[Secção pensamentos soltos] Estive uma semana com 52 adolescentes de 17 anos. A esta viagem, com os nossos alunos, chamamos de Caravana: em modo peregrino, visitamos os lugares onde nasceram Sto. Inácio de Loyola e S. Francisco de Xavier. Durante as visitas, juntam-se momentos de reflexão, oração, animação e muitas conversas em partilha, a partir das suas vidas com inspiração nas dos santos. No final, fica a boa sensação de agradecimento pela juventude que temos. Por aqui ou por ali, leio ou ouço sobre o muito da sensação de “geração perdida” com os adolescentes da actualidade. Mas, será que é mesmo perdida? Não me parece. Muitas vezes, somos nós adultos que não ajudamos na educação das crianças e adolescentes. Ora se exige que sejam adultos à força, ora se infantiliza em demasia as suas capacidades de ver e pensar o mundo. Ajudá-los a serem quem são é dar-lhes ferramentas para crescerem em estatura e graça com os seus dons. A nossa experiência de vida pode contribuir para orientar, sem nunca castrar ou desvalorizar, a sua espontaneidade e rasgos de mudanças. A adolescência tem o misto de força e de fragilidade muito próprio. Tanto são os maiores, como, quando aparece a dor ou o sofrimento, “clamam” por colo e aconchego. A sensibilidade é muito própria, nesse viver tudo com emoção e intensidade, tanto para o melhor, como para o pior. Então, sabendo disso, há que ajudá-los a canalizar essa potencialidade para que ponham a render ao máximo os seus dons em tornar este mundo melhor. Estes 52 adolescentes, que de “perdidos” têm pouco ou nada, aos quais poderíamos juntar muitíssimos mais deste nosso Portugal e do mundo fora, tem tanto mais potencial a render, quanto mais acreditarmos neles, nessa orientação de quem os quer ver realmente a crescer.
[Foto: à saída da última Missa da Caravana fizeram um círculo a cantar e a expressar a alegria natural de quem se sente amado… uns pelos outros na amizade e, sem dúvida, por Deus]
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