Paul Chocarne-Moreau
E de repente, surge um dos cheiros de Outono. Além das cores de fogo, ante o frio que já se sente, aconcheguei-me naquele aroma de “marrons chauds”. Levantei a cabeça, deixando que o olfacto me guiasse… e lá estavam elas, em braseiro, perto da Notre Dame. Fechei os olhos e imaginei o pote de barro, típico de terras Lusas, ouvindo o estalido do sal nas brasas e o enrolar da folha das listas telefónicas antigas. Pedi a dúzia que esperava por mim. Confiei na escolha de quem as traça e põe a assar. Senti o queimar dos dedos, ficando ligeiramente pintados de carvão. E o sabor? Deliciei-me, sorrindo com os pequenos prazeres que cada estação não se cansa de oferecer desde tempos antigos.
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