sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
You can never know
Just where to put all your faith
And how will it grow»
Eddie Vedder
Eddie Vedder
Virá o dia em que o homem será suficientemente inteligente para saber usar a ciência e desenhar desde o iníco o destino de cada um. Huxlourorwellfin
Se cada vez mais o Homem consegue apurar a origem de tudo, use-se esse conhecimento para moldar a vida de cada um para um destino melhor. Não estaria a comandar, nem sequer a condicionar, a mão do Estado seria sempre como uma orientação. E então o Estado seria Eu, e Eu, Monarca absoluto comandaria o Povo de acordo com a Sua vontade.
A imagem estava ligada a uma notícia que indicava a descoberta, da zona cerebral responsável no homem pelo grau de envolvimento a uma criança. Leia-se, o instinto de protecção.E porque o ano é bissexto
É o dia especialíssimo para quem nasceu nestes anos, em que pode celebrar o aniversário no dia certo e não a 28 ou a 1 de Março. E lembro-me de um colega de liceu a quem massacrávamos todos os anos normais por querer celebrar o dia de anos de um dia que não existia, contando nós a sua idade apenas pelos anos bissextos.
Na tradição popular acredita-se que é um ano de sorte e que tudo o que for iniciado a 29 de Fevereiro irá correr bem. Mas também sempre ouvi dizer que casar num ano bissexto dá azar. Diz-se que a “voz do povo é a voz de Deus”. A verdade é que se não sei de nada que tenha começado a 29 e tenha obtido êxito, também é verdade que alguns casamentos celebrados nesse dia deram mesmo para o torto.
Porque é ano bissexto, pelo sim pelo não, acho que vou começar qualquer coisa hoje. Ainda não sei o quê, porém.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
No country for old men
Pedro e o Lobo
Peregrinação à ValorSul
Nice and quiet
Strange love
(Koop)
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Tesourinhos por e-mail, via João
Lá pelas tantas, começam a ter sede e o primeiro -ministro manda parar junto à primeira casa no caminho para beber um pouco de água.
A dona do casebre, hospitaleira como todo o português, grita para o menino de uns 9 anos que estava sentado na porta:
- Sócrates! Vem cá depressa! Traz a jarra da água e os copos!
O primeiro - ministro, todo vaidoso, pergunta:
- Eu ouvi que a senhora chamou Sócrates ao garoto. Ele tem esse nome em homenagem a alguém?
E ela, sem nunca imaginar quem era o em pessoa que estava ali, responde:
- Não. Na verdade o nome dele é António, mas ultimamente deu-lhe para mentir tanto e fazer tanta merda, que nós lhe chamamos assim.
Para ouvir no carro, o épico músical dos The Smashing Pumpkins, feito maior da década de 90, albúm conceptualmente perfeito, dividido em dois livros from dawn to dusk e Twilight to Starlight. Poesia a jorrar por todo o lado, desenhos do book entre o imaginário brit dos contos de fadas do início do século e o traço agreste da Paula Rego, o sol e a lua gravados a encarnado e a azul nos dois discos, e mais... muita e excelente música, o rock sinfónico, progressivo e apocaliptico do Billy Corgan e cia. Foi uma excelente colheita esta e até ao momento dos títulos mais bonitos alguma vez dados Mellon Collie and the Infinite Sadness.
Tesourinhos por e-mail, via Rititi
Aspergic: Medicamento português que mistura Aspegic com Aspirina.
Assentar:O acto de sentar, só que com muita força, como fosse um tijolo a cair no cimento.
Capom: Porta de motor de carros que quando se fecha faz POM!
Destrocar: Trocar várias vezes a mesma nota até ficarmos com a mesma.
Disvorciada: Mulher que se diz por aí que se vai divorciar.
É assim: Talvez a maior evolução da língua portuguesa. Termo que não quer dizer nada e não serve para nada. Deve ser colocado no início de qualquer frase. Muito utilizado por jornalistas e intelectuais.»
Entropeçar: Tropeçar duas vezes seguidas.
Êros: Moeda alternativa ao Euro, adoptada por alguns portugueses.
Falastes, dissestes: Articulação na 4ª pessoa do singular. Ex.: eu falei, tu falaste, ele falou, TU FALASTES.
Fracturação: O resultado da soma do consumo de clientes em qualquer casa comercial. Casa que não fractura... não predura.
Inclusiver: Forma de expressar que percebemos de um assunto. E digo mais: eu inclusiver acho esta palavra muita gira.
Também existe a variante "Inclusivel".
Mô: A forma mais prática de articular a palavra MEU e dar um ar afro à língua portuguesa, como 'bué' ou 'maning'. Ex.: Atão mô, tudo bem?
Nha: Assim como Mô, é a forma mais prática de articular a palavra MINHA. Para quê perder tempo, não é? Fica sempre bem dizer 'Nha Mãe' e é uma poupança extraordinária.
Númaro: Já está na Assembleia da República uma proposta de lei para se deixar de utilizar a palavra NÚMERO, a qual está em claro desuso. Por mim, acho um bom númaro!
Parteleira:Local ideal para guardar os livros de Protuguês do tempo da escola.
Perssunal: O contrário de amador. Muito utilizado por jogadores de futebol. Ex.: 'Sou perssunal de futebol'. Dica: deve ser articulada de forma rápida.
Pitaxio: Aperitivo da classe do 'mindoím'.
Prontus: Usar o mais possível. É só dar vontade e podemos sempre soltar um 'prontus'! Fica sempre bem.
Prutugal: País ao lado da Espanha. Não é a Francia.
Quaise: Também é uma palavra muito apreciada pelos nosso pseudo-intelectuais. Ainda não percebi muito bem o quer dizer, mas o problema deve ser meu.
Stander: Local de venda. A forma mais famosa é, sem dúvida, o 'stander' de automóveis.
O "stander" é um dos grandes clássicos do "português da cromagem".
Tipo:Juntamente com o 'É assim', faz parte das grandes evoluções da língua portuguesa. Também sem querer dizer nada, e não servindo para nada, pode ser usado quando se quiser, porque nunca está errado, nem certo. É assim... tipo, tás a ver?
Treuze: Palavras para quê? Todos nós conhecemos o númaro treuze.
Great Music
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Há amores assim
Há amores assim
Donna Maria
Sounds of nature
Elas e eles
Ambas as conversas eram sobre o mesmo assunto. Para elas eram os rapazes, para eles eram as raparigas. E foi hilariante ouvir ambas as conversas.
Elas falavam do quanto gostavam de ter namorado, que tinha de ter olhos azuis, ser carinhoso, dar muitos beijinhos, bem cheiroso, que tivesse dinheiro, claro. No essencial elas queriam um príncipe que tomasse conta delas.
Depois de os ouvir fiquei com pena de ambos os grupos porque o futuro lhes dirá que estão enganados nas suas pretensões e o que ambos querem, pelo menos a forma daqueles desejos, nunca os terão. Mas isso o tempo e o crescer os ensinará que não será assim. O tempo os ensinará que elas são mais complicadas e menos disponíveis do que eles desejariam e que eles mais simples e básicos nos seus desejos e quereres do que elas pensam.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Afinal não era bem o que pensava
Mas lida a noticia chego à conclusão que afinal não era bem essa a noticia. Estamos, antes, perante um caso em que a instituição Casa Pia denunciava uma situação de abuso sexual de um padrasto sobre uma aluna da instituição.
Felizmente que mais uma criança vitima de abuso sexual vê o abusador a braços com a Justiça, precipitei-me de facto com a notícia.
Christopher Mccandless
A noite toda
And the Oscar goes to...
Melhor realizador: Joel Coen e Ethan Coen («No country for old man»)
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Melhor actor secundário: Javier Bardem («No country for old man»).
Melhor actriz: Marion Cotillard («La Vie en Rose»).
Melhor actriz secundária: Tilda Swinton («Michael Clayton»).
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Melhor filme de animação: «Ratatouille» (Disney).
Melhor filme estrangeiro: «The counterfeiters» - Stefan Ruzowitzky (Áustria).
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A grande surpresa do fim-de-semana
Resta saber para quando uma revolução em Cuba. Para quando teremos, em Cuba, um regime democrática e respeitador dos direitos fundamentais.
Teremos de aguardar e espero que sem grandes banhos de sangue...
Desabafo(s) II...
Vi este post no Arte da Fuga. Tem-me andado no pensamento. Não vi o filme, mas tenho de o fazer. Já li a sinopse e interessou-me bastante…
Mas, restringindo-me ao excerto que o AMN lá colocou...
…é forte, bastante forte. A imagem que me ocorreu, tendo em conta o título da canção e a própria canção, foi mesmo a de Jesus a chorar sobre Jerusalém (Cf. Lc 19, 41 - ss). Claro que posso aplicar a várias situações, não apenas às de conflito. No entanto, tenho cada vez mais a sensação de andarmos a brincar uns com os outros, como peças de uma engrenagem que vacila… Não percebo muito de política, uma das minha lacunas, mas de facto é notório o quanto o sentido de autoridade com responsabilidade passa rapidamente para um autoritarismo sem sentido… Pergunto(-me): Para quê? E em nome de quê?
Há dias que me apetece chorar… Outros, em que choro mesmo. Tanto que me tenho sentido cansado de receber a imensa informação filosófica [tão certeira com o que se passa nos dias de hoje] que por vezes é difícil de digerir. Posso resolver rapidamente, dizendo que os problemas não são meus. Mas será que não são? É certo, directamente não são! Mas, sinceramente, como homem consciente e alguém que tenta ser cada vez mais cristão, não consigo deixar de ficar entristecido com o que nos rodeia. É verdade que não sou pessimista, até sou uma pessoa de esperança. Agora, não consigo desligar em relação ao mundo…
Estou farto de discursos de “lançar poeira para os olhos”, como se tudo estivesse excelente, quando basta sair à rua, ler jornais, ver televisão, para confirmar que bem não está… São cada vez mais os grandes pensadores que afirmam que vivemos numa realidade social complexa e desconcertante, havendo uma desarmonia cada vez maior entre o ser e o estar. Não sou apocalíptico, no entanto tenho mesmo a sensação de que está na altura de parar e pensar seriamente sobre o que se passa à nossa volta.
Uma coisa é certa, quando cada um quer absorver todo o poder para si, continuaremos a ter muitos momentos como o excerto do Free Zone…
Into the wild
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Religião e Sexo, alguns apontamentos...
[seda de Bruno Moniz, in: olhares.com]
Há dias… Aliás… Há bastante tempo atrás, o Pedro e eu estávamos de conversa… Comentava que os meus melhores textos surgem porque sou desafiado ou “picado”. Normalmente sobre algum assunto que me interessa e que tenha algum conhecimento na matéria para poder opinar convenientemente e não, simplesmente, porque sim… Então, com o desenrolar da conversa e meio a brincar meio a sério, pediu-me para escrever sobre Religião e Sexo [propositadamente em maiúsculas] …
Em mim não ficou esquecido, fiquei a pensar… Mesmo que estejamos em épocas do tudo para ontem, gosto de pensar com muita calma. Além do mais não tenho “objectivos” para cumprir até ao fim do mês. De facto, é um tema muito em berra, mais do que até eu possa pensar. Daí resolver “ir para a rua” e escutar…
… e nem de propósito, sobre estas questões, ontem fui ver o Scope, a última coreografia de Rui Horta. De facto, uma crítica à sociedade que vê o corpo como “carne para canhão", num aproveitamento sexual, quer do homem, quer da mulher. Aliado a esse aproveitamento, surgem outros inevitáveis, o das emoções e dos sentimentos. Quando entrei no espectáculo [interactivo com o público], tive a nítida sensação de ir directo ao meu pensamento… Corpo, relação, actualidade, filosofia, interacção, Relação, sociedade, amor, gritos, desejos, carne, vida, animalidade e humanidade, produto(s), sedução, Vida... Ser Humano!
Bem, Sexo é bom, muito bom! É capaz de haver quem não goste no amplo universo de pessoas. Mas, de uma forma geral, tendo em conta o quanto o tema é explorado nas mais variadas áreas, é algo desejado, apetecível e com muita vontade de ter... Pois, ter! Ou então, para suavizar usa-se o “fazer amor”, para distinguir da mera relação carnal. Nada de novo até aqui [pelo menos para os que não são virgens]…
No entanto, vou tendo a sensação de que na actualidade desceu-se o pensamento para a zona da cintura. Vivo essa experiência quando comento que fiz Votos. Lá vêm as eternas questões: “o casamento dos padres”, “a igreja como castradora”, “a autoridade vigente na cama de cada um”. Confesso, por vezes já nem tenho muita paciência, sobretudo no que toca ao esclarecimentos sobre a questão da castidade, mas só pelo simples facto do tema ser logo abordado e, por vezes, de forma tão veemente torna-se evidente que é algo bastante central… Mesmo que se diga que não…
Daí, entre várias razões, também como religioso, sentir a necessidade de me dedicar ao estudo mais a fundo do Corpo. Um dos meus últimos trabalhos de investigação foi sobre as dimensões da relação e da corporeidade no Ser Humano. Dei-lhe o título: Ser Humano: Ser Corpo em Relação. Será que nos conhecemos enquanto Corpo? E será que conhecemos a fundo a nossa dimensão corporal? E como é que vivemos a nossa relação uns com os outros?
E a Religião? Que tem com isto tudo? A meu ver bastante, para não dizer tudo! A Religião não é o afastamento do humano na transcendência, ou então, o simples respeitar de normas que vêm do alto. Cada um de nós está “re-ligado” a uma variedade imensa de situações e acontecimentos. No fundo, pensar a pessoa integrada e relacionada com o todo que é, nas suas várias dimensões: biológica, psicológica, sociológica, histórica e até mesmo religiosa.
Sinceramente, vejo cada vez menos separações nestas várias dimensões. Pelo facto de trabalhar o corpo nalguns dos seus aspectos – por exemplo, no filosófico, no artístico e no espiritual – percebo a importância que tem a vivência da nossa realidade pessoal no caminho de uma maior verdade. Na actualidade, com tantas possibilidades de desencontro, a pessoa deve chegar à individualidade de si própria, de modo a não ficar nem isolada, nem diluída na sociedade, curiosamente, bastante corporal.
O culto do corpo de modo a imitar esta ou aquela pessoa mais conhecida leva a que se queira tornear muitas vezes a imagem que a própria pessoa tem de si. A imposição de parâmetros que a sociedade vai colocando obriga a um desfasamento corporal muito grande, por vezes até impossível de alcançar. Ouvindo por vezes esta afirmação: “O meu corpo [como se fosse algo material] não faz parte de mim”, fico a pensar como andará o entendimento do que significa passar por um reconhecimento de quem se é.
Penso na sociedade actual, na qual, em cada vez mais situações, devido à competitividade atroz, a pessoa ou se assume como a única e tenta eliminar quem lhe faça frente, ou então se vai anulando, perdendo muitas vezes o sentido para a vida. De facto, cada sujeito é único, não podendo ser comparado enquanto ser com outro, mas é na relação que poderá encontrar o equilíbrio da reciprocidade.
É notório o desequilíbrio a vários níveis que vivemos socialmente. A superficialidade com que nos deparamos não leva ao fundo, às bases, aos fundamentos, da nossa realidade, quer pessoal quer social. Como resultado as relações humanas tornam-se também elas superficiais, ao ponto do sexo ser algo adquirido. Toma lá, dá cá. O prazer torna-se efémero e imediato, numa mera satisfação da libido. Em que o Corpo, afinal, se torna um mero instrumento de prazer… Como vejo o ser humano como sagrado, tê-lo como objecto, seja ele de que tipo for, é algo que me faz alguma confusão. Daí perceber que, mais do que rotular seja quem for, ou o que for, é necessário olhar e encarar com seriedade sobre estas dimensões tão básicas da realidade humana…
Com tudo isto, devo dizer que não defendo a anulação do sexo, muito pelo contrário. A minha decisão de ter feito o Voto de castidade, como digo, está ligada com a minha vocação. Não me sinto, nem pouco mais ou menos castrado. No entanto, isto não me leva a pensar no sexo como mau, isso seria de todo incoerente com o meu pensamento. Como acima afirmei, sexo é bom. Agora, que seja algo que contribua para a profundidade da relação entre duas pessoas. No fundo, não ser a porta de entrada da relação ou de um aproveitamento, mas em cada momento de encontro ser, mais do que genital, um clímax sexual, por envolver a totalidade das pessoas em relação. Se assim for, o sexo vivido como a unificação por Amor entre duas pessoas, não tenho dúvidas, é religioso.
Acordamos com o telf e o vamos surfar, prepara-se a bagagem e saímos. Chuva diluviana e o mar mantém-se surpreendentemente calmo, acordado apenas pelo swell e pelo vento forte off-shore, vem de terra, provoca um leque de espuma quando a onda rebenta, uma força absurda que funciona como um travão no take-off. Praia pequena, praia grande, adraga e voltar ao guincho. A tarde passada a surfar e no final, já ao entardecer, alguém comenta passámos o dia inteiro nisto.
Mais do que isso, se chegamos a casa, devoramos o frigorifico e depois apagamos, isto é um emprego e devia ser pago!
sábado, 23 de fevereiro de 2008
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Dá-lhe Saca!
Equipa Fantástica
No próximo Domingo, não se pode mesmo perder
MAYRA ANDRADE
Teatro Municipal de São Luiz
21h30
O Braga... Em 2006/ 2007 tive a sorte de os acompanhar, incluindo a viagem a Parma, vendo a equipa sucumbir na UEFA apenas perante um adversário claramente imbatível. Este ano estão longe de mostrar a glória Augusta do ano passado, falta-lhes o João Pinto? o Luís Filipe que só faz porcaria no SLB? a garra do Jorge Costa ao comando? falta-lhes qualquer coisa...
O Braga é tb um case study de falta de ligação do Estádio/ Equipa à cidade. Têm uma equipa fortíssima e hoje um seguro 4º lugar, têm dos estádios mais bonitos da Europa quiça de Portugal, têm vitórias e UEFA, não têm público.
É histórica a rivalidade entre o Braga e o Guimarães, das mais sangrentas também, neste momento o presidente tenta espicaçar a cidade, dando o exemplo do Vitória ... a ver se acorda aquelas almas.
Não aguento
E porque é sexta-feira...
Bom feeling
(Sara Tavares)
"Ca'amba, rapazes, já não p'ecisamos dos gauleses par'a nos cob'i'mos de ridículo" - Baba, o pirata dos livros do Astérix
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Promiscuidade
A recente condenação do PSD e da Somague, por financiamento ilegal, vem demonstrar com clareza meridiana a promiscuidade entre os partidos e as empresas, a que nem a última lei do financiamento partidário, mais restritiva, conseguiu por cobro. Creio, aliás, que quanto mais restritivas forem as leis, pior, porque tem sido evidente que os partidos, reflectindo aliás uma característica da sociedade portuguesa, vivem acima das suas possibilidades e a subvenção estatal é insuficiente para cobrir as despesas exageradas com os aparelhos, no seu dia a dia, e com campanhas eleitorais e outras acções políticas e arranjam mais ou menos sofisticadas “engenharias financeiras” para fugir à lei.
O PSD foi o primeiro a ser sancionado, mas casos semelhantes se têm passado com outros, como o financiamento do CDS por pequenos depósitos de donativos sob identidades suspeitíssimas (o tal Jacinto não só é suspeito como ordinário) ou o presumivelmente fraudulento financiamento do PS em Felgueiras, agora em julgamento ou… milhentos outros que fizeram história e caíram ou escaparam nas malhas da Justiça, da esquerda à direita.
Para além da ilegalidade e da imoralidade, o que deveria preocupar é o que esta promiscuidade representa para a democracia e para a independência dos partidos face ao poder económico. Ninguém acredita que as empresas que generosamente dão dinheiro aos partidos o façam de forma isenta. Esperam contrapartidas quando esses partidos chegarem ao poder ou quando defenderem determinadas soluções legislativas ou decisões camarárias que lhes interessam. O dinheiro, é assim, não tem pátria nem ética.
Agora os partidos deveriam nortear-se por valores éticos e terem consciência de que servem em última instância o País e os eleitores, que não são empresários nem possuem outra arma que não o seu voto.
Ou o sistema democrático e os partidos se reformam, de alto a baixo, quanto antes ou, com ou sem ameaças mais ou menos risíveis de “pronunciamento militar”, a democracia pode ser cada vez menos uma ideia importante para os portugueses e, pelo crescente absentismo, que já se vai verificando, um sistema prescindível.
PSD e a Somague
Parece que esta auditoria vai ser feita por uma entidade credível, independente e externa ao partido. Não sei porquê mas sempre desconfiei destas entidades credíveis, independentes e externas. Vamos ver no que vai dar, se de facto der nalguma coisa.
In somebody else's sky, but why, why, why
Can't it be, can't it be mine»
in Black, Pearl Jam
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Sons daqui, aí...
A Minha Pele
(Maria João & Mário Laginha)
The Raveonettes
Se gostamos de acelerar, de partir ondas, de voar, pah então primeiro aprende-se e depois logo vemos se temos capacidade para o fazer. Porque há cada vez mais mulheres dentro de água, se de algumas não me atrevo a questionar a valentia, outras (e outros) há que era melhor ficarem na areia. Esta semana irritei-me dentro de água com uma babe, ao ver um set que rebentava, amedrontou-se e largou a prancha... na minha direcção. Dei-lhe dois berros... educativos. Aqui fica a redenção para o universo feminino, ela é Brava, vem do país Basco, terra de grandes surfers!
Tesourinhos por e-mail
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Voi che sapete
Porque faz pensar, pelo aspecto formal mais do que pela acção, ir buscar justificação para esta atracção pelo horror, mesmo não sendo inédita. Sabemos que não é.
Alberto Giacometti, Woman with her Throat Cut, 1932, Scottish National Gallery of Modern Art, Edinburgh