Os países são só o cenário onde nos movemos.
É engraçado como no sentimos excluídos, como se a nossa essência fosse feita das coisas que nos rodeiam, das ruas que conhecemos, da confiança de sermos reconhecidos pelos nossos modos, linguagem e roupas. Por isso, viajar, sobretudo para outras dimensões como a Índia, ou África, obriga-nos a reavaliar os gestos, a atitude, como se fossemos um instrumento que fosse tocar numa orquestra desconhecida.
Nessas viagens descubro-me sempre diferente. É como se estivesse no teatro e pudesse escolher uma personagem para me reinventar.
Depois, custa-me a retomar a minha pele do costume. E o outro eu, que se movia noutras paisagens e sorria a pessoas que nunca mais vou encontrar, fica dobrado como um lenço na gaveta das fotografias.
Nessas viagens descubro-me sempre diferente. É como se estivesse no teatro e pudesse escolher uma personagem para me reinventar.
Depois, custa-me a retomar a minha pele do costume. E o outro eu, que se movia noutras paisagens e sorria a pessoas que nunca mais vou encontrar, fica dobrado como um lenço na gaveta das fotografias.
Falo com quem ficou. Quero contar o que viram os olhos que levei emprestados e eles não entendem.
As compras que vieram na mala parecem agora vazias do seu encanto. Pertenciam à outra, foi ela que as escolheu, que se viu com elas, foi num espelho enganoso que se reflectiu a sua imagem. Aqui, são apenas recordações.
Obrigado por expressar tão claramente aquilo que sinto depois de mais uma viagem. Que a sua companhia seja uma constante nestas aventuras. E nas outras também!
ResponderEliminarP.