quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Violência doméstica




Estamos a 6 de fevereiro de 2019. Nas notícias, a indignação da violência doméstica com a morte, efectiva, de mulheres. Não ponho o número que dizem, por, a meu ver, serem muitas mais mortes: de vida, de honra, de carácter, de personalidade. O coração continua a bater e os pulmões a trocar o ar. É apenas o estado de sobrevivência, entre o medo e a incompreensão. Mas, cada um de nós é chamado à Vida e não à sobrevivência. Sempre que vem a propósito, em homilias ou conferências, falo do tema da violência doméstica. No final, apercebo-me do tom de muitos “obrigada”, alguns acompanhados de lágrimas. É o agradecimento de que há voz e são recordadas desde um púlpito. Tenho consciência de que isso não chega, pois a justiça é muito branda. A vítima será sempre vítima, desprotegida, até ao momento em que morra. Aí, todos falaremos, com pena e indignação. Mas, é mesmo, já morreram totalmente. Esta realidade atravessa todos os estratos sociais, culturais e religiosos. Tanto agressor como vítima precisam de ajuda. No entanto, a vítima muito mais necessita, para além de “estou contigo” de conforto, de uma efectiva protecção. E isto é algo de toda a sociedade. 

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