Campo de Ferias [ausência por uns dias]

Robert Doisneau

(Versión en español en los comentarios) 

Diz que vou para um Campo de Férias. Volto dentro de alguns dias. Muita animação, loucura, encontro com Deus pela natureza, reflexão... e possibilidade de mudar de ares. Faz sempre bem. Espero não ter de usar o método da foto nenhuma vez... MUAHHH! MUAHHHH! Este é o meu riso maléfico... Ah, claro, vou ser o Capelão! ;)

"Em Fátima rezei por ti"

(Versión en español en los comentarios)

“Em Fátima rezei por ti” aparece em muitos cartões ou imagens vindas de Fátima como recordação. Quando lá vou também acendo uma vela e depois rezo enquanto caminho no Santuário pelas pessoas que me pedem orações, junto com as minhas intenções mais pessoais. No meio de muitas, acendi estas duas velas. Muitos nomes surgiram-me no pensamento... e, na sequência, pedi a Deus: “Senhor, também te entrego todas as pessoas com quem me encontro no facebook ou me lêem pelo mundo dos blogues. Mesmo sendo virtual, sabes que por detrás há histórias concretas, com os seus gozos e esperanças, angústias e tristezas. Peço-te que lhe dês serenidade de coração, para que vivam em profundidade”. É isto: “Em Fátima rezei por vocês”. 

Ser "tuga" [com trailer d' "A gaiola dourada"]

Acabo de ver o trailer do filme “A Gaiola Dourada”. Veio-me ao pensamento o sentir-me “tuga”. Nos anos em que vivi em Madrid, e era já “aqui ao lado”, vivi a forte saudade da “santa terrinha”, com muito do que isso significa. Penso na importância dos cheiros, das músicas, das palavras que constituem a essência de uma cultura. Brincamos muito com o “tuga” emigrante, mas esse “tuga” mantém as raízes de Portugal bem vivas. Em Paris já me falaram da possibilidade em ir dar uma ajuda à Comunidade Portuguesa... claro está, respondi: “Allons-y !” Tenho de ver este filme, mesmo!!!

Dia dos Avós

(Versión en español en los comentarios)

Tirei esta foto há muitos anos. (Des)centrada, a ‘Vó Constança mostra a sua serenidade, paciência, história. Nesse dia passeámos. Mesmo preferindo ficar em casa, fomos até à praia. Um ambiente diferente do seu Alentejo interior. Rimos, como muitas vezes, contando anedotas... ou recordando algum dos seus dizeres. A vida marcou-a, e muito, mas não se deixou vencer pela amargura. A sabedoria de alma punha o “não saber ler nem escrever” a um canto. Dizia “Yes” num inglês como ninguém, seguindo-se uma boa gargalhada. Aprendi muito com ela. Era imensa como o mar. Partiu a 1 de Novembro de 2005, já de noite, poucas horas depois de eu ter feito os Votos como jesuíta. Imagino-a de conversa, hoje no dia dos Avós, com o Avô Henrique e o Avô Zé, lá no Céu... e com a Avó Teresa, na oração. Vêm as saudades. Rezo com eles. 

[...]

Michael Kenna

(Versão em português nos comentários)

Silencio. Silencio impotente, mientras pienso en Galicia. Mi abrazo a los Amigos españoles, junto con mi oración y amistad.

Post [pseudo-] chique

[Retirada da internet e não descobri o(a) autor(a)]

(Versión en español en los comentarios)

Esta semana chamo-me “Paulo de Poubelle”. Dizendo assim, em francês, parece que me torno numa pessoa importante, de nome sonante. A tal coisa das aparências. Bem, até que o sou. Sendo o lixeiro de serviço, se não ponho o lixo na rua, a casa com este calor pode cheirar muito mal. ;)

"Papa Coragem" by "Vanity Fair" [italiana]

(Versión en español en los comentarios)

São muitos os exemplos da mostra de respeito do Papa Francisco pela sociedade em geral. Desde a inclinação para receber a benção do povo na noite da sua eleição, passando, dias depois, pela oração em silêncio com os jornalistas, respeitando assim os não crentes em Deus, às múltiplas manifestações de carinho e afecto, junto com a preocupação com os pobres e os que sofrem, não esquecendo a determinação com que enfrenta as situações nada dignas do Vaticano. E quando respeita, é respeitado. “Papa Coragem”, chama-lhe a Vanity Fair italiana deste mês. 

Política e tristeza...

Maxime Delvaux

Leio as notícias de hoje e só me saem algumas palavras não muito simpáticas. Sinto-me triste e envergonhado. Meus senhores: uma nação é mais do que o Ego, que o gosto pessoal, ou joguinhos de ver-com-quem-fica-com-mais. A nação são milhões de pessoas, pelas quais vocês têm responsabilidade. Mas, isso não interessa nada... Volto a citar Simone de Beauvoir: “É horrível assistir à agonia de uma esperança”. 

Chill Out moment

Ansu John

(Versión en español en los comentarios)

“Chill Out moment”. É o que preciso de vez em quando. Numa variação desses momentos dou um passeio. Descansa-me ver pessoas, em particular os rostos. Rezo por elas e imagino histórias. Também surgem nomes de gente conhecida que, ou me pedem orações, ou rezo simplesmente porque sim. Em pleno “Chill Out moment”, dá-se a leveza do jugo e a ligeireza da carga, descansado com Ele.

[Muro] "Amo-te"

Muro “Je t’aime” e uma família coreana

(Versión en español en los comentarios)

Esta manhã passei pelo muro onde “Amo-te” está escrito em 311 línguas. Recordei momentos em que o disse ou escrevi de forma especial: em amizade, em família, a alguém especial e, fez ontem 4 meses, a Deus. “I Like” destes (en)cantos... que trazem boas recordações. ;)

  

 

Senhora do Carmo [e contemplação]

Olivier Debré

(Versión en español en los comentarios)

Celebrar a Senhora do Carmo faz-me sempre recordar a vocação contemplativa, em especial as Irmãs Carmelitas. Esta vocação não costuma ser bem entendida, ainda mais numa altura em que o activismo parece que toma “o” lugar. Sim, é estranha a imagem de alguém [aparentemente] fechado, tendo como missão principal rezar. No entanto, além da “chave estar dentro e não fora do convento”, a força da oração é misteriosa. Para os não crentes em Deus, chamemos a força do pensamento, na relação que se estabelece silenciosamente para além do espaço e do tempo. No dia em que o ser humano deixar de contemplar, pode-se dizer que terminou a humanidade.

"Signes" [de ontem] e o Génesis

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7 momentos que me evocaram o Génesis. Sinais de elementos e de sentimentos, de sentidos e de corpos que se tornam criadores da pureza dos gestos. Sim, isso, co-criadores com Alguém que atravessa toda a cena. Em jogos de cores que retratam 7 momentos de subtil humor e profunda busca de significados... ou da importância da existência. Depois de ter visto 6 vezes que era bom, na 7.ª, após a criação do ser humano como homem e mulher, Deus viu que era muito bom. 

Azul [cor do beijo]

(Versión en español en los comentarios)

Azul: se hoje pudesse dar cor ao beijo. O fresco suave na face, que cura os momentos febris. O respirar aquele encontro à beira do mar imenso que cria, que conserva o tempo e as ideias. Sentir a suavidade do vento com tons de saudade. E o caminho é desvendado, suavemente desvelado. E de azul passaria a turquesa, onde o beijo e o sorriso seriam o tesouro a descobrir.

[Hoje, dia de França, estreei-me na dança, com “Signes” de Carolyn Carlson, na “Ópera - Bastille”.] 

Cadeados [ou amor selado]

Cadeados na Ponte do Arcebispo - Paris

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Diz-se que o amor se quer para sempre. Na fogosidade da paixão, em jeito de rito ou tradição, sela-se com cadeado numa das pontes dos amores parisinos. Junta-se o nome e os votos. Fecha-se. E a chave voa para destino incerto pelas águas do Sena. Diz-se que o amor se quer para sempre. No arrefecimento da paixão, em jeito de mudanças na relação, o cadeado recorda que nem sempre é o sol que ilumina o amor e que muitas vezes a chuva e o vento podem dar limpeza às almas, buscando-se um chá e deixando que a memória agradecida volte ao voo da chave.

Malala Yousafzai na ONU

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Malala Yousafzai, baleada na cabeça pelos talibans porque ia à escola, sobreviveu. Hoje discursou na ONU. Agradeceu, perdoou e apelou à paz através da educação. As suas palavras têm corpo, autoridade e reconhecimento. O discurso é uma lição de humildade, de diálogo inter-cultural e inter-religioso e de profundo sentido de compaixão. A dignidade e a educação das mulheres não são um capricho, são uma necessidade para a Paz no mundo. 

Questão de citações

Claudia Angelmeier

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“Querer-se livre é também querer livres os outros.”

 Simone de Beauvoir

A liberdade tem o seu quê de frágil e de respeito. Por isso, quando se cita autores há que ter algum cuidado. O mesmo autor ou autora pode ter muitas outras citações de sentido distinto. Claro que depois vem a hermenêutica, vulgo interpretação. No entanto, é conveniente não se esquecer o lugar que se ocupa, sobretudo se é representativo.

Post fútil sobre roupa

Valerio Loi

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Em Paris, cidade “chique”, já me perdi nas lojas “vintage”, com roupa de boa qualidade e baratíssima em 2.ª mão... que nada que uma boa lavagem não resolva. E junta-se o voto de pobreza com criatividade e bom gosto. 

Jacob [e a luta]

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Podia ser um dia cansativo, não fosse a música que recordava aquele momento da luta. A luta que lhe mudou o nome e a vida. De Jacob a Israel. Sempre que o caminho se tornava pesado, deixava que o pensamento voltasse àquela noite, onde o confronto levou à benção que deixou marca. “Lutei com Deus.” E sorria ante o que deveria ser impossível. Não se vangloriou. Sentou-se a descansar um pouco e agradeceu a possibilidade da verdade. “Lutei com Deus, porque perdi o medo de lutar comigo”. Tomou um trago de água fresca e seguiu caminho. 

Papa Francisco e emigrantes

Alessandra Tarantino/Reuters

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Há quem lhe chame “Pope star”, pela forma como o Papa Francisco tem exercido o seu pontificado. Quando se faz uma leitura superficial, a crítica que surge é ela própria superficial. Hoje, mais uma vez, o Papa tocou numa das feridas da humanidade: o sofrimento e a morte que surgem na busca de uma vida melhor, fugindo de realidades extremas de dor. Nas minhas visitas ao Centro de Internamento de Estrangeiros, em Madrid, escutei relatos duríssimos: tráfico humano; a morte na patera de chegada a Espanha; o sofrimento de não ter de comer e ser, precisamente, um “inominado”. Agora, ao ler a homília do Papa Francisco em Lampedusa, recordo muitas pessoas com nome substituído por um número. 

Aniversário da PGA

A PGA-Portugália Airlines faz hoje 23 anos. Como já disse várias vezes, apesar de ser bastante feliz nesta Companhia, o gosto, o bichinho e as saudades de voar como tripulante na outra companhia ainda me passeiam pelas entranhas. Recordo com amizade muitos voos, muitos colegas e, sobretudo, muitos amigos. Nos momentos em que celebre uma "Business Class litúrgica", terei sempre como referência a qualidade do serviço a bordo que aprendi na PGA. ;) Parabéns PGA! [ex-]CB Paulo Silva 1609. 

Palavras francesas [e política]

Clang

Entre outras, há algumas palavras francesas que ouço com frequência: “bizarre”, “ridicule”... Mal as ouço, vem-me a situação política portuguesa actual ao pensamento. 

Aprender [no meu caso francês]

Robert Doisenau

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Aprender algo novo, quando já se tem alguma formação, requer humildade. As regras gramaticais, as eternas excepções, os pormenores linguísticos e de fonética são uma animação. Vale rir de mim próprio e, depois de algum caminho de vida feito, não ter pressas, sobretudo onde não existem. Noutros tempos, por inseguranças pessoais, já me estava a exigir ser um Dumas. Hoje estou contente por conseguir recordar alguns verbos franceses no presente, compreender bastante de uma leitura e escrever frases simples. 

Questões de Fé

Ofelia de Pablo

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Muitas vezes pergunto-me se acredito em Deus. Sei que pode parecer estranho. No entanto, o respeito por Deus faz com que não possa “levá-lo” no bolso, como se tivesse posse dos Seus deveres. E assim, a pergunta faz-me parar e ir mais fundo no Mistério, abandonando, na medida do possível, os ídolos que se vão formando. O mais seguro é acomodar-me na fé. Mas... a Fé inquieta, incomoda, pondo em caminho.

À profª. Odete Coutinho

Começo o curso de francês. Inevitavelmente recordo a profª. Odete Coutinho, que me ensinou por primeira vez esta língua, já lá vão muitos anos. De uma ou outra memória tosca das minhas “calinadas” linguísticas, surge-me no pensamento o seu humor, a sua simpatia, o seu desejo de ensinar. Stôra Odete, fique a saber, aí pelo Céu, que muito do meu conhecimento de francês deve-se a si, o que me vai facilitar esta (re)aprendizagem. “Merci beaucoup!” Muitos de nós continuamos a recordá-la com carinho. “Je vous s'embrasse fort!”