terça-feira, 21 de abril de 2015

900, 28, 1




Stephane Mahe/Reuters


900, 28, 1. As quantidades aparentemente têm importância, no entanto, a força do simbolismo que está por detrás dos números pode falar muito mais. Há quem se importe com números, sobretudo quando se trata de cortes, ajustes financeiros, para resgates económicos. Estes com que começo são de pessoas mortas nos últimos dias: mais 900 pessoas naufragadas no Mediterrâneo, mais 28 cristãos decapitados às mãos do Estado Islâmico, mais 1 professor assassinado por um aluno que feriu outros tantos. Sim, não queremos saber de desgraças, é natural. Não me parece que o sofrimento seja algo apetecível, no entanto, se não se enfrenta as movimentações do que significa avançarmos para uma sociedade que esquece a importância do outro, mais ou menos conhecido, caminhamos seriamente na perda do sentido da humanidade. Já escrevi ontem sobre o náufrago. Essa busca de uma vida melhor, alimentada por piratas e terroristas que apenas vêem o seu dinheiro e o poder. Quanto aos cristãos, nesse massacre à vista de todos, apercebe-se que não interessa, afinal “são questões de religião, eles que se entendam”. O aluno que mata? Há tanta preocupação com resultados, que esquecemos o tempo e o espaço para perceber que somos um todo enquanto humanos, podendo precisar de ajudas para além da académica. Parece-me que isto deve-nos alertar para a importância da educação, da formação pessoal, de consciência, que apontam ao “amar ao próximo como a si mesmo”, em que o próximo pode ter rosto concreto nas relações pessoais, ou por conhecer, sabendo que o que fazemos aos outros e ao mundo hoje vai influenciar o futuro… também daqueles que ainda não nasceram.

1 comentário:

  1. "O que fazemos aos outros e ao mundo hoje vai influenciar o futuro...também daqueles que ainda não nasceram" Concordo, e é por tudo isso que devemos pedir o dom da Sabedoria, Entendimento, Piedade...

    Boa noite.

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