio passa, um ser de segunda ou de terceira. O ponto fundamental: a educação. Educar cada menina, rapariga, mulher a viver o respeito por si própria. Educar cada menino, rapaz, homem a viver o respeito por si próprio. Educar ambos para respeitarem o outro, com igual dignidade, fazendo os possíveis para que todos, em especial as mulheres por serem as que mais sofrem, possam ter educação e os seus direitos respeitados.

quinta-feira, 7 de março de 2019

À conversa... na liiv




[Coisas na vida de um padre] Estive à conversa com a Liliana Valpaços e a Sílvia Baptista, editoras da Matéria-Prima Edições e agora com a Liiv. Aqui fica a partilha: https://liiv.pt/self/10-minutos-com-padre-paulo-duarte/

terça-feira, 5 de março de 2019

Carnaval




[Secção pensamentos soltos] Em passeio por esta praia, lembrei-me que há anos (coisa pouca como se pode ver pela foto) também por lá fui em dia de Carnaval. Tanto mudou desde aí. Entre máscaras e fardas postas e tiradas, outros principados acontecem. De nobreza fantasiada, dá-se clero realizado. Por segundos e talvez para a foto encarnei a personagem. O mundo da fantasia é fundamental para uma criança, para abrir a criatividade e ganhar ferramentas psíquicas bastante úteis em situações de adversidade. No caso do adulto, entre a beleza da realidade, remeto-me a Sebastião da Gama: “pelo sonho é que vamos”.

segunda-feira, 4 de março de 2019

Casa das Memórias




[Secção pensamentos soltos em memórias] Esta manhã fui atravessado por muitas memórias. Faz parte do processo, mais ou menos consciente, do luto e, a meu ver, de dar sentido à Vida. O meu pai tinha-me comentado que uma Companhia de teatro, que está a fazer teatro de intervenção nas zonas de Monchique e Aljezur, queria ver o salão da casa dos meus avós. Antes de ser deles, há mais de 30 anos, foi Casa do Povo e aí, no Salão, celebravam-se muitas festas, encontros, actividades. Provavelmente também festas de Entrudo (diziam mais assim que Carnaval). Daí as memórias para esta peça que aí gostariam de apresentar. Ainda não tinha ido lá depois da partida da Avó Teresa. Foi hoje o dia. Mal passei a porta comecei a ter flashes de memórias: a brincar naquelas descidas de pedra; o cheiro a pão acabado de cozer; as conversas com o Avô Zé vindos da horta; a chegar de ter ido levar o leite; o ar de surpresa da Avó Teresa quando a visitava depois de ter estado tempos fora; até mesmo a Avó Constança, a lavar roupa no grande tanque; e muitas outras. Emocionei-me. A casa, desde há pouco mais de um ano vazia, está com aspecto desabitado. Muitas ervas crescidas. Mas, também ainda flores que a minha Avó tanto gostava. Fiquei pensativo com esta ida à Casa, chamo-lhe hoje, de Memórias. 

O luto acontece. São as memórias que ajudam a transformar. Emociona por saber que esse tempo já não volta. Surge a saudade. Tudo isso é tão natural. Em mim, tem-me levado a pensar sobre a real importância da vida. Em tempo de Carnaval, posso acrescentar, sobre a real importância de deixar que as máscaras da existência possam cair, encontrando cada vez mais a ligação com o “eu sou” que caracteriza a relação com Deus. Ser, simplesmente ser. É o desafio espiritual que ajuda a que todas as categorias percam valor diante da autenticidade ante si mesmo e Deus. 

Estou contente. A Casa das Memórias vai ser habitada por momentos, tornando-se cenário de parte da peça “Medronho#2 - Serra”, com textos de Afonso Cruz, que segundo Giacomo Scalisi, director artístico, falarão do universo feminino na Serra. São memórias a despertar a importância de se viver bem o presente.