sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Les uns et les autres...


Já dizia Tomasi di Lampeduza que por vezes "É preciso que tudo mude para que tudo se mantenha". Ontem, no CDS/PP, confirmou-se esta máxima. É de facto necessário que tudo mude (que Ribeiro e Castro se demita) para que se mantenha o que a grande maioria dos Populares deseja: um Partido coeso, unido e que fale a uma só voz. Infelizmente o contratempo a que assistimos (leia-se a demissão de Nuno Melo de líder do Grupo Parlamentar) só veio confirmar o que todos já sabem desde o Congresso: o CDS/PP não gosta do líder que elegeu.
Ribeiro e Castro já devia ter percebido isso e já devia ter-se retirado. Um líder em part-time não é um líder. Um homem que perde tempo a perseguir os seus ou é esquizofrénico ou tem um problema grave de gestão de emoções. Ou ambas as coisas.
A saída de Nuno Melo e o "arraial minhoto" a que assistimos só prejudicou a imagem cada vez mais frágil de um Partido que já foi tudo e que cada vez menos tem potencial para ser alguma coisa.
Nuno Melo protagonizou nos últimos dois anos a voz da oposição de Direita no Parlamento. Com o emudecimento do PSD resultante da eleição de Cavaco Silva, Melo soube impor o seu estilo e o seu espaço com agumentações pertinentes e eficazes nas discussões parlamentares. Melhor: Nuno Melo soube descolar-se da imagem marcante de Paulo Portas e tornou-se num curto espaço de tempo num dos mais promissores políticos da sua esfera.
É, por isso mesmo, lamentável que Ribeiro e Castro o tenha feito afastar-se desta maneira. Sentir-se incomodado por um elogio ao homem que fez o partido regressar ao Governo ao fim de tantos anos é uma "mariquice" (passo a expressão)! Um facto destes (porque é de um facto que se trata) não deveria incomodar ninguém. Se o actual líder do Partido não sabe (con)viver com o passado recente do CDS/PP então é melhor que regresse à sua vida de Bruxelas e que deixe o Partido entregue àqueles que têm ideias, que as defendem e que sabem fazer oposição.

3 comentários:

  1. Não está em caus a eleição de Ribeiro e Castro está em causa a demissão de Nuno Melo. Quanto a mim Ribeiro e Castro não serve enquanto líder do partido. Tem feito mais mal do que bem e tem afastado muito eleitorado.

    Quanto a Nuno Melo, nem que seja pela visibilidade que tem adquirido (mesmo que à custa da inépcia do actual líder do Partido) tem falado mais alto no Parlamento. Mas isto é a minha opinião.

    E sim, parece-me que o Nuno Melo é mais mais que uma sombra do Portas!
    Já não há paciência para essa omnipresença do Paulo. Dá para progredir?

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  2. Mas então dás-me razão ao dizer que o palerma do Ribeiro e Castro não devia amofinar-se tanto só pelo Nuno Melo ter dito que sentiam saudades do modo de fazer política do Paulo??
    É que é só disso que se trata. O resto é apenas a minha opinião (pessoal) sobre o Nuno!

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  3. Muito bem. Estas confusões dão péssima imagem ao partido.

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