[Secção tempo de paragem] Várias vezes comento sobre a importância da passagem em que Deus descansa depois de ter visto que o que tinha acabado de criar era muito bom. Na minha história há tanta coisa muito boa, incluindo a que aparenta ser menos boa. É preciso tempo para reconhecer e agradecer. Daí que entro em modo paragem: retiro, férias e campo de férias. Além de rezar, como de costume, o abecedário, desejo um bom tempo de descanso para quem o terá e muito ânimo para quem ainda tem de esperar um pouco mais. Até breve!
sábado, 29 de julho de 2017
quarta-feira, 26 de julho de 2017
Desejo de Paz e Reconciliação
Kátia Viola, exactamente há 3 anos, na Missa Nova em Portimão
Há pouco, escrevi um post a falar da sensatez a ter na vida, de modo a impedir que o emotivismo tome conta da sociedade. Escreveram-me a recordar que há 3 anos, na minha Missa Nova, apelei à Paz e à Reconciliação, tanto na homília como na oração eucarística para as Missas da Reconciliação. Diante de Deus, como padre, é das coisas que mais quero, ser promotor de Paz neste mundo.
Equilíbrio... bom senso...
Chris Eyre-Walker
[Secção desabafos] Encontrar o equilíbrio, a partir do bom senso, é algo difícil. O humano não se situa em extremos: puro racionalismo ou puro emotivismo. Reclamar, criticar, reivindicar, faz sentido quando acontece a partir da vontade de ajudar o outro ou algo a ser melhor. Claro que isto de ser ponderado exige muito trabalho pessoal, de cura de mágoas e ressabiamentos. Se assim não for, reclamo, critico, reivindico em ataque, provocando igualmente danos humanos. Neste último tempos, a acompanhar polémicas pelas redes sociais, resumo em "sou tão anti-fundamentalista que por mim podiam morrer todos os fundamentalistas". O ódio em crescendo, com tal subtileza, mesmo em nome de direitos, assusta. Não se pode exigir humanização com desumanidade. Parafraseando Gandhi, em breve acabamos todos cegos, sem dentes e sem vidas, independentemente das características de cada um. Obviamente as faltas de consideração incomodam, doendo até pelo nível de injustiça, mas ao longo de toda a história da humanidade fomos recebendo ferramentas para lidar com elas sem que necessariamente se entre em caminhos de ódio. Isto de amar os inimigos, pensado e escrito há 2000 anos, por exemplo. Estudando um bocadinho de História, percebe-se como muitos ditadores, tanto de direita como de esquerda, aproveitaram muito bem o emotivismo social. É preciso justiça em tantos casos recentes, contudo, que seja, passo a redundância, verdadeira e autenticamente justa, alicerçada na honra e no respeito por pessoas concretas.
segunda-feira, 24 de julho de 2017
Boas recordações
Arte Magna
[Coisas na vida de um padre] Com o amanhecer, chegam recordações de momentos bonitos e felizes…
domingo, 23 de julho de 2017
Corpo e relação
Migz Nthigah
[Secção pensamentos soltos] Estive a ler o artigo “Cupido 2.0” de Nelson Marques no E, a revista do Expresso, deste sábado. Junta temas que entram na minha linha de interesse sobre o ser humano: corpo e relação. Para quem não leu, tem por base a evolução das aplicações para promover encontros, com forte objectivo sexual. Na linha do post anterior, sem fazer julgamentos demasiado apressados em especial por quem se escandalize mais rapidamente pensando que o “mundo está perdido”, confirma-me a lógica do pêndulo. Durante séculos, reprimiu-se o corpo, colocando tudo o que fosse sexual no âmbito pecaminoso (ainda hoje muitas pessoas vivem dessa forma), sem se olhar e perceber a beleza do ser corpo, em especial na suas dimensões afectiva e sexual. Com o passar do tempo e evoluções tecnológicas dá-se a libertação dessa opressão corporal. O que acontece ao pêndulo quando é largado depois de puxado a um extremo? Segue até ao outro. Neste caso, explorar ao máximo as potencialidades corporais, que são direccionadas, de modo particular, no sexo, cru, sem necessidade de mais. Ora, nem anulação, nem absolutização do corpo. Ao longo do artigo, vai surgindo várias vezes a palavra “ego”: “ajuda o ego”, “estimula o ego”, “satisfaz o ego”. Bem, mais que “ego”, por, infelizmente, ser rapidamente conotado de forma pejorativa, prefiro o termo “self”. Nós somos seres de e em relação. Estas aplicações de encontros são uma forma sofisticada de anúncios já de há anos ainda sem internet: “senhora procura cavalheiro”, “cavalheiro procura senhora”. Se é fugaz ou profunda, há necessidade da relação para dar corpo à identidade. “Quem sou?” De forma geral, alguém corporal, mental e espiritual. As particularidades dependem de inúmeros factores, os quais terão de ser vistos com o cuidado devido para que o “self”, a identidade, única e especial, possa ser respeitada, antes de mais, por mim e pelos outros. O artigo acaba com uma afirmação muito interessante: “Se conhecemos hoje mais pessoas do que nunca e, mesmo assim, não estamos mais satisfeitos, a culpa não será certamente de uma ‘app’ [aplicação].” Correndo o risco de ser redutor, a culpa também tem que ver com o facto de nos conhecermos muito pouco, em especial na riqueza da nossa individualidade, com luzes e sombras. Apercebo-me que cresce a falta de conhecimento da beleza da realidade própria, que conjuga corpo, afecto, intelecto, cultura e espírito, sem entrar em comparações que anulam a unicidade. Parece-me que cada vez cresce mais a necessidade de uma saudável educação para os afectos. Não, não é uma educação para a sexualidade, mas para os afectos. Percebendo aquilo que nos afecta, tal ajuda-nos a crescer, integralmente, em todas as dimensões que compõem o Ser.
Trigo, joio... aparências
Lauren Breedlove
“- P. Paulo, lê mesmo revistas femininas ou disse por dizer para a homilia?”
Sim, leio. Não é com periodicidade, mas, na casa de alguém, numa sala de espera ou onde houver, gosto de folhear e ter consciência do que se lê. Se têm grandes tiragens é porque são muito lidas. Há artigos interessantes. No entanto, gosto de perceber como a sociedade acaba por ser influenciada por modelos subtis apresentados de “como ser mulher” ou “como ser homem”. Ah, isto vem tudo a propósito da parábola do trigo e do joio, em especial, pela forma como se julga demasiado rápido, seja a si próprio, seja uns aos outros, também pelas aparências. “Se não tenho o corpo desta ou daquela forma, não sou pessoa”; “se não tenho relação sexual, de todo, ou de forma como a revista dá dicas, não sou pessoa e sou ‘antiquado(a)”; “se não educo os filhos desta ou daquela forma, em estado zen, sem nunca me irritar ou incomodar, logo sou um(a) péssimo(a) pai/mãe”: cuidado com estes julgamentos, que são mais frequentes do que se imagina. A parábola, mais uma vez, alerta para complexidade de tanto no ser humano. Nessa complexidade, há que estar com a atenção necessária para não se deixar influenciar por modelos que podem tirar a liberdade. E dar-se tempo, muito e bom tempo, para com calma separar o joio para se ver a beleza do trigo.
sexta-feira, 21 de julho de 2017
Absolutos?
Stevenchou Zhouzheng
Escuto muitas vezes, durante as conversas, absolutos como “não consigo”, “não sou capaz”, “não me é possível”, referindo-se à mudança de algo. Como acredito que as palavras têm força, proponho sempre um acrescento à frase de modo a diminuir a intensidade do absoluto: “de momento não consigo”, “ainda não sou capaz”, “por agora não me é possível”. Abrem-se, assim, pequenos convites à transformação ou conversão... e à esperança. Bom dia!
quinta-feira, 20 de julho de 2017
Silêncios
Samuel Afonso,sj
[Seção outros tons] Há silêncios que abrem as barras de coração que bloqueiam a visão de humanidade.
quarta-feira, 19 de julho de 2017
"Não nos esqueçam"
Teresa Lamas Serra
[Secção outras perspectivas, a partir da minha escuta de quem passou por terras queimadas e não quer que tal caia em esquecimento] “Há pouco voltei a pegar na enxada e cavei a terra ainda escurecida. Indecisa se semear ou plantar. Os pensamentos estavam na filha, genro e netos que voltei a ter em casa. Perderam tudo. O que se pode semear, menina, depois da desgraça? Até aos cães custa ladrar e aos gatos miar, por terem as gargantas sufocadas do seu modo de gritar. Coitaditos. Não saem do pensamento aquelas horas de agonia. 64 mortos. Eu conhecia, menina. Eu conhecia. Há que refazer a vida. Mas a terra ainda está escurecida.” Em lágrimas, “não nos esqueçam, menina. Não nos esqueçam”.
Porta e passagem
Mariana Salazar
[Secção outros tons] Não me revejo na vista. Fico-me em breves instantes pela porta: regista passagem de peregrinos. Depois, atravesso o amanhecer, de sombra para a luz, em caminho de maior verdade e vida. O resto são adereços.
terça-feira, 18 de julho de 2017
Crunchie e Bumby
Há tempos escrevi que a Crunchie tinha companhia de nome Bumby. Como não sabia se era um ou uma, o nome era ajustado para qualquer caso. Eu já andava desconfiado. Ontem confirmei que é UM Bumby: a Crunchie pariu 3 crias. O mais interessante foi a minha sensação quando descobri. Voltei aos anos de adolescência em que tive hamsters e os vi nascer. Foi exactamente a mesma sensação… de vida. Vê-la a cuidar, a ajustar o ninho, na azáfama de alimentá-las, deu-me para ficar ali um pouco a pensar sobre o cuidado como instintivo. Nós, enquanto humanos, damos saltos da dimensão biológica para a afectiva e racional: o cuidado torna-se amor de respeito ao próximo, como escrevi no último texto. E divino… quando esse cuidado chega ao extremo no amor aos inimigos. Pois, é isto: a Crunchie e o Bumby tiveram três crias.
domingo, 16 de julho de 2017
terra
Phuc Auh Huynh
[Secção pensamentos soltos] Este domingo tenho andado com “terra” no pensamento. Além de ter de pensar na homilia, ecoavam em mim outras palavras: racismo, “religio-fobia”, homofobia, intolerância, agressividade, cuidar. Muitas mais, evidentemente, mas, para este texto destaco estas… começando por terra.
Os textos deste domingo apontam muito para a importância da terra, em concreto e em metáfora. Na beleza do mito da criação retratado no livro do génesis, percebemos que o ser humano (em hebraico “adam”) é criado da terra (em hebraico “adamah"). Sim, ser humano, englobando masculino e feminino. A nossa condição tem essa dimensão física/biológica que é transversal a qualquer ser humano, SEM excepção. Biologicamente falando, não temos raça. Durante séculos, foi difícil entender isso, dando importância à cor de pele ou linhagem de nascimento, situando entre a hiper-valorização e a desvalorização. Conforme a cor, havia, bem, infelizmente ainda há seres humanos (adam) que são colocados em patamares de sobre ou sub-humanidade. Repito: adam e adamah.
O Evangelho deste domingo fala-nos em especial do semeador e das sementes. Desta vez, como já se notou, fiquei-me pela terra. Desde o terreno pedregoso e espinhoso até à terra fértil. Até que ponto não temos de perceber que cada um de nós tem um pouco de tudo? Pedras e espinhos que impedem lavrar e bloqueiam a nossa visão de humanidade para além de qualquer característica. E terra fértil, onde sementes deram frutos de respeito e de escuta do outro sem o anular ou matar à partida pela sua diferença de características em relação às minhas. É certo que as minhas pedras e espinhos podem impedir-me de gostar de toda a gente, mas não tenho o direito de os anular. Qualquer fobia, mais ou menos evidente, dirigida a pessoas, traduz uma série de pedras e espinhos que têm de ser, primeiramente amados por ainda fazerem parte de mim, ou seja reconhecer sem julgar, e depois, aos poucos serem removidos de modo a que a terra se torne profundamente humana. Isso é de tremenda exigência, porque obriga a ir ao fundo de mim, conhecer-me, na história pessoal e social, e tomar consciência que tirando todas as características sou da mesma terra do que todos os seres humanos que estão na face da Terra.
Para mim, enquanto cristão, ainda é mais desafiante. Afinal, Deus no qual acredito “enterrou-se” plenamente. Não acredito num deus etéreo, mas em Alguém que assume a própria criação. Daí que Deus não nos vê, nem escuta, a partir de características, mas a partir do ser total profundo em terra à qual Ele próprio pertence. Deus não separa seres humanos. Se existe algo a separar, tal não é a partir de cores de pele, religiões, estatutos sociais ou orientações sexuais, mas da quantidade e qualidade de cuidado que tivemos connosco próprios e com o próximo. Quanto mais cuidado com a terra, mais sementes brotarão, dando muito fruto.
quarta-feira, 12 de julho de 2017
Dignidade e integridade
Mustafa Varol
[Secção desabafos] Considero a dignidade como intrínseca ao ser humano. Em aulas, formações, homilias, sempre de dela falo, arranjo uma posição de modo a ficar ao mesmo nível de quem me rodeia. O gesto ajuda-me a recordar que todos, sem excepção, ao nível da dignidade estamos ao mesmo nível. A educação tem o dever de nos recordar que somos chamados ao respeito dessa dignidade: respeitar e ser respeitado. No entanto, o que é, aparentemente, indiscutível, torna-se problemático quando a vida é afectada pelo incómodo da emoção mal gerida, como o apetite ou necessidade de reconhecimento, que leva à afirmação, ora de poder, ora de exploração de outros. A pessoa que assim age está desintegrada nalguma dimensão sua. Afinal, a integridade moral implica a biológica, a afectiva/psicológica, a racional, a social e, sim, a espiritual.
Nos tempos actuais, temos vivido dramas muito sérios que tocam toda a sociedade portuguesa, tal como a situação do incêndio que lavrou totalmente a vida de 64 pessoas e humanamente a de centenas, em que continuamos com tudo mal explicado ao nível político. Mas essa é outra história. Neste momento, prefiro recordar que, quando tudo aconteceu, a onda de solidariedade mostrou de que integridade é feita grande parte da população portuguesa. As redes sociais foram o meio de informação e pedido de ajuda. Contudo, também se tornaram (como, infelizmente, tantas vezes acontece) o meio de desinformação e aproveitamento (pessoal e político) de tragédia alheia. Em situação de emergência, opiniões de bancada são do pior. E o que mais há e em crescendo são opiniões sem se ponderar minimamente dos efeitos que essas poderão causar, aumentando, como politicamente nos vamos habituando, a desresponsabilização das acções. Muitas vezes desejam-se as soluções perfeitas, mas essas existem no idealismo impossível de alcançar. O que realmente se quer são soluções adequadas à realidade concreta e tal apenas se alcança a partir do terreno com alguém com credibilidade, ou seja, com integridade moral que possa gerir e direccionar com responsabilidade os bens recebidos.
A emoção é fundamental para mover em caso de perigo. Deixa de ser fundamental, quando se partilha imagens, vídeos ou textos a incitar a mais emoção, sobretudo agressiva e indignada, que não ajuda em nada a quem realmente precisa de apoio. Infelizmente, brinca-se demasiado com o sofrimento alheio. Para que se seja respeitado, há que mostrar respeito.
Em vídeos ou imagens que causem impacto há que ganhar distância, por exemplo, com a racionalidade, fazendo-se perguntas várias de modo a tentar ver o máximo de perspectivas, em que o julgamento final que se fará seja verdadeiramente ajustado. Isto dá trabalho, e muito. Sendo esse trabalho o que também ajuda a promover a integridade moral da humanidade, respeitando a dignidade de todos.
Deixar-se
Teresa Lamas Serra
[Secção outros tons - repescado de há 5 anos]
- Nunca tiveste a sensação de deixar um pedaço de ti em cada sítio que passas?
- Sim, bastantes vezes. Sobretudo nas conversas!
terça-feira, 11 de julho de 2017
Encontros
[Coisas na vida de um padre] Em passeio, encontro um pequeno morcego caído em zona com algum movimento. Coloquei-o no muro e lá foi subindo até ao esconderijo. Enquanto o tinha na mão, pensei mais uma vez no fascinante que é a Criação.
Missão Aqui e Agora
[Secção boa publicidade] Pensando na tragédia de Pedrógão Grande, surgiu a "Missão Aqui e Agora, de inspiração cristã e inaciana. Esta Missão tem como objectivo juntar voluntários para ajudar no que for necessário por lá. Fica o cartaz com mais indicações.
Inscrições por aqui: https://goo.gl/forms/R0NA0Rk4KlIraXHS2
domingo, 9 de julho de 2017
3 novos padres SJ
[Secção Jesuítas-on-fire] Dia grande na Igreja e na Companhia de Jesus: 3 novos padres - o João de Brito, o Duarte Rosado e o Manuel Cardoso. Que o Senhor os abençoe. Que sejam anunciadores da paz e da reconciliação.
sábado, 8 de julho de 2017
Adolescentes
[Secção pensamentos soltos] Estive uma semana com 52 adolescentes de 17 anos. A esta viagem, com os nossos alunos, chamamos de Caravana: em modo peregrino, visitamos os lugares onde nasceram Sto. Inácio de Loyola e S. Francisco de Xavier. Durante as visitas, juntam-se momentos de reflexão, oração, animação e muitas conversas em partilha, a partir das suas vidas com inspiração nas dos santos. No final, fica a boa sensação de agradecimento pela juventude que temos. Por aqui ou por ali, leio ou ouço sobre o muito da sensação de “geração perdida” com os adolescentes da actualidade. Mas, será que é mesmo perdida? Não me parece. Muitas vezes, somos nós adultos que não ajudamos na educação das crianças e adolescentes. Ora se exige que sejam adultos à força, ora se infantiliza em demasia as suas capacidades de ver e pensar o mundo. Ajudá-los a serem quem são é dar-lhes ferramentas para crescerem em estatura e graça com os seus dons. A nossa experiência de vida pode contribuir para orientar, sem nunca castrar ou desvalorizar, a sua espontaneidade e rasgos de mudanças. A adolescência tem o misto de força e de fragilidade muito próprio. Tanto são os maiores, como, quando aparece a dor ou o sofrimento, “clamam” por colo e aconchego. A sensibilidade é muito própria, nesse viver tudo com emoção e intensidade, tanto para o melhor, como para o pior. Então, sabendo disso, há que ajudá-los a canalizar essa potencialidade para que ponham a render ao máximo os seus dons em tornar este mundo melhor. Estes 52 adolescentes, que de “perdidos” têm pouco ou nada, aos quais poderíamos juntar muitíssimos mais deste nosso Portugal e do mundo fora, tem tanto mais potencial a render, quanto mais acreditarmos neles, nessa orientação de quem os quer ver realmente a crescer.
[Foto: à saída da última Missa da Caravana fizeram um círculo a cantar e a expressar a alegria natural de quem se sente amado… uns pelos outros na amizade e, sem dúvida, por Deus]
quinta-feira, 6 de julho de 2017
Ao serviço
Ao viver muito, em quantidade e qualidade, termina-se a agradecer e a perceber que algo renovado começa: com a ajuda de Cristo e do seu sorriso, pôr a cabeça, o coração e as mãos ao serviço de um mundo melhor.
quarta-feira, 5 de julho de 2017
terça-feira, 4 de julho de 2017
Noite Medieval
[Secção Da profundidade da oração, à loucura da animação] Em terra de Xavier, a noite ganha silêncio, deixando a luz irromper pelas trevas. É a noite medieval! Dentro de pouco, teatro com as diferentes equipas a mostrar a sua criatividade.
Sto. Inácio - protector das grávidas
Sto. Inácio de Loyola, nesse seu profundo sentido de amar-servir-amar, ajudou, no seu tempo de Roma, mulheres grávidas, tendo sido parteiro uma ou outra vez. Ele fundou a casa de Sta. Marta para acolher mulheres vítimas de violência e de prostituição. Por isso, a devoção levou-o a ser santo protector de mulheres grávidas. Tanto na Basílica como na Capela da sua conversão, há uma caixa onde vão colocar pedidos ou agradecimentos de gravidez. É isso, em tudo amar e servir em partos de corpo e de alma, ajudando à Vida.
segunda-feira, 3 de julho de 2017
Iñigo de Loyola
Iñigo de Loyola viveu intensamente o ganhar e o perder... ao ponto de saber perder para ganhar algo maior: a liberdade de si diante da profundidade do amor de Deus. Homem de afectos, fez km's a pé pela Europa fora. Aprendeu em inteligência, em vontade e em serviço. Voltar a Loiola é agradecer a espiritualidade que brotou deste homem, que soube amar e anunciar o Senhor de todas as coisas, ajudando-me a dar passos no encontro da liberdade.
Deus não faz acepção de pessoas
Darren Staples/Reuters
[Secção desabafos] Há pouco, a Diana, uma amiga portuguesa dos tempos de Madrid, partilhou num comentário ao post da viagem para Loiola que se apercebeu da presença de Deus em todas as coisas numa Missa. Não foi uma Missa de muitas que vai, mas uma que organizou para homenagear um colega recentemente falecido de nome Ignacio. Ignacio, entre muitas características, era um homem de fé e homossexual, em que ambas trouxeram muitos dissabores de vida, nomeadamente com a família. Talvez por isso, a mesma família optou por um funeral mais intimista, onde muitos dos seus amigos não puderam estar presentes. A Diana não se conformou e organizou uma Missa onde muita gente amiga de Ignacio, independentemente das (des)crenças, se juntou para celebrar o importante: a força da sua Vida, manifestando assim o carinho e amizade que vai para além da morte e, quem sabe, podem ajudar muitos vivos a perceber o que realmente faz sentido é amar sem julgar. São muitas as pessoas que vivem bastante sofrimento na difícil relação entre a sua orientação homossexual e a fé em Deus. Também se juntam famílias, em carregamentos de culpas que não têm sentido. Pessoas que são renegadas pelo seu sentir e modo de amar, nessa busca de simples reconhecimento por serem quem são. Este tema é muito complexo e tantas vezes é tratado com tal simplismo de moralismo culpabilista que esquece o impacto que tem na vida de muito mais pessoas do que se pode imaginar. Quando se deixar de apontar e definir características como próprias ou impróprias, pura ou impuras, dignas ou indignas, estaremos sempre a olhar a pessoa na sua totalidade, percebendo que Deus não faz acepção de pessoas… quanto muito, fará da estupidez de algumas que insistem em separar, segregar, silenciar, castrar, fechadas no seu orgulho religioso. O que vale: as muitas pessoas como a Diana, que acreditam na fé aliada à esperança e ao amor.
domingo, 2 de julho de 2017
Em busca do voo
[Coisas na vida de um padre] Regressávamos da Missa no hospital onde Sto. Inácio ficou hospedado quando voltou a Loiola. Estava o pássaro no chão. Levei-o na mão um bom bocado. Tentava voar e ficava atordoado. "Não posso ficar com, tenho de encontrar quem o cuide." Uma senhora vê: "ai, tenta voar, mas é pequeno ainda!" Contei-lhe que procurava uma maneira de que fosse cuidado. "Eu fico com ele." De certeza que irá voar e longe.
Caravana 2017 - Dar resposta a quem sou
Como dar resposta a quem sou? Como conhecer o modo como Deus vai despertando a força dos meus dons? O silêncio exterior (serenando, sem julgar, as agitações que têm surgido ao longo da vida e não tive tempo e espaço para as ver) ajuda a "des-cobrir" ou "des-velar" os gestos próprios, sem comparações, para amar e servir.
sábado, 1 de julho de 2017
Caravana 2017 - Viagem
Quase a chegar a Loiola, depois de uma longa viagem com muita animação. No caminho recebemos uma carta de Sto. Inácio. Convida à escuta de nós mesmos, com toda a verdade, e assim escutar o quanto Deus desafia a partir da nossa história... percebendo a Sua presença em todas as coisas.
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