domingo, 5 de abril de 2015

Santa Páscoa! :)




[Secção partilha de Páscoa, um pouco mais longa… mas, é dia de Páscoa ;) ] 

Queridas amigas, queridos amigos: Santa Páscoa! :D Estes dias são fortes, onde rezo por muitas pessoas… voltei ao Abecedário, para que não falte ninguém. ;) Rezei, num ou noutro momento, por vocês todos, que vão seguindo o que partilho, ou que eu vou seguindo nas partilhas bloguísticas. É tempo de agradecer, é isso. :) 


Quem me conhece melhor sabe o quanto vivo estes dias. Na Paixão e no Sábado Santo apodera-se de mim grande tristeza, peso, em que as lágrimas facilmente despontam. Como escrevi no desabafo de 6.ª feira santa, é muito a acontecer no mundo que actualiza a Paixão. Sim, como tanta gente tem dito, e bem, não há manifestações de milhares pelos que morrem “lá longe” de terras europeias. Sente-se o vazio e a hipocrisia de politiquices. Mas, ainda assim, haverá sempre corações que batem pela justiça. E aí também acontece Páscoa: somos nós, mesmo que insignificantes em voz política e jornalística, que recordamos aqueles que morrem às mãos de fanatismo, como recentemente aconteceu com os estudantes no Quénia. 

Ontem à noite, na escuridão da Igreja pensei em muitas pessoas que me pediram a oração. Depois, à medida que a Igreja ía sendo suavemente iluminada pelas velas acendidas no fogo abençoado, sentia a profunda alegria a envolver-me. Emocionei-me, sentindo a vontade de continuar a anunciar a vida, na justiça pelos que não têm voz. A Páscoa é rompante e serena. Em luzes que fazem vibrar as cores renovadas da vida vencedora. Na Vigília muitos adultos foram baptizados. Comovi-me com três em especial. Foram baptizados em língua persa. Um deles acompanhei: um refugiado que fugiu de um dos países do Médio Oriente pela sua conversão ao cristianismo. A chegada até Paris foi e é surpreendente. E aqui chegado, começou a preparar-se para o baptismo. A felicidade que tinha no rosto era luminosa… apesar do medo, pois há fundamentalistas metidos pela cidade que podem fazer muito mal a quem vive estas conversões e é baptizado. Deixa-me muitas vezes a pensar no meu ser cristão, o que significa na minha vida sê-lo, nesta identificação com Cristo que quer e deseja a vida de todos, sem excepção. 

Hoje celebrei na Comunidade Portuguesa que apoio. Sentia-me tão feliz por poder celebrar a Páscoa pela primeira vez como padre. Na homilia as palavras saiam-me das entranhas, recordando a morte de tantos, sim, pela injustiça, junto com a certeza da vida e da humanidade a que somos todos chamados a viver, nesse amar ao próximo como a si mesmo, deixando os sepulcros vazios, vendo mais longe e em maior profundidade, ajudados pela fé. Regressei a casa. Tínhamos a festa do Mikaïl (o nome que escolheu de baptismo). Na sua timidez, agradeceu a cada pessoa e ofereceu-nos uma rosa. Eram variadas. Tocou-me a amarela. Coloquei-a no pequeno altar que tenho no quarto… como recordação da passagem para a vida e para a liberdade. A Páscoa não se fica por hoje. Temos, de forma especial, 50 dias para saborear a paz e a vida de Cristo. Que o Senhor vos encha de bênçãos e vos abrace muito. :)

1 comentário:

  1. Ao lermos o post ficamos com a nítida sensação que estivemos também presentes na sua oração. Obrigado, Padre.
    Que o Senhor Ressuscitado o continue a acompanhar, o encha das suas forças e vontade para continuara anunciar "a vida, na justiça pelos que não têm voz"
    Santa e feliz Páscoa.

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