segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

100

Este que será para mim o útimo post de 2007 é também o 100º post do mês de Dezembro. Em nenhum outro mês desde a criação do blog conseguimos atingir este número. 100 posts num mês é muito bom! Significa que nos temos esforçado por manter este espaço bem vivo. E por falar em vida, em jeito de despedida de 2007, quero desejar para o novo ano muita vida para todos os que nos lêem. Muita vida para viver, com as suas dificuldades, as suas alegrias, as suas tristezas e aquilo que faz do dia a dia uma luta constante, "L'Écume Des Jours" como lhe chamou Boris Vian.

Série Músicas que arrepiam XXIX


'Morning Passages'
'Dead Things'
(Philip Glass)

domingo, 30 de dezembro de 2007

Facto

Ao ouvir o Cristiano Ronaldo falar numa reportagem da SIC, percebi que ele fala exactamente o mesmo idioma que o Berardo.

sábado, 29 de dezembro de 2007

Suspeita






Pior que o esquecimento era a suspeita

de que o inverno em mim amarelecera

toda a razão de ser da primavera.



David Mourão-Ferreira
Tempestade de Verão (1950-53)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

E porque é sexta feira...

O papo-seco


Não comprava carcaças desde o paleolitico, ontem fi-lo e encontrei o meu filão de ouro. Um pedaço de ar, água e farinha com um grama de quimicos para ficar mais branca custa 11 centimos! Para a semana início a minha nova empresa, abrir uma padaria cujo ambição é abastecer o MARL, dono e senhor da maior central fotovoltaica do mundo, presumo que vá precisar de muito pão!

A Lua em fase descendente prenunciava um mau final de ano, mas... até ao momento a força do mar tem contrariado a da gravidade. Avizinha-se um final de ano em grande a Sul. Hoje partimos, melhor companhia não podia ter, até já babes

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

O que podem fazer os jogos de computador

Não deixem os vossos filhos jogarem jogos de computador, vejam, até ao fim, o que lhes poderá acontecer e como se poderão comportar!
Limitem-se aos carrinhos, às bonecas e achem graça às pistolas de água...


New York Times aconselha


Bargain-seeking tourists have long flocked to Lisbon, typically among the most affordable of European cities. But now the Portuguese capital is also emerging as a cultural force. The new Berardo Collection Museum, in the historic Belem district, boasts a major trove of modern and contemporary art. Designer hotels like Fontana Park and Jerónimos 8 are attracting style-savvy travelers. And the Design and Fashion Museum, scheduled to open in late 2008, will go a long way toward cementing the city’s avant-garde status.

Grátis

Ao que parece, o Museu Colecção Berardo, instalado no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, vai continuar a ter entrada gratuita em 2008, segundo anunciou hoje a instituição. O que convém perguntar à senhora Ministra da Cultura é quem paga as despesas de funcionamento do Museu. Pelo que sei, é o contribuinte. E pelo que sei as despesas não são assim tão pequenas quanto isso. É gratuito? Deve ser, mas para esse grande salvador da pátria que o primeiro ministro desencantou nos buracos mais reconditos da nação. A única pessoa que lucra com este negócio é Berardo que tomou de assalto e a custo zero o Centro Cultural de Belém. O número de visitantes que orgulhosamente nos têm atirado à cara com frequência para justificar a operação não me surpreende nem me convence: com o que foi gasto em promoção e publicidade e com entradas permanentemente gratuitas a exposição teria milhares de visitantes nem que fosse para ver sabonetes, lâmpadas ou calhaus. Infelizemente a palavra 'grátis' ainda deslumbra muita gente. Penso que seria interessante revelar também o número de visitantes das exposições temporárias PAGAS organizadas pelo Museu Berardo. Talvez a senhora ministra se surpreenda. Ou não...

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

O ridiculo em que nos tornamos com os presentes de Natal

Este Natal recebi um i-pod. Uma maravilha à qual estou completamente rendido. Estou tão rendido que passei quase uma hora com os phones nos ouvidos, sozinho em casa e a dançar. Quem me visse acharia que tinha enlouquecido. Deveria parecer um tontinho qualquer, a dançar mal que dói! Mas diverti-me imenso e só parei quando estava cansado e, confesso, já não dançava tanto há muito tempo.
P. obrigado pelo presente.
A música que me acompanhou era esta:

Amanhã é dia de cinema pipoca!

Já agora...

Uma vez que os festejos do Natal estão praticamente concluídos e tendo em conta que ainda faltam uns dias para os excessos da passagem de ano, sugiro que, por estes dias, façam um programa diferente. No Palácio de Belém está aberta ao público uma exposição de peças de arte sacra do Patriarcado de Lisboa. São umas quantas dezenas de imagens do Menino Jesus, que vale a pena ver porque, estando espalhadas por toda a diocese de Lisboa, estão juntas no mesmo espaço pela primeira vez. À saída, podem sempre ir comer um Pastel de Belém!


"Inaugurada a 7 de Dezembro, no Palácio de Belém, a exposição “Olhares sobre Jesus Menino” foi organizada conjuntamente pelo Museu da Presidência da República e pelo Sector de Bens Culturais da Igreja.
A exposição, que reúne cerca de uma centena de peças, datadas entre os séculos XVI e XX, pretende dar a conhecer um património desconhecido, centrado na representação do menino Jesus. As peças, na sua maioria provenientes de igrejas e conventos do Patriarcado de Lisboa, nunca foram expostas e, no seu conjunto, representam a maior exposição jamais organizada em Portugal sobre o tema. A mostra está patente na galeria das antigas jaulas do Pátio dos Bichos e enquadra-se no conjunto de actividades festivas promovidas pela Presidência da República para celebrar o Natal.
As peças que integram esta exposição pretendem propor um percurso dividido em três núcleos e centrar o visitante na figura de Jesus Menino.
Partindo da Anunciação do Arcanjo Gabriel à Virgem e da Natividade, obras que no primeiro núcleo abrem a exposição, passa-se ao elemento central de todo o conjunto. O segundo núcleo apresenta-se como um convite a um olhar directo sobre a imagem do Menino. Vestes, leitos e outros adereços, objectos devocionais relacionados com o culto à infância de Cristo, imagens do Menino sentado, deitado ou de pé, num estilo hierático, erudito ou popular, levam o visitante a compreender como a arte exprime sentimentos, religiosos e humanos, através da figura humana do Menino Deus.
Um terceiro e último núcleo centra-se nos olhares da Virgem, de José e nos nossos. As peças expostas neste núcleo reúnem um conjunto de obras de imaginária e pintura através das quais se pretende fazer convergir o olhar para a relação estabelecida entre as figuras que o integram. Este último núcleo termina com a figura da Virgem de mão dada com o Menino como convite a não fazer desta exposição uma mera mostra de arte sacra, mas algo de dinâmico e vivencial. Toda a exposição é conduzida por frases, excertos de textos de autores portugueses e não só, que reflectiram, na sua obra literária, o Mistério do Natal."

.

Horário das Visitas:
De Terça a Sexta das 14h00 às 17h30
Sábados e Domingos das 10h00 às 17h30
Nota: nos dias 25 de Dezembro e 1 de Janeiro a exposição está encerrada

Mais informações aqui.


Ya... somos rastejantes... voadores! Na Cave senhores, algures à esquerda da foz do Douro.

Hoje é mais ou menos isto... (Série Músicas que arrepiam XXVIII)

In The End
(Scott Matthew)

"we all bear the scars
yeah, we all feign a laugh
we all cry in the dark
get cut off before we start
and as your first act begins
you realise they're all waiting
for a fall, for a flaw, for the end
and there's a past stained with tears
could you talk to quiet my fears
could you pull me aside
just to acknowledge that i've tried
as your last breath begins
contently take it in
cause we all get it in the end
and as your last breath begins
you find your demon's your best friend
and we all get it in the end"

Beethoven

Jamais conheci um artista que exibisse tamanha concentração espiritual e tamanha intensidade, tanta vitalidade e grandeza de coração. Compreendo pefeitamente que, para ele, deva ser muito difícil se adaptar ao mundo e às suas formas.

Goethe

Prometeu

[...] Na tua paciente energia, na resistência e na revolta do teu invencível Espírito, que nem a Terra nem o Céu puderam abalar, herdámos nós uma poderosa lição; tu és para os Mortais um símbolo e um sinal do seu destino e da sua força. Como tu, o Homem é em parte divino, um turvo rio nascido de uma fonte pura; e o Homem pode prever fragmentariamente o seu destino mortal, a sua miséria, a sua revolta, a sua triste existência solitária, ao que o seu Espírito pode opor a sua essência à altura de todas as dores, uma vontade firme e uma consciência profunda que, mesmo na tortura, pode descobrir a sua recompensa concentrada em si própria, pois que triunfa quando ousa desafiar e porque faz da Morte uma Vitória. [...]
Byron
E se adormecesses?
E se, no teu sono, sonhasses?
E se, no teu sonho, subisses aos céus e ali colhesses uma estranha e bela flor?
E ainda se, ao acordares, tivesses a flor na tua mão.
Ah, como seria, então?
Coleridge
No domingo tive em antecipação um belo presente. A baia dos coxos só para mim, rebentavam ondas de metrão e eu ali sozinho. Depois percebi porquê, se ali estava bom, em Pedra Branca estava animal, e os que não andavam às compras curtiam grandes tubos sobre a rocha. No regresso, as intermináveis circulares à volta de Mafra... por entre os prédios que ali nasceram, percebe-se ainda alguma da exuberância da natureza anterior e numa das artérias, vimos o Convento de Mafra à nossa frente, obra maravilhosa e que por ser grande, deu a Saramago a razão da história de Baltazar e Blimunda. Não me lembro de aliança mais feliz na literatura portuguesa!
Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
Mário de Sá Carneiro
Porque não comemorar antes que ela chegue, a vida e a pessoa? A aproximação da morte tem este efeito de nos provocar dor e tristeza, pois que venha, mas com ela também toda a exaltação de termos a honra e privilégio, directa ou indirectamente, de privar com ele. Para o José

Ó gente da minha terra

Uncut!



by appointment to Crítico

A Senhora da Ajuda

"Com o “dirigismo” instituído veio também a irresponsabilidade da mania das grandezas, que afinal vai de par com a fotografia do poder, a da própria governação da Ajuda, que se colhe de uma operação tão lamentável e dispendiosa como a exposição do Hermitage ora aí mesmo patente.
Para memória futura, deve pois ser devidamente sublinhado esse outro grande projecto anunciado pela Profª. Isabel Pires de Lima, na entrevista ao “Notícias Magazine” de 16-09-07: “Gostava de ver lançado um grande festival ligado à ópera, os termos ainda não estão bem definidos. Teríamos de criar um festival de ópera que fosse o último da temporada europeia. Uma coisa que poderia ter poderia lugar no mês de Setembro, com produção do Teatro Nacional de São Carlos, mas realizado em vários espaços ao mesmo tempo e eventualmente em espaços ao ar livre, para isso já tive um encontro com o presidente da câmara. Tivemos uma audiência muito frutuosa”.
Habituámo-nos em Isabel Pires de Lima àquele inconfundível estilo de uma professora catedrática incapaz de dizer uma frase correctamente articulada em português, com princípio, meio e fim. Mas que ela gostava de ver lançada “uma coisa” que seria um grande festival de ópera, o último da temporada europeia, em Setembro (após o fim de Salzburgo, Bayreuth e Glyndebourne), isso é indesmentível.
Seria caso para dizer que se trata de uma cena “buffa”, não soubessemos também já que a ministra da Cultura se toma muito a sério, e que não teria iniciado as diligências (que não se imagina como poderão ter provimento junto da Câmara da Lisboa, na situação financeira em que se encontra) se o projecto não fosse oriundo do próprio intendente-geral dos teatros nacionais e da Opart, o secretário de Estado Vieira de Carvalho.
Enquanto no concreto palco do São Carlos se assiste por ora a um vazio de perspectiva, o “dirigismo esclarecido” de Suas Excelências atinge o ponto de delírio de se imaginarem príncipes de “um grande festival de ópera que fosse o último da temporada europeia”, eventualmente até em espaços ao ar livre, talvez junto ao rio, qual nova Òpera de Tejo, como a de D. José que o terramoto destruíu. "

Augusto M. Seabra, in Letra de Forma

Lendo os outros


"GOSTOS PERVERSOS
Primeira cena. Mário Soares e Clara Ferreira Alves no interior dos Jerónimos. Falam sobre religião. O dr. Soares diz que a religião "tem uma força", mas apressa-se a inventariar os seus limites. A dra. Clara, inclinada, ri-se: "Não ousa dizer que os deuses são os homens..." O dr. Soares não ousa, embora lembre que "o homem é a medida de todas as coisas" e que "o que temos descoberto nestas últimas duas décadas é extraordinário".
Segunda cena. Sinagoga de Lisboa. O dr. Soares, de solidéu, acha que "a religião judaica é extremamente importante" e recorda que foi o primeiro chefe de Estado europeu a pedir desculpa aos judeus. A dra. Clara introduz na conversa Israel e o Médio Oriente e informa que viajou duas vezes com o dr. Soares a Jerusalém.
Terceira cena. Mesquita e Catedral de Córdoba. O dr. Soares desfia inocentemente os mitos acerca da tolerância do "Al-Andalus" e exorta ao fim das guerras religiosas. Depois, numa análise mais profunda, revela que os terroristas são seres humanos e que o Ocidente "deve desarmá-los com a bondade" (sic).
Quarta cena. Mesquita de Lisboa. A dra. Clara enverga um lenço muçulmano. O dr. Soares explica que Bush, "um flagelo", "incendiou o Médio Oriente e criou um conflito entre o Islão e o mundo cristão."Quinta cena. Sinagoga de Lisboa. O dr. Soares confessa que seguiu a filosofia grega e o direito romano. E que não foi "tocado pela fé". A dra. Clara concorda com um aceno. O dr. Soares cita Julia Kristeva (uma referência seríssima) a propósito da "necessidade de acreditar". A dra. Clara interrompe para decretar o dr. Soares "um iluminista que não foi iluminado pelo divino" e ri-se com o engenhoso trocadilho. O dr. Soares resume: "Sou filho da Revolução Francesa..." E a dra. Clara, que aqui estranhamente não ri, completa: "... e dos direitos do homem". Isto prossegue por outros vinte minutos. Isto é O Caminho Faz-se Caminhando, a série mensal do dr. Soares e da dra. Clara que a RTP transmite. O normal seria imitar a dra. Clara e acrescentar: "... e que o contribuinte paga". (...)"


Alberto Gonçalves, in Diário de Notícias

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Missa do Galo - Sé Catedral de Lisboa

Noite Feliz

"Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça.
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos"

Sophia de Mello Breyner Andersen

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Amarga Navidad


"Acaba de una vez de un solo golpe
porque quieres matarme poco a poco
Si va a llegar el dia que me abandones
prefiero corazon que sea esta noche
Diciembre me gusto pa' que te vayas
que sea tu cruel adios mi Navidad
No quiero comenzar el año nuevo
con este mismo amor que me hace tanto mal
Y ya despues que pasen muchas cosas
que estes arrepentida que tengas mucho miedo
Vas a saber que aquello que dejaste
fue lo que mas quisiste pero ya no hay remedio
Diciembre me gusto pa' que te vayas
que sea tu cruel adios mi Navidad
No quiero comenzar el año nuevo
con este mismo amor que me hace tanto mal"

Jose Alfredo Jimenez

domingo, 23 de dezembro de 2007

Repensar a Vida em tempo de Natal

Veja este vídeo. Incomoda. Mas é bom que se sinta incomodado e pense. Em tempo de Natal - tempo de Amor - é tempo de pensar nos outros e deixar de se olhar no espelho. Faça-o como uma preparação para o grande dia em que nasceu Jesus em cuja humana divindade deveremos rever-nos.

Hoje no Centro Cultural de Belém, às 17H


Concerto de Natal


Três meses depois da sua estreia absoluta, a Orquestra de Câmara Portuguesa junta-se ao coro "Voces Caelestes", no Grande Auditório do CCB, para celebrar a época natalícia.

A OCP pretende renovar o êxito do seu primeiro concerto com a recriação de Schnittke, para violino e piano, sobre o famosa canção de natal "Noite Feliz", de Franz Gruber; com o "Magnificat" de Bach e a universalíssima 5ª Sinfonia de Beethoven, estreada no Theater an der Wien no dia 22 Dezembro 1808. É um programa de enorme contraste expressivo e emocional, que reúne a novíssima geração de talento musical em Portugal, dirigida por Pedro Carneiro.


PROGRAMA

Stille Nacht, Alfred Schnittke"

Magnificat“, J. S. Bach

Intervalo

Sinfonia Nr. 5 em Dó menor, Op. 67, L. van Beethoven

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Para ler com muita atenção o novo número da OBSCENA

"No último número do ano o olhar em Portugal, no âmbito do dossier sobre políticas culturais que temos vindo a apresentar desde Setembro. Fomos perguntar a André Dourado, Catarina Vaz Pinto, Cristina Peres, Jorge Salavisa, Maria José Stock e Miguel Abreu se existe uma política para a cultura em Portugal. Uma mesa-redonda onde temas como a formação de públicos, o confronto entre infra-estruturas e conteúdos, políticas de continuidade e relações económicas entre Estado, mecenas e sociedade civil, traçam mapas para o entendimento do que mudou e ficou por fazer desde a entrada na União Europeia, em 1996.
O mesmo dossier inclui o balanço do encontro Teatro Europa, organizado pelo Teatro Nacional S. João, no início do mês de Dezembro, e ainda contributos de Adolfo Mesquita Nunes que reflecte sobre direito e cultura no espaço comunitário, e de Nuno Grande, arquitecto e responsável pela programação da área de Arquitectura e Cidade da Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura, que nos dá conta de uma certa ideia de política cultural sob o prisma das grandes intervenções públicas urbanas. André Dourado reflecte, na sua coluna habitual, sobre o novo pólo Hermitage, instalado no palácio da Ajuda, em Lisboa.
(...)"

Magnifico Beck


Beck reedita no prox dia 29 de Janeiro o album Odelay, numa edição de super luxo contendo (agora salivem): além do Odelay original + 2 canções gravadas em estúdio e que ficaram de fora e uma 3ª que fez parte da banda sonora do filme "A Life Less Than Ordinary". O 2º cd contém 6 lados B + covers, entre ela a de Jackass por um grupo de Mariachis.

Hoje, no CCB



Nefertiti não tinha papeira

Tutankamon apetite

Já minha avó me dizia

Olha que a sopa arrefece.


Zeca Afonso


Regresso muitas vezes a este album que passou despercebido a muitos e que considero, dos melhores da música portuguesa. Amélia Muge, João Afonso e José Mário Branco fazem uma recolha da música do Zeca e escolhem aquelas músicas menos conhecidas para uma noite no São Luís, pelo meio há a Canção de Embalar, Se Amor Não Me Engana ou Maio Maduro Maio, canções fundamentais do cancioneiro português e por isso obrigatórias. É esta última, Maio Maduro Maio, talvez das mais bonitas canções que conheço, e que pela qualidade da melodia e da letra, proporcionam leituras que são gemas preciosas. A deste disco é, a dos Madredeus é talvez a melhor... possivelmente superando original. Venham mais 5 covers!


Há um momento giro no album, sensivelmente a meio, o Zé Mário diz qualquer coisa como "não sei se vamos ganhar alguma coisa com este espectáculo, nós deviamos era pagar, isto é muito bom...". Penso, resume tudo.
De tantas vezes falar neste album, alguém há-de acabar por comprá-lo lol

O T. põe aquela imagem dos golfinhos a surfarem, nesta não se vê, mas hoje estava eu apenas com as gaivotas a surfar em C., quando vem o set as gaivotas fazem razias às ondas à procura de peixe. É um grande início de dia este!

JÁ BOCAGE NÃO SOU...


Morreu em 21 de Dezembro de 1805 Manuel Maria Barbosa du Bocage. Infelizmente hoje mais conhecido pelas anedotas que dele se contam, revelando o seu lado irreverente, provocador e aventureiro, do que o excelente poeta da Arcádia, culto e talentoso. Eis o seu auto-retrato ou, como o intitulou, Retrato Próprio:

Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo na figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;

Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno;

Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades,

Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades,
Num dia em que se achou mais pachorrento.


quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Políticos.Vá lá a gente entendê-los!


O CDS ( umas vezes com PP outras vezes sem PP) perante a magna questão da forma de ratificação nacional do "Tratado de Lisboa", resolveu ouvir várias personalidades para formar opinião: por via parlamentar ou por referendo. O que pareceu ser uma atitude sensata. Ouviu. E depois disto, por proposta do Dr. Paulo Portas, o Conselho Nacional de ontem decidiu por 91% que deveria ser convocado um referendo, porque o CDS (PP ?) havia prometido fazê-lo e, segundo o deputado Nuno Melo,«É essencial para a credibilidade da política que estes compromissos sejam cumpridos, de outra forma qualquer dia ninguém acredita nos políticos». Ou andaram a gozar com as pessoas que lá foram falar (embora a maioria fosse pela via referendária), ou com os votantes no partido ou lá perceberam que havia que capitalizar o descontentamento euro-céptico à direita e tentar entalar o PSD (PPD ?). Qualquer dia ninguém acredita nos políticos? Ou já hoje?

Bolas de Berlim e comidinha de tias


Ah! Finalmente lá nos esclareceram que afinal sempre poderemos comer bolinhas de Berlim na praia. E que as tias podem continuar a cozinhar para fora (quantas não se safaram assim de morrer à fome depois do 25/4, quando os maridos foram saneados por crimes políticos que a maioria não cometeu nem nunca se provou !), desde que constituam empresas de catering e tenham a cozinha toda limpinha e provem que as carnes utilizadas têm um número de controlo veterinário dado pela DGV. Enfim, coisas simples.
Sem pachorra para subscrever mais uma petição - agora peticona-se a propósito e despropósito, está na moda este "direito de cidadania"-a verdade é que certas leis, comunitárias ou nacionais, são ridículas e a ASAE, com tanta preocupação com a nossa saúde, ainda nos acaba por matar de raiva ou de riso.

Amnistia Internacional



Porque não este Natal oferecer alguma coisa aos outros. Eu sou sócio, e você?




quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Porque eles também surfam!


Non ou a Vã Glória de Julgar

Há aí uma cerveja que assenta a publicidade no Orgulho Hetero fazendo-o com alguma piada e ironia. É claro, não passaria pela cabeça de alguma marca excluir um mercado, neste caso gay.
Leio agora no dn esta noticia extraordinária, do qual retiro "Ao instituir-se um dia mundial de luta contra a homofobia estar-se-ia, no fundo, a instituir um dia contra todos aqueles que pensam a sexualidade de modo distinto e, consequentemente, a colocá-los numa situação de discriminação" e ainda "seria, de alguma forma, atentar contra a liberdade de opinião".
O argumento é do mais inqualificável que possa existir. É como se o Mundo Ocidental se sentisse ofendido e marginalizado com a ajuda oferecida ao Terceiro Mundo. É como se o homem da Câmara Pereira tivesse neurónios a menos.
Não quero dizer que concorde com o tal dia. Não concordo. Seria mais um dia de são não sei quê. É irrelevante e nem considero sequer que seja uma conquista. Serei eu mesmo homofóbico? Não creio, tal como não creio em porta estandartes como forma de instituir tolerância perante um grupo temporalmente marginalizado por uma inteligência boçal Judaico-Cristã!

Racionalmente, se dividirmos a sociedade em camadas, na sua maioria, os nossos avós não irão aceitar o mundo gay, os nossos pais idem com raras excepções (muitos atravessaram o 25 de Abril e será preciso um pouco de vergonha na cara para gritar abaixo algumas desigualdades deixando outras fechadas na gaveta), os nossos irmãos, filhos... cabe-nos a nós educá-los nesta diferença que afinal é tão banal.
Parece-me que tal como o ambiente, o mundo vai bem encaminhado. Se desde crianças, na escola, lhes dissermos que XXvsXX ou XYvsXY é tão igual como XXvsXY, quem se irá opor?
Quem é que hoje não tem um amigo ou uma amiga gay? Porquê escondê-lo da miudagem? Continuamos a perpétuar a intolerência através dos guetos senão o fizermos.
Será assim uma vergonha tão grande, para nós mesmos continuar a esconder que sou amigo do Zé ou da Maria, e eles têm uma sexualidade diferente da minha? Pensaremos num possível contágio ou apenas confrontamos os nossos medos e receios perante a sexualidade deles?

Em conversa uma amiga diz "claro que sabe mas não quer ver, qual é a mãe que sonha com um filho gay?". Depois, até destrinçamos a "sentença" e concluimos, se é filho e gay... a mãe deve dar pulos de alegria porque não terá nunca qualquer femea a ameáça-la e ainda ganha mais um bebé... se é filha e gay, então ganha não uma mas duas filhas, pode apaparicá-las e vesti-las e projectar-se nelas. Claro que o fantasma da descendência e dos netos os amedronta. Mas aí meus caros, a solução é como num fundo financeiro, diversifiquem... tenham mais filhos e contribuam para o rejuvenescimento populacional.
A luta é de fora para dentro ou de dentro para fora? Lute-se pelo que faz sentido e não pela imagem. Sei que dá mais trabalho, penso também que o resultado é bastante melhor, sobretudo, mais saudável!

Carla Bruni &Sarkozy

Hilariante! made in Lobi do Chá

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Paula Rego


Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
"Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".
Este "Nunca mais" é do poema o Corvo de Edgar Allan Poe aqui traduzido por Fernando Pessoa
O Desenho é claro, é da Paula Rego
Lamentar profundamente não ter conseguido um fds, dar um salto a Madrid e vê-la! Até ao final do mês... para um punhado de sortudos.



Speechless


A imagem é impressionante. Na bela Nazaré, onde as ondas partem assim. Ele deve ser o Porkito, o único em Portugal com tudo no sitio para uma coisa destas. O rapaz tem um défice de clarividência.

Foi fabuloso!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

A não perder, HOJE!



CRISTINA BRANCO CANTA ZECA AFONSO
Hoje às 21H00
Sala principal do Teatro Municipal de São Luiz

Após uma série de concertos esgotados no Jardim de Inverno em Fevereiro, Cristina Branco regressa ao São Luiz, desta feita à Sala Principal, para interpretar Zeca Afonso, no ano em que passam 20 anos sobre a sua morte.

A todos os que ontem me ligaram ou mandaram mensagens a dar-me os parabéns: OBRIGADO

"Os amigos...
(Enquanto oiço, numa tenda montada ao vento do rio Tejo, as novas canções da «Madredeus»)...
São aqueles que sabem sorrir depois de muitos anos de ausência. Os que se comovem com um abraço forte e chegado. Os que sabem ler no silêncio as palavras que nos faltaram. Cujos nomes não esquecemos nem precisamos de lembrar. São os que queríamos ao pé de nós naquele momento que eles não poderiam adivinhar. Os que estão sempre. São os que citamos. Cujas histórias recordamos com gosto e prolongadamente. Os que nos fazem lembrar. São aqueles de quem nos lembramos numa paisagem que se reconhece, num cheiro que nos faz lembrar, numa cor que nos diz respeito. Os que aparecem repentinamente e nos surpreendem. Aqueles com quem quero agora partilhar estas canções. Aqueles que queria agora aqui bem perto. Os que encontro nestes bastidores e me fazem voltar anos e anos para trás. São os olhares que não mudaram, as palavras e os risos que perdemos da vista e do ouvido e imediatamente nos soam e são familiares. Os que dizem a palavra que ficou debaixo da língua. Os que percebem a palavra sem que a digamos. São os que não têm medo de olhar, mesmo quando olhar custa porque o tempo passou e estamos todos mais velhos. São os que descem juntos ao «abismo do vertiginoso futuro». Os que não cobram nem pagam. Os que mantém a conta-corrente em aberto. Os que sabem que a soma das partes não faz um todo, mas não deixam de entender que no todo estão partes de cada um de nós.
Passam os anos e regressamos sempre, e há reencontros que nos parecem óbvios, ainda que inesperados, e outros que nos apanham de surpresa, mesmo que improvisados num degrau dos dias.
São assim. São os que sei que vou ver no próximo concerto, na próxima paragem, na próxima estação. Os que acabam por parar sempre nos lugares onde também inevitavelmente paro. Os que abrandam, não vá a gente estar por ali. Os que «apitam», «assobiam», telefonam, chamam, gritam. Cujas vozes andam connosco para todo o lado, como grilos nas noites de Verão, e a elas recorremos quando de uma voz precisamos, quando daquela voz precisamos. São os que nunca morrem, mesmo quando vão daqui para outro lado,(...). Os que ficam nossos porque dos nossos também são(...). São os que de certeza inspiraram uma canção – (...)– ou de quem nos lembramos por causa de uma canção. Os que fazem o coração dar voltas sobre si próprio de saudade e remorso e ausência sem ter fim. São os que merecem o ponto de exclamação no final de um sonoro «que falta que me faz». (...)
E a falta, por mais falta que seja, nunca nos falta quando é deles que falamos. Porque neste «balanço de perdas e danos» o melhor é sabermos que existem e pensam em nós como nós pensamos neles. Um dia vamos chorar porque queríamos mais, e mais tempo, e o tempo não chegou.
São os que nos ajudam, os que ainda sabem quem somos e de que somos capazes. Os que nos recordam quem fomos. Aqueles em quem nos revemos, nem que seja por instantes, nem que seja por conta de um instante que já passou. Aqueles cuja palavra é exacta, um «sim» quer dizer mesmo «sim», um «não» é a perfeita negação, a recusa, a rejeição.... Na exactidão da verdade, eles são o pior e o melhor de nós. Penso neles quando passo uma noite a ouvir a «Madredeus». Penso neles quando regresso ao meu melhor passado e sinto que o tempo não me afastou. Nem eu dele. Como dos amigos. E eu deles."

Pedro Rolo Duarte, in 'Sozinho em Casa'

domingo, 16 de dezembro de 2007

Dia de Anos



“ Com que então caiu na asneira
de fazer na quinta-feira
vinte e seis anos ! Que tolo!
Ainda se os desfizesse...
mas fazê-los não parece
de quem tem muito miolo.”




João de Deus, "Dia de Anos"




Não é na quinta -feira,não são vinte e seis anos, e tem "muito miolo". Mas não poderia deixar de, lembrando estes versos de João de Deus, assinalar os anos do Pedro, realçando a sua disponibilidade para aceitar com humildade e por a render os dons que Deus lhe deu, a sua maturidade, a sua fidelidade e entrega a causas e valores, a sua generosidade, a sua cultura. Os anos que hoje se assinalam e se acrescentam, não quereriam os seus amigos que os desfizesse. Pelo contrário. Querem que sejam apenas recordados como passos seguros numa caminhada que desejam longa em tempo e realizações, feliz e sorridente para a vida.

Pedro, para ti...



Quero, terei –
Se não aqui,
Noutro lugar que inda não sei.
Nada perdi.
Tudo serei.

Fernando Pessoa


Com um Abraço apertado... Agradecendo a tua Vida e a nossa Amizade!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Meras conclusões de vida

Cheguei à conclusão que há duas formas de viver a vida e o amor.
Uma, porventura a mais fácil, mantendo as coisas simples como elas são, sem grandes dramas, desdramatizando as confusões que possam surgir. Amar com alma e corpo todos os dias e todos os momentos. Sugar até ao tutano o tempo que se partilha a dois, mesmo que o dia-a-dia de cada um seja complicado, quando se gosta fazemos o sacrifício ou não de nos desdobrarmos em mil e uma maneiras para estar com quem se gosta.
Esta forma de viver a vida traz felicidade, orgulho, auto estima, satisfação.
Depois há uma segunda forma de viver a vida, diferente, muito diferente. Uma forma onde o drama ocupa o espaço maior, onde a culpa está sempre presente, onde uma sensação de insatisfação e o dramatismo são uma constante. Esta forma, que todos nós numa ocasião ou outra já vivemos, traz infelicidade, má pele, pouca auto estima e uma constante sensação de perda e impotência.
Prefiro a primeira forma de viver e até estou disposto a ajudar quem insiste na segunda opção, mas só não me podem pedir é que viva com ela por opção ou escolha. Isso não faço. Não gosto de tristeza, meios amores ou memórias daquilo que foi um dia ou uma feliz perspectiva do que ainda poderia ser.
Não podemos pedir a ninguém o favor de nos amar, mas posso pedir o favor de me deixarem amar e ser amado. O meio, o meio caminho de qualquer coisa, nunca foi a minha escolha. Como se costuma dizer, ou 8 ou 80.

A semana acabou assim

REM - Bad Day

(...)
Please don't take a picture,
It's been a bad day.
Please... It's been a bad day.
Please don't take a picture,
It's been a bad day.Please...
(...)


You, I thought I knew you
You, I cannot judge
You, I thought you knew me...

xaile azul


Estava tanto frio ontem à noite, o ar tão límpido e gelado que me lembrei da imagem que ouvi uma vez, a noite de cristal. O carro estava coberto de uma película de gelo e soube-me tão bem aconchegar junto à cara o tecido fofo do meu xaile novo.
Sim, eu tenho um xaile novo, azul como o céu, macio como um olhar amigo, quente como uma recordação que alguém trouxe de uma viagem. Eu tenho um xaile novo, que aquece o corpo e aconchega a alma quando me envolve num abraço amigo numa noite de cristal.
Num outro prisma, na década de 90, a Pepsi-Cola atravessava um período negro em resultados. Nesse ano o chairman recebeu um chorudo prémio, mesmo depois de terem perdido ainda mais uns milhões resultado de um investimento mal sucedido.
A explicação avançada para o prémio foi: o chairman, perante a passividade que reinava, resolveu agir e arriscar, mesmo que tenha falhado, esse gesto contribuiu para retirar a equipa Pepsi do marasmo em que tinha mergulhado.
A luta que envolve a Juve Leo e "... equipa Magnifica, equipa Fantástica, és a nossa fé, Sporting, Sporting...", mas porque raio, perante um rendimento menos bom, alguém que já provou ser capaz de grandes feitos, em vez de ser mimada, é maltratada ou mesmo espezinhada?

Boa música, hoje no CCB

A Akademie für Alte Musik Berlin e o Rias Kammerchor apresentam hoje, às 21H no Centro Cultural de Belém, a mais conhecida das três oratórias de Bach.
Oratória de Natal é o título atribuído ao ciclo de seis cantatas que o compositor alemão apresentou, sucessivamente, entre o Natal de 1734 e as primeiras semanas de 1735, em Leipzig. Estas seis cantatas foram depois unificadas em função de um princípio comum: a celebração do nascimento de Cristo
Letizia Scherrer – soprano
Franziska Gottwald – contralto
Maximilian Schmitt – tenor
Roderick Williams – baixo
Akademie für Alte Musik Berlin
Rias Kammerchor
Hans-Christoph Rademann - direcção


GRANDE AUDITÓRIO
Preços
1.ª Plateia – 25€
2.ª Plateia – 25€
Laterais – 20€
Camarotes Centrais – 25€
Camarotes Laterais – 20€
1.º Balcão – 20€2.º Balcão – 15€
Balcão Lateral – 15€
Galerias – 5€
(para todas as bolsas, portanto...)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Recordar a infância

Este video, e tirem a música se quiserem, faz-me lembrar os meus seis anos. Quando a nossa primeira bicicleta nos deu a nossa primeira sensação de liberdade, a sensação que já somos crescidos, que já somos deste mundo e que podíamos, e acreditávamos que sim, chegar a todo o lado.
Agarrar na nossa bicla, como dizíamos em putos, e percorrer a cidade toda, passar por ruas estreitas, levá-la pela mão quando mais fácil teria sido nem a levar. Éramos como dois amigos inseparáveis.
Sentir o vento na cara, andar de bicla à chuva, fugir dos ciganos, cair e partir braços, nódoas negras e pernas inchadas. Nada disso nos fazia desistir de todos os dias, nas férias, mesmo dorido e cansado do dia anterior, voltar a pegar na bicla pela manha e conhecer sítios que nunca pensaríamos um dia lá ir.
O grupo que se juntáva na rua, todos com a sua bicla, o ir lavá-la à bomba de gasolina mais próxima, trocar os punhos, por óleo na corrente, comprar novo banco.
A bicla é de facto a maravilha de qualquer rapaz.
Quero voltar aos meus seis anos!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Verdi em divertido... (Lembram-se do Vasco Granja?)


(Recebido por e-mail graças ao João Mattos e Silva)

Quem nos disse que a vida era fácil enganou-me e bem enganado. As dúvidas são muitas e as certezas cada vez menos. Escolher um estado de espirito, se isso for possível, não é fácil. Ora vejamos:
Se amo ando feliz, boa pele e excelente auto estima, se não amo ando triste, cabisbaixo, infeliz. Se me amam grito de felicidade, se não me amam choro de desespero.
Prefiro a felicidade ao desespero emocional. E agora só me resta esperar para ver se as escolhas que fazemos são as correctas, as melhores e se nos levam a algum lado.
Certo certo é que só me apetece dar beijinhos!

"Vai a Igreja agir?"


[Foto: Luís Câmara, in olhares.com]

No passado Domingo foi publicado no JN um artigo do P. Alfredo Dinis,sj, sobre a Carta de Bento XVI aos bispos portugueses. Se há quem pense que nós, Igreja, temos medo de colocar algumas questões, este artigo vai contradizer esses eventuais pensamentos... De facto, está na altura de reflectir, sim, mas também de "agir"...

"O texto da recente mensagem do Papa aos bispos portugueses tem sido interpretado de diversas formas. Muitos comentadores têm sublinhado o carácter crítico do texto papal em relação à Igreja portuguesa. Outros, incluindo os próprios bispos, vêem naquele texto um encorajamento que receberam para continuar um caminho de inovação que sempre desejaram percorrer, mas que encontra não poucos obstáculos. Independentemente das diferenças de leitura do texto, todos parecem estar de acordo com um facto os cristãos portugueses - leigos, bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas -, não podem continuar a trilhar simplesmente os caminhos do passado, a manter acriticamente as tradições dos seus antepassados simplesmente por serem tradições, a investir tempo, energias e dinheiro em manifestações de religiosidade que tocam quase só a esfera emocional, devocional e intimista, mas deixam intocada a dimensão da responsabilização pela transformação do Mundo, uma responsabilização que torne insuportável a existência da injustiça, da discriminação, da pobreza e da mentira."

"Algumas pessoas começaram já a perguntar vai tudo ficar na mesma, depois do discurso do Papa? Vai a Igreja agir? Quem vai fazer alguma coisa para que alguma coisa mude, realmente? Serão apenas os bispos? Serão apenas os padres? Se assim fosse, estaríamos a contradizer o Papa, que pede um maior envolvimento dos leigos na vida da Igreja. Há pois que fazer uma reflexão comunitária séria sobre a Igreja que somos e sobre a Igreja que queremos ser. Há decisões a tomar. Há mudanças que é urgente fazer. Há questões que não devemos recear levantar, pelas quais nos devemos deixar desafiar permanentemente. Por exemplo: [remeto para o artigo, porque são várias as questões colocadas pelo P. Alfredo].

Gostaria de ouvir/ler algumas opiniões. É importante que se diga, de forma construtiva, o que se sente sobre isto. Às vezes diz-se que a homilia ou acção deste ou daquele padre, ou religiosa, foi má, mas depois não há coragem para lho dizer pessoalmente. Só se pode melhorar com ajuda uns dos outros!


Hoje é dia de Bola


Apesar de tudo, Alvalade está mais excitante que São Carlos e vale a deslocação à cidade. Às 1945 com o Dinamo de Kiev.

Ah! Os bons velhos tempos do São Carlos II

Sempre Libera da Traviata de Verdi, aqui numa versão com direcção de orquestra do Maestro Franco Ghione, e cantada por Maria Callas e Alfredo Kraus no Teatro Nacional de São Carlos em Lisboa, em 1958.

Ah! Os bons velhos tempos do São Carlos I

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

À custa do Incrivel Nemo, o D. de 2 anos e meio



Sabe identificar e dizer o nome do Turabao








Do Cavalo Marinho, da Raia, do Polvo, das alforrecas (medusas) e do Peixe Lua


Do turabao baleia, o aquário, o Guelra, a gaivota e o pelicano









e claro da Opera de Sydney! (Aqui tou a curtir...)


O filme é uma maravilha e tudo isto, desmistifica em parte, a minha ideia de a televisão ser o produto mais tóxico para as crianças. O pior, foi o impeto consumista de comprar um dvd e o Nemo.

Sem reflectir muito (não tendo sequer conhecimento para o fazer), quero deixar uma ideia: Que outro país no mundo, consegue passar de inimigo para parceiro privilegiado?
Será que a descolonização foi assim tão mal feita, ou a saída abrupta de um país invasor perante a levantada dos nativos, é coisa que não podemos planear? Como foi com os Ingleses no Zimbabwe, é comparável?

Rodapé

Podemos não estar de acordo quanto ao juri lisboeta de outrora. Penso, uma oferta melhor torna o público mais exigente, Cousa que hoje non se ve! João, gabo-lhe (a si a todos) a pachorra de ainda dar o seu tempo por São Carlos. Salvo algo verdadeiramente bom (não me lembro de alguma coisa na actual temporada) vou entrar em modo de pausa observadora.
Gosto de manter esta ideia, condescendendo um pouco no saudosismo tuga de tempos glórios. Embora a imagem de glória do Reino de Portugal, não seja de todo consensual (salvo no dar novos mundos ao mundo), neste capitulo, se me permite, vou manter o registo. Uma coisa é, como refere, a pobreza do jornalismo, outra é o snobismo lusitano actuar para elevar o grau de excelência.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O S.Carlos ainda é o que era

Queixava-se Morgado Louro de que "houve uma altura que o público de Lisboa era conhecido pela exigência de critério com que recebia os artistas, tanto que mesmo para os maiores, Lisboa era uma prova de fogo. E hoje? Parece que assistimos aquelas inserções playback de palmas, qualquer carapau leva consigo ovações estrondosas". Eu acrescentaria que qualquer cantor que vinha a S. Carlos tremia antes da récita, com medo da exigência do público. Depois, passou-se a um tempo sem critério, em que as palmas, os bravos e a assistência de pé era o normal, cantassem bem ou mal.
Hoje o começo da temporada de ópera, com o Rigoleto, mostrou que, aos poucos, o gosto e, sobretudo, o conhecimento musical do público do S. Carlos, se voltou a apurar. Com interpretações no geral medíocres, no canto e na interpretação, com relevo para Saimir Pigu (Duque de Mântua) e Chelsey Schill (Gilda), a pateada soou naquela sala, a par de palmas brandas, como que envergonhadas. É para que saibam!

UE - Africa


Todos à Ópera

Esta noite, às 20 H, inicía-se no Teatro Nacional de São Carlos a temporada de ópera 2007/2008, a primeira depois da "era" Pinnamonti. E para começar, Rigoletto, ópera de 1851 de Giuseppe Verdi (1813-1901), com libreto de Francesco Maria Piave baseado na cáustica peça teatral Le roi s'amuse, de Victor Hugo.
Estreado em Portugal em 1853, no Teatro de S. João (no Porto), o Rigoletto regressa ao São Carlos 21 anos depois da última produção. Até dia 21, a tragédia do corcunda Rigoletto será cantada mais dez vezes, sendo que os três papéis principais (Duque de Mântua, Rigoletto e Gilda) estão repartidos por dois cantores, respectivamente, os tenores Saimir Pirgu e Richard Bauer, barítonos Alexandru Agache (que substitui Lado Ataneli, ausente por motivos de saúde) e Leo An e sopranos Chelsey Schill e Carla Caramujo.
Este Rigoletto é uma co-produção do São Carlos com a Associação Bilbaína de Amigos da Ópera (ABAO), tendo estreada na capital basca em Outubro do ano passado. A encenação é de Emilio Sagi (de quem se viu no São Carlos um Barbeiro de Sevilha na penúltima temporada), sendo em Lisboa reposta pela sua assistente, Nuria Castejón, de resto autora da coreografia. A direcção musical é do russo Alexander Polianitchko.
O número de récitas (onze, sendo que uma é reservada ao mecenas do Teatro) sinaliza a vontade expressa por novo director (Christoph Dam- mann), pela administração da Opart (Organismos de Produção Artística, entidade que gere conjuntamente S. Carlos e CNB) e tutela, no sentido de aumentar o público potencial de cada produção lírica. Na mesma direcção vai a introdução de uma "Matinée Famílias" (récita de dia 21), com preços especiais: um casal acompanhado de um menor de 18 anos poderá assistir à ópera por um total de 25 euros. Esta política repetir-se-á, aliás, para A Flauta Mágica (produção destinada ao público mais jovem, com quatro récitas entre 27 de Fevereiro e 3 de Março), para Os Contos de Hoffmann (de Jacques Offenbach, com dez récitas entre 2 e 20 de Abril) e para a Tosca, de Giacomo Puccini, título que encerra a temporada (11 récitas entre 15 de Maio e 7 de Junho).

10. 11. 12*. 13. 14. 17. 18. 19. 20. Dezembro 2007 às 20:00h
16. Dez. às 16:00h
Matinée Famílias: 21. Dezembro às 16:00h

Direcção musical Aleksandr Polianichko . Encenação Emilio Sagi . Coreografia Nuria Castejón . Cenografia Ricardo Sánchez Cuerda . Figurinos Miguel Crespi . Desenho de luz Eduardo Bravo . Orquestra Sinfónica Portuguesa . Coro do Teatro Nacional de São Carlos . maestro titular Giovanni Andreoli . Co-produção Teatro Nacional de São Carlos / ABAO, Bilbau

* Récita de Gala reservada ao Millennium bcp,
Mecenas Exclusivo do Teatro Nacional de São Carlos
O Concerto de ontem dos Xutos no Campo Pequeno, apagou quase por completo a memória do Andreas Scholl na Gulbenkian. Também, ele não elevou a voz ao rubro de outros momentos, salvo... no encore e na segunda cantata da primeira parte. O ensenble que o acompanhou, achei molto (moltissimo bocejo!) zzz, faltou alma.
Houve uma altura que o público de Lisboa era conhecido pela exigência de critério com que recebia os artistas, tanto que mesmo para os maiores, Lisboa era uma prova de fogo. E hoje? Parece que assistimos aquelas inserções playback de palmas, qualquer carapau leva consigo ovações estrondosas. O homem cumpriu, mas foi morno e aquém do melhor. Não mereceu tanto.




Há alguns que hoje estão a divertir-se à brava... aquele turbilhão branco é que não deve estar nada fácil, próximo da linha da areia, fundos baixos, correntes e forças contrárias laterais, mais a força frontal da vaga... ui, prevejo alguns trambolhões tipo máquina de lavar valentes. E como o inferno dos outros (por vezes) para nós é fonte de diversão, é um grande gozo dentro de água.

Hoje acordei mais ou menos assim...