domingo, 23 de julho de 2017

Trigo, joio... aparências




Lauren Breedlove

“- P. Paulo, lê mesmo revistas femininas ou disse por dizer para a homilia?” 


Sim, leio. Não é com periodicidade, mas, na casa de alguém, numa sala de espera ou onde houver, gosto de folhear e ter consciência do que se lê. Se têm grandes tiragens é porque são muito lidas. Há artigos interessantes. No entanto, gosto de perceber como a sociedade acaba por ser influenciada por modelos subtis apresentados de “como ser mulher” ou “como ser homem”. Ah, isto vem tudo a propósito da parábola do trigo e do joio, em especial, pela forma como se julga demasiado rápido, seja a si próprio, seja uns aos outros, também pelas aparências. “Se não tenho o corpo desta ou daquela forma, não sou pessoa”; “se não tenho relação sexual, de todo, ou de forma como a revista dá dicas, não sou pessoa e sou ‘antiquado(a)”; “se não educo os filhos desta ou daquela forma, em estado zen, sem nunca me irritar ou incomodar, logo sou um(a) péssimo(a) pai/mãe”: cuidado com estes julgamentos, que são mais frequentes do que se imagina. A parábola, mais uma vez, alerta para complexidade de tanto no ser humano. Nessa complexidade, há que estar com a atenção necessária para não se deixar influenciar por modelos que podem tirar a liberdade. E dar-se tempo, muito e bom tempo, para com calma separar o joio para se ver a beleza do trigo.

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