quarta-feira, 31 de janeiro de 2007
Aborto - de onde pode nascer uma solução equilibrada?
Por Joaquim Pedro Cardoso da Costa
(Assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa)
(Assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa)
"No meio de todo o debate, tem-se tornado claro, creio, que existe já, apesar de tudo, um relativo consenso em dois pontos: quanto ao facto de o aborto ser sempre um mal, e quanto à injustiça, em muitos casos dramáticos, de punir em concreto a mulher que o pratica.
Em última análise, o que interessará, para muita gente, será encontrar soluções, no quadro da promoção de uma cultura de responsabilidade, também na sexualidade, que conduzam a uma efectiva diminuição do número de abortos.
A actual lei já representa, é bom lembrar, um compromisso que tem em conta aquelas duas afirmações. Mas, a este propósito, têm sido adiantadas outras e novas soluções que apontam para um novo compromisso realista que tenha em conta a necessidade de uma lei que, como todas as leis, represente o possível equilíbrio social e político nesta questão.
Desde a "Suspensão Provisória do Processo" (constante do Projecto da Deputada Rosário Carneiro - http://www3.parlamento.pt/PLC/Iniciativa.aspx?ID_Ini=20746 - e de uma iniciativa de cidadãos - http://www.protegersemjulgar.com/projecto.htm ),
até à "Proposta Freitas do Amaral" ("presunção de estado de necessidade desculpante"), passando por soluções no sentido de penas alternativas à pena de prisão,
pelo Projecto de Lei dos Deputados do PS Eurico de Figueiredo e António Braga, já de 1997 ( http://www3.parlamento.pt/PLC/Iniciativa.aspx?ID_Ini=4892 )
ou pela recente inciativa de Marcelo Rebelo de Sousa
( http://www.assimnao.org/ ).
Pouco se tem falado, no entanto, da solução da lei alemã, da qual tomo a liberdade de juntar alguns excertos em inglês, como uma tentativa de resolver aquele aparente paradoxo
("como não punir a mulher, em muitos casos dramáticos, sem transformar o aborto num direito?", "como despenalizar sem liberalizar?").O ponto principal dessa legislação, que a torna original no quadro europeu, consiste na existência de um mecanismo de aconselhamento e ajuda (que não é um mero aconselhamento informativo mas um aconselhamento orientado para a salvaguarda da vida e que visa dissuadir a mulher de praticar o aborto), definido, na própria lei (S. 219, nº 1, Código Penal Alemão), nos seguintes termos: " O aconselhamento serve a protecção da vida que está por nascer. Deve orientar‑se pelo esforço de encorajar a mulher a prosseguir a gravidez e de lhe abrir perspectivas para uma vida com a criança. Deve ajudá‑la a tomar uma decisão responsável e em consciência. A mulher deve ter a consciência de que o feto, em cada uma das fases de gravidez, também tem o direito próprio à vida e que, por isso, de acordo com o sistema legal, uma interrupção da gravidez apenas pode ser considerada em situações de excepção, quando a mulher fica sujeita a um sacrifício que pelo nascimento da criança é agravado e se torna tão pesado e extraordinário que ultrapassa o limite do que se lhe pode exigir ".
Em última análise, o que interessará, para muita gente, será encontrar soluções, no quadro da promoção de uma cultura de responsabilidade, também na sexualidade, que conduzam a uma efectiva diminuição do número de abortos.
A actual lei já representa, é bom lembrar, um compromisso que tem em conta aquelas duas afirmações. Mas, a este propósito, têm sido adiantadas outras e novas soluções que apontam para um novo compromisso realista que tenha em conta a necessidade de uma lei que, como todas as leis, represente o possível equilíbrio social e político nesta questão.
Desde a "Suspensão Provisória do Processo" (constante do Projecto da Deputada Rosário Carneiro - http://www3.parlamento.pt/PLC/Iniciativa.aspx?ID_Ini=20746 - e de uma iniciativa de cidadãos - http://www.protegersemjulgar.com/projecto.htm ),
até à "Proposta Freitas do Amaral" ("presunção de estado de necessidade desculpante"), passando por soluções no sentido de penas alternativas à pena de prisão,
pelo Projecto de Lei dos Deputados do PS Eurico de Figueiredo e António Braga, já de 1997 ( http://www3.parlamento.pt/PLC/Iniciativa.aspx?ID_Ini=4892 )
ou pela recente inciativa de Marcelo Rebelo de Sousa
( http://www.assimnao.org/ ).
Pouco se tem falado, no entanto, da solução da lei alemã, da qual tomo a liberdade de juntar alguns excertos em inglês, como uma tentativa de resolver aquele aparente paradoxo
("como não punir a mulher, em muitos casos dramáticos, sem transformar o aborto num direito?", "como despenalizar sem liberalizar?").O ponto principal dessa legislação, que a torna original no quadro europeu, consiste na existência de um mecanismo de aconselhamento e ajuda (que não é um mero aconselhamento informativo mas um aconselhamento orientado para a salvaguarda da vida e que visa dissuadir a mulher de praticar o aborto), definido, na própria lei (S. 219, nº 1, Código Penal Alemão), nos seguintes termos: " O aconselhamento serve a protecção da vida que está por nascer. Deve orientar‑se pelo esforço de encorajar a mulher a prosseguir a gravidez e de lhe abrir perspectivas para uma vida com a criança. Deve ajudá‑la a tomar uma decisão responsável e em consciência. A mulher deve ter a consciência de que o feto, em cada uma das fases de gravidez, também tem o direito próprio à vida e que, por isso, de acordo com o sistema legal, uma interrupção da gravidez apenas pode ser considerada em situações de excepção, quando a mulher fica sujeita a um sacrifício que pelo nascimento da criança é agravado e se torna tão pesado e extraordinário que ultrapassa o limite do que se lhe pode exigir ".
A lei alemã afasta-se, assim, do puro modelo do "aborto a pedido" (modelo da proposta em referendo), assumindo antes que, normalmente, será exigível à mulher o cumprimento do dever de levar a sua gravidez até ao fim, até ao nascimento do bébé. Normalmente, ser-lhe-á exigível cumprir o maravilhoso mas exigente fardo de levar a gravidez a termo.
Em contrapartida, é afirmada, por sua vez, a responsabilidade do Estado (e o mesmo se diga, aliás, da Sociedade em geral, das empresas, das famílias, etc) em criar as condições, em todos os domínios, que auxiliem a mulher a cumprir essa exigência.
Para além disso, no modelo da lei alemã, o aborto, mesmo nos casos em que, depois de realizado aquele aconselhamento dissuasor, é considerado não punível, sempre continua a ser tratado, para todos os efeitos jurídicos, como um acto ilícito (nomeadamente, para efeitos de não poder, assim, ser comparticipado pela Segurança Social, etc). Ou seja, o aborto continua a ser, nesses casos, ilegítimo, mas não punível.
Não pretendo, com este email, apresentar a solução da lei alemã como ideal (apesar do inequívoco valor simbólico das suas palavras):
ao invés, entenderia sempre necessário que um modelo de ajuda e aconselhamento dissuasor (do qual não poderia, em regra, ser afastado o homem) não terminasse com uma decisão autónoma da mulher (até porque as concretas condições para que esta possa formar um juízo verdadeiramente livre e autónomo muitas vezes se não verificam). Essa decisão, se fosse no sentido do aborto, teria que ficar sempre dependente da concordância da comissão ético-médica de aconselhamento (a qual só poderia ocorrer, naturalmente, em casos verdadeiramente excepcionais e dramáticos).
O que me interessa salientar, no momento em que o referendo se aproxima, é que mesmo quem defenda o exacto modelo da lei alemã não tem outra solução que não seja votar Não. E o mesmo se passa para quem defenda as soluções compromissórias acima apontadas ou outras (a efectiva despenalização, sem liberalização): quem quer despenalizar mas manter o carácter ilícito do aborto (como sinal que a sociedade dá do mal inerente a qualquer aborto), terá que votar Não.
Na verdade, no caso da vitória do sim, a lei a aprovar (cujo texto aparece no fim deste email) não contém nenhum mecanismo deste tipo e não o irá conter, porque nunca foi essa nem é essa a vontade dos seus promotores, e porque, em rigor, face à concreta pergunta formulada, não o poderá conter
(lembre-se que todas as soluções compromissórias foram no passado recusadas).
Ou seja: há muitos "Nãos" - todas aquelas soluções compromissórias vêm do lado do Não.
O lado do sim leva necessariamente a uma solução radical: a questão fica fechada com a legislação a aprovar, que consagra o "aborto a pedido". O aborto passa de um ilícito penal a um direito (ver, neste sentido, Vital Moreira: "A partir do momento em que a interrupção voluntária da gravidez deixa de ser penalmente punida, as mulheres interessadas passam a ter um direito ao respectivo acto médico, o qual não pode ser recusado senão a título de objecção de consciência, nos termos previstos na Constituição e na lei", in Público, 16/1/2007 e
http://aba-da-causa.blogspot.com/2007/01/quando-o-erro-conforta-o-erro.html )
A lei que se pretende aprovar, como afirmou lapidarmente o Juiz Mário Torres, no seu voto de vencido ao recente acórdão do Tribunal Constitucional, representa a total desprotecção da vida intra-uterina, "com absoluta prevalência da 'liberdade de opção' da mulher grávida, sem que o Estado faça o mínimo esforço no sentido da salvaguarda da vida do feto, antes adoptando uma posição de neutral indiferença ou, pior ainda, de activa promoção da destruição dessa vida ... Em vez dessa intervenção para salvaguarda da vida, de tal solução resultará, nem sequer uma posição de neutralidade ou de indiferença do Estado (que já seria criticável), mas inclusivamente uma posição de promoção do aborto, através da facilitação da sua prática, por mera opção da mulher grávida, sem invocação de motivos, nos serviços públicos de saúde, tendencialmente gratuitos".
Em contrapartida, é afirmada, por sua vez, a responsabilidade do Estado (e o mesmo se diga, aliás, da Sociedade em geral, das empresas, das famílias, etc) em criar as condições, em todos os domínios, que auxiliem a mulher a cumprir essa exigência.
Para além disso, no modelo da lei alemã, o aborto, mesmo nos casos em que, depois de realizado aquele aconselhamento dissuasor, é considerado não punível, sempre continua a ser tratado, para todos os efeitos jurídicos, como um acto ilícito (nomeadamente, para efeitos de não poder, assim, ser comparticipado pela Segurança Social, etc). Ou seja, o aborto continua a ser, nesses casos, ilegítimo, mas não punível.
Não pretendo, com este email, apresentar a solução da lei alemã como ideal (apesar do inequívoco valor simbólico das suas palavras):
ao invés, entenderia sempre necessário que um modelo de ajuda e aconselhamento dissuasor (do qual não poderia, em regra, ser afastado o homem) não terminasse com uma decisão autónoma da mulher (até porque as concretas condições para que esta possa formar um juízo verdadeiramente livre e autónomo muitas vezes se não verificam). Essa decisão, se fosse no sentido do aborto, teria que ficar sempre dependente da concordância da comissão ético-médica de aconselhamento (a qual só poderia ocorrer, naturalmente, em casos verdadeiramente excepcionais e dramáticos).
O que me interessa salientar, no momento em que o referendo se aproxima, é que mesmo quem defenda o exacto modelo da lei alemã não tem outra solução que não seja votar Não. E o mesmo se passa para quem defenda as soluções compromissórias acima apontadas ou outras (a efectiva despenalização, sem liberalização): quem quer despenalizar mas manter o carácter ilícito do aborto (como sinal que a sociedade dá do mal inerente a qualquer aborto), terá que votar Não.
Na verdade, no caso da vitória do sim, a lei a aprovar (cujo texto aparece no fim deste email) não contém nenhum mecanismo deste tipo e não o irá conter, porque nunca foi essa nem é essa a vontade dos seus promotores, e porque, em rigor, face à concreta pergunta formulada, não o poderá conter
(lembre-se que todas as soluções compromissórias foram no passado recusadas).
Ou seja: há muitos "Nãos" - todas aquelas soluções compromissórias vêm do lado do Não.
O lado do sim leva necessariamente a uma solução radical: a questão fica fechada com a legislação a aprovar, que consagra o "aborto a pedido". O aborto passa de um ilícito penal a um direito (ver, neste sentido, Vital Moreira: "A partir do momento em que a interrupção voluntária da gravidez deixa de ser penalmente punida, as mulheres interessadas passam a ter um direito ao respectivo acto médico, o qual não pode ser recusado senão a título de objecção de consciência, nos termos previstos na Constituição e na lei", in Público, 16/1/2007 e
http://aba-da-causa.blogspot.com/2007/01/quando-o-erro-conforta-o-erro.html )
A lei que se pretende aprovar, como afirmou lapidarmente o Juiz Mário Torres, no seu voto de vencido ao recente acórdão do Tribunal Constitucional, representa a total desprotecção da vida intra-uterina, "com absoluta prevalência da 'liberdade de opção' da mulher grávida, sem que o Estado faça o mínimo esforço no sentido da salvaguarda da vida do feto, antes adoptando uma posição de neutral indiferença ou, pior ainda, de activa promoção da destruição dessa vida ... Em vez dessa intervenção para salvaguarda da vida, de tal solução resultará, nem sequer uma posição de neutralidade ou de indiferença do Estado (que já seria criticável), mas inclusivamente uma posição de promoção do aborto, através da facilitação da sua prática, por mera opção da mulher grávida, sem invocação de motivos, nos serviços públicos de saúde, tendencialmente gratuitos".
terça-feira, 30 de janeiro de 2007
Qual Direito de Opção?
A opção nao está entre ter ou não uma criança que já foi concebida. A opção vem mais cedo: usar ou não usar contraceptivos no acto sexual.
segunda-feira, 29 de janeiro de 2007
Ora aqui está uma coisa que eu não sabia...
"Apesar da frequente acusação de ser uma das mais retrógradas da Europa, a nossa lei é igual à espanhola que aliás foi decalcada da portuguesa. A diferença está na sua aplicação, que em Espanha é feita alargando “ad libitum” o conceito de “risco para a saúde física e psíquica da mãe”, que pela sua subjectividade pode enquadrar as mais diversas situações, mesmo as menos razoáveis. Em Portugal, essa interpretação não se pratica por três razões principais: em primeiro lugar, os defensores do conceito de inviolabilidade da vida, como é lógico e coerente, não concordam, e portanto não promovem essa visão da lei. Por outro lado, os estabelecimentos de saúde do SNS não têm capacidade para o exponencial aumento de abortos que tal implicaria, e por isso (para além de, legitimamente, haver muitos médicos e enfermeiros objectores) não podem alargar o âmbito da prática abortiva. Finalmente, as clínicas portuguesas onde se fazem abortos lucram muito mais com a clandestinidade uma vez que assim cobram cerca de 3 vezes o que se paga em Espanha, e sem recibo…Resta a intrigante questão dos movimentos pró-aborto nada terem feito de palpável ao longo deste anos para que a lei fosse aplicada como em Espanha."
Fernando Gomes da Costa in O Insurgente
A ferver em notas musicais
Com dois fenomenos:
Dia 7 de Fev: Jordi Savall no CCB
Dia 17 de Fev: Magdalena Kozená na Gulbenkian
Ao fazer uma busca aleatória deparei com isto, o contexto é facilmente identificável: "(...) O que não passa pela cabeça de ninguém é que um governo possa ser demitido só porque é “mau” (...)"
Na 6f passada, VPV pedia no Público eleições antecipadas em Lisboa. Eu gostaria de ir mais longe, (falhas da Democracia vigente), pudessemos nós recuperar esse instrumento tão útil como Ostracizar ou algo semelhante, mais sec. XXI, Guantanamo Lusitana, por exemplo no Funchal, tanto faz, desde que fosse proibido sequer de dar uma opinião... e a sua linhagem também.
sexta-feira, 26 de janeiro de 2007
Memorabilia
Complexos
Foi convocada pelo Bloco de Esquerda uma conferência de imprensa na qual a deputada bloquista Helena Pinto acusa o Blogue do Não de promover ligações a sites com conteúdos de natureza fascista. "Uma cortina para ligações a artigos e sites de dirigentes da extrema-direita" foi a forma como a deputada bloquista Helena Pinto definiu o Blogue do Não, que diz estar a dar voz a "algumas das vozes mais extremistas da sociedade portuguesa".
O Bloco de Esquerda anda nervoso. E com esse nervosismo continua a confundir questões de Direitos com complexos de Direita. Vindas de um jurista estas declarações causariam estranheza. Vindas de uma deputada são apenas desonestas. O BE utiliza argumentos que não podem ser utilizados nesta campanha. E reduz a questão a intrigalhadas políticas. Mais uma vez, vale tudo menos o real esclarecimento dos que no dia 11 de Fevereiro são convidados a pronunciar-se através do voto.
Não é à toa que em ambos os movimentos há representantes de todos os quadrantes políticos. Não existe, nesta discussão, direita nem esquerda. Não existe fascismo nem trotskismo. Existem mulheres, existem crianças e existem consciências. E é assim mesmo que a campanha deve ser entendida.
O Bloco de Esquerda anda nervoso. E com esse nervosismo continua a confundir questões de Direitos com complexos de Direita. Vindas de um jurista estas declarações causariam estranheza. Vindas de uma deputada são apenas desonestas. O BE utiliza argumentos que não podem ser utilizados nesta campanha. E reduz a questão a intrigalhadas políticas. Mais uma vez, vale tudo menos o real esclarecimento dos que no dia 11 de Fevereiro são convidados a pronunciar-se através do voto.
Não é à toa que em ambos os movimentos há representantes de todos os quadrantes políticos. Não existe, nesta discussão, direita nem esquerda. Não existe fascismo nem trotskismo. Existem mulheres, existem crianças e existem consciências. E é assim mesmo que a campanha deve ser entendida.
quinta-feira, 25 de janeiro de 2007
Boas notícias!!
Teresa Salgueiro apresenta novo espectáculo em Fevereiro
Teresa Salgueiro vai apresentar o seu novo espectáculo La Serena no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, a 16 de Fevereiro.
Teresa Salgueiro, conhecida pelo grande público pela sua participação no grupo Madredeus, apresenta-se agora juntamente com Lusitânia Ensemble, fundado por Jorge Varrecoso, para apresentarem em estreia absoluta este novo projecto.
La Serena é o nome do espectáculo e é também uma sereia que parte da Península Ibérica e que vai viajando e ouvindo canções com que chama e encanta os marinheiros. Atravessa Portugal, Brasil, Itália, França, África, numa viagem por uma série de canções escolhidas entre várias latitudes e pertencendo a várias épocas. Teresa Salgueiro, a voz e o Lusitânia Ensemble, o conjunto de músicos que transportam a sereia de acorde em acorde, de país em país.
Voz TERESA SALGUEIRO
Violino JORGE VARRECOSO
Violino ANTÓNIO FIGUEIREDO
Viola LUÍS CLAUDE
Contrabaixo e Piano DUNCAN FOX
Percussão RUCA
16 de Fevereiro de 2007
CENTRO CULTURAL OLGA CADAVAL- AUDITORIO JORGE SAMPAIO
Sintra
Cadeiras de Orquestra: 25.00€
1ª Plateia: 25.00€
2ª Plateia: 20.00€
Balcão: 15.00€
Início do Evento : 22H00
Violino JORGE VARRECOSO
Violino ANTÓNIO FIGUEIREDO
Viola LUÍS CLAUDE
Contrabaixo e Piano DUNCAN FOX
Percussão RUCA
16 de Fevereiro de 2007
CENTRO CULTURAL OLGA CADAVAL- AUDITORIO JORGE SAMPAIO
Sintra
Cadeiras de Orquestra: 25.00€
1ª Plateia: 25.00€
2ª Plateia: 20.00€
Balcão: 15.00€
Início do Evento : 22H00
Speakers corner
O meu SIM ao Não: esqueçam a doutrina e a hipocrisia. Pela consciencialização do acto em si. Horrendo, ninguém o desmente.
Não ao SIM: que a aprovação desta lei, não a encarcere na gaveta, esquecendo o verdadeiramente importante: que o número de vezes que uma mulher (um casal?) opte pela IVG seja minimizado ao máximo.
Não ao SIM: que a aprovação desta lei, não a encarcere na gaveta, esquecendo o verdadeiramente importante: que o número de vezes que uma mulher (um casal?) opte pela IVG seja minimizado ao máximo.
terça-feira, 23 de janeiro de 2007
Intimidades
Se estivessemos no campo das hipóteses seria: pena não viveres mais aqui, mas já passamos essa fase e agora é: vais viver mais aqui. Como dantes, como queres e como eu quero.
Reacção da Nação mais civilizada do mundo ao naufrágio de um navio de mercadorias
segunda-feira, 22 de janeiro de 2007
Jet Lag
"Jet lag, also jetlag or jet-lag, is a physiological condition which is a consequence of alterations to the circadian rhythm. Such alterations result from shift work, daylight saving time, altered day length, or as the name implies, transmeridian travel as on a jet plane. They are known as desynchronosis, dysrhythmia, dyschrony, jet lag, or jet syndrome. The condition is generally believed to be the result of disruption of the "light/dark" cycle that entrains the body's circadian rhythm. It can be exacerbated by environmental factors."
sábado, 20 de janeiro de 2007
Dimensões múltiplas
Os países são só o cenário onde nos movemos.
É engraçado como no sentimos excluídos, como se a nossa essência fosse feita das coisas que nos rodeiam, das ruas que conhecemos, da confiança de sermos reconhecidos pelos nossos modos, linguagem e roupas. Por isso, viajar, sobretudo para outras dimensões como a Índia, ou África, obriga-nos a reavaliar os gestos, a atitude, como se fossemos um instrumento que fosse tocar numa orquestra desconhecida.
Nessas viagens descubro-me sempre diferente. É como se estivesse no teatro e pudesse escolher uma personagem para me reinventar.
Depois, custa-me a retomar a minha pele do costume. E o outro eu, que se movia noutras paisagens e sorria a pessoas que nunca mais vou encontrar, fica dobrado como um lenço na gaveta das fotografias.
Nessas viagens descubro-me sempre diferente. É como se estivesse no teatro e pudesse escolher uma personagem para me reinventar.
Depois, custa-me a retomar a minha pele do costume. E o outro eu, que se movia noutras paisagens e sorria a pessoas que nunca mais vou encontrar, fica dobrado como um lenço na gaveta das fotografias.
Falo com quem ficou. Quero contar o que viram os olhos que levei emprestados e eles não entendem.
As compras que vieram na mala parecem agora vazias do seu encanto. Pertenciam à outra, foi ela que as escolheu, que se viu com elas, foi num espelho enganoso que se reflectiu a sua imagem. Aqui, são apenas recordações.
Desespero
Para que percebas que está a doer muito.
"Cheia de penas
Cheia de penas me deito
E com mais penas
Com mais penas me levanto
No meu peito
Já me ficou no meu peito
Este jeito
O jeito de te querer tanto
Desespero
Tenho por meu desespero
Dentro de mim
Dentro de mim o castigo
Eu não te quero
Eu digo que não te quero
E de noite
De noite sonho contigo
Se considero que um dia hei-de morrer
No desespero que tenho de te não ver
Estendo o meu xaile
Estendo o meu xaile no chão
Estendo o meu xaile
E deixo-me adormecer
Se eu soubesse
Se eu soubesse que morrendo
Tu me havias
Tu me havias de chorar
Por uma lágrima
Por uma lágrima tua
Que alegria me deixaria matar"
Cheia de penas me deito
E com mais penas
Com mais penas me levanto
No meu peito
Já me ficou no meu peito
Este jeito
O jeito de te querer tanto
Desespero
Tenho por meu desespero
Dentro de mim
Dentro de mim o castigo
Eu não te quero
Eu digo que não te quero
E de noite
De noite sonho contigo
Se considero que um dia hei-de morrer
No desespero que tenho de te não ver
Estendo o meu xaile
Estendo o meu xaile no chão
Estendo o meu xaile
E deixo-me adormecer
Se eu soubesse
Se eu soubesse que morrendo
Tu me havias
Tu me havias de chorar
Por uma lágrima
Por uma lágrima tua
Que alegria me deixaria matar"
Amália Rodrigues
sexta-feira, 19 de janeiro de 2007
Les uns et les autres...
Já dizia Tomasi di Lampeduza que por vezes "É preciso que tudo mude para que tudo se mantenha". Ontem, no CDS/PP, confirmou-se esta máxima. É de facto necessário que tudo mude (que Ribeiro e Castro se demita) para que se mantenha o que a grande maioria dos Populares deseja: um Partido coeso, unido e que fale a uma só voz. Infelizmente o contratempo a que assistimos (leia-se a demissão de Nuno Melo de líder do Grupo Parlamentar) só veio confirmar o que todos já sabem desde o Congresso: o CDS/PP não gosta do líder que elegeu.
Ribeiro e Castro já devia ter percebido isso e já devia ter-se retirado. Um líder em part-time não é um líder. Um homem que perde tempo a perseguir os seus ou é esquizofrénico ou tem um problema grave de gestão de emoções. Ou ambas as coisas.
A saída de Nuno Melo e o "arraial minhoto" a que assistimos só prejudicou a imagem cada vez mais frágil de um Partido que já foi tudo e que cada vez menos tem potencial para ser alguma coisa.
Nuno Melo protagonizou nos últimos dois anos a voz da oposição de Direita no Parlamento. Com o emudecimento do PSD resultante da eleição de Cavaco Silva, Melo soube impor o seu estilo e o seu espaço com agumentações pertinentes e eficazes nas discussões parlamentares. Melhor: Nuno Melo soube descolar-se da imagem marcante de Paulo Portas e tornou-se num curto espaço de tempo num dos mais promissores políticos da sua esfera.
É, por isso mesmo, lamentável que Ribeiro e Castro o tenha feito afastar-se desta maneira. Sentir-se incomodado por um elogio ao homem que fez o partido regressar ao Governo ao fim de tantos anos é uma "mariquice" (passo a expressão)! Um facto destes (porque é de um facto que se trata) não deveria incomodar ninguém. Se o actual líder do Partido não sabe (con)viver com o passado recente do CDS/PP então é melhor que regresse à sua vida de Bruxelas e que deixe o Partido entregue àqueles que têm ideias, que as defendem e que sabem fazer oposição.
quinta-feira, 18 de janeiro de 2007
Reserva Natural das Dunas de São Jacinto
Ali encalhado entre a Ria de Aveiro e o Atlântico, jaz a areia depositada pelos ventos e marés, tornada sólida pela sedimentação e arborização natural e posteriormente habitada, pela vida selvagem natural de um ecossistema onde rareia a água doce e abunda o sal vs a existência de pequenos lagos que albergam uma população imensa de patos e outras aves. São vários km de dunas, caminhadas em direcção ao oceano ou pelo mato, sempre a sensação de estarmos num sitio intocável, quase em estado puro. O regresso é sempre pela bela marginal à ria. Dorme-se no centro de acolhimento, ambiente austero, camaratas e beliches. Tudo isto, por momentos, faz-nos sentir também animais selvagens.
Ao redor temos a route Aveiro-Porto, 30m para cada lado. Ovos moles a bombar e jantar na Invicta. Belo de um fds!
Próxima geração
Por muito que se discuta a questão da IVG fico sempre com uma sensação de insatisfação. Parece-me sempre, que se discute a questão errada, isto é, o método usado para pôr termo a um problema e não a causa do mesmo.
Nos 8 anos que separam os dois referendos, qual foi a evolução em termos de informação e educação Sexual/ Planeamento Familiar?
Passou quase uma década, perdeu-se a oportunidade de uma geração crescer de forma sã.
Maria José Morgado veio ontem dizer que o aborto ilegal gera corrupção. Primeiro, será o problema da corrupção o que mais preocupa na problemática do aborto??? Segundo, não vê a senhora corrupção em todo o lado???? Será que comer pasteis de nata ofericidos não é uma forma de corrupção para Maria José Morgado???
Já agora mais uma perguntinha. Maria José Morgado é um produto bem conseguido da comunicação social e do mundo dos media. Que investigações lhe conhecemos verdadeiramente bombásticas? E dos processos/investigações em que entrou onde estão as devidas e necessária acusações? Eu não me lembro de nenhum, mas posso ser eu que tenho uma péssima memória…
Entrar a meio do caminho e sair antes de ele terminar e ficar com os louros tem que se lhe diga!
Já agora mais uma perguntinha. Maria José Morgado é um produto bem conseguido da comunicação social e do mundo dos media. Que investigações lhe conhecemos verdadeiramente bombásticas? E dos processos/investigações em que entrou onde estão as devidas e necessária acusações? Eu não me lembro de nenhum, mas posso ser eu que tenho uma péssima memória…
Entrar a meio do caminho e sair antes de ele terminar e ficar com os louros tem que se lhe diga!
segunda-feira, 15 de janeiro de 2007
sexta-feira, 12 de janeiro de 2007
Luz Bem ao Fundo do Tubo
Explicar alguém que não pertence à tribo, que o Surf é mais do que um desporto, é uma tarefa complicada. Explicar a eu mesmo, que o Surf mais do que um modo de vida é mesmo um modo de vida, por vezes, muito complicado de gerir com o trabalho, que me sustenta e permite p.e. gastar um dinheirão para satisfazer a sede de Sushi, é coisa para me deixar deprimido para o resto da vida.
2h de surf exige pelo menos 90m de descanso. + 1h para viagens e equiparmo-nos, ao todo é mais do que meio dia de trabalho. O meu desejo para 2007 é o mesmo de todos os anos, "libertar-me do trabalho".
Não é coisa que exija grande concentração da minha parte, bastava que os nazis que controlam as empresas, se modernizassem e permitissem de uma vez por todas, a flexibilidade. A força activa "Eu", seria sem dúvida bastante mais produtiva, trabalhando de noite ou num horário, por si escolhido. Um horário que equilibrasse o seu modo de vida com as obrigações laborais. Agora assim, prevejo mais e maiores momentos de infelicidade.
quarta-feira, 10 de janeiro de 2007
domingo, 7 de janeiro de 2007
Casablanca, hoje na 2:
You must remember this
A kiss is just a kiss, a sigh is just a sigh.
The fundamental things apply
As time goes by.
And when two lovers woo
They still say, "I love you."
On that you can rely
No matter what the future brings
As time goes by.
Moonlight and love songs
Never out of date
Hearts full of passion
Jealousy and hate.
Woman needs man
And man must have his mate
That no one can deny.
It's still the same old story
A fight for love and glory
A case of do or die.
The world will always welcome lovers
As time goes by.
Oh yes, the world will always welcome lovers
As time goes by.
quinta-feira, 4 de janeiro de 2007
Fui mendigo
Há uns dias atrás que tenho tido experiências dignas de um pobre. A primeira, foi no Funchal em que dormi que nem um anjo num banco de jardim ao Sol e com vista para o mar, fui acordado por umas crianças irritantes que, não respeitando quem descansa, acordaram-me com bombinhas de Carnaval. A segunda foi ontem a caminho da minha corrida e quando chego ao metro, à máquina dos bilhetes, com 70 cêntimos no bolso, nem mais nem menos, constato que o bilhete de metro é 5 cêntimos mais caro. Colocou-se um dilema, ou voltar a casa buscar 5 cêntimos ou peço a alguém na rua, uma esmola, pequena mas esmola. Se fosse a casa iria chegar atrasado e corria o risco de começarem a correr sem mim, mas se ficasse onde arranjaria o dinheiro, onde. Corri as máquinas todas a ver se havia dinheiro perdido e nada, olhei, examinei o chão na busca de 5 cêntimos perdidos. Nada.
Tendo decidido por ficar na estação do metro e não tendo encontrado nada restava apenas uma hipótese, pedir dinheiro. Foi o que fiz. Analisei como nunca os perfis de todas as pessoas que passavam. Velhotes podiam ter medo, não pedir, os de meia-idade achar-me-iam estranho, restava os mais novos. Lá fui ao primeiro casalinho de 18 anos, com ar desportivo que me apareceu. Achei que esta faixa etária seria mais sensível ao meu problema e que não me olharia nem com medo nem com estranheza. E tinha razão. Os 5 cêntimos apareceram como que um favor que me estavam a fazer. O mais engraçado foi que não tendo aqueles jovens os tais 5 cêntimos e apenas uma moeda de 50, sugeriram que usasse os 50 cêntimos porque a máquina dava trocos. Ainda há gente fantástica e impecável. Meus amigos anónimos, obrigado pelos 5 cêntimos.
Tendo decidido por ficar na estação do metro e não tendo encontrado nada restava apenas uma hipótese, pedir dinheiro. Foi o que fiz. Analisei como nunca os perfis de todas as pessoas que passavam. Velhotes podiam ter medo, não pedir, os de meia-idade achar-me-iam estranho, restava os mais novos. Lá fui ao primeiro casalinho de 18 anos, com ar desportivo que me apareceu. Achei que esta faixa etária seria mais sensível ao meu problema e que não me olharia nem com medo nem com estranheza. E tinha razão. Os 5 cêntimos apareceram como que um favor que me estavam a fazer. O mais engraçado foi que não tendo aqueles jovens os tais 5 cêntimos e apenas uma moeda de 50, sugeriram que usasse os 50 cêntimos porque a máquina dava trocos. Ainda há gente fantástica e impecável. Meus amigos anónimos, obrigado pelos 5 cêntimos.
terça-feira, 2 de janeiro de 2007
O senhor que se segue
"I will do everything in my power to ensure that our United Nations can live up to its name, and be truly united, so that we can live up to the hopes that so many people around the world place in this institution, which is unique in the annals of human history."
O diplomata sul-coreano Ban Ki-moon (Mr. Ban, como é tratado nas Nações Unidas) é desde ontem o oitavo secretário-geral das Nações Unidas. Herda um conjunto de questões problemáticas como a violência no Darfur ou a epidemia do HIV.
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