quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O erro. O prémio.





essejota. Secção de poesia.
Estava responsável pela edição de Dezembro de 2008. Seria a primeira vez a escolher um poema. Escolho um que, segundo as minhas pesquisas, vinha assinado por Maria Teresa Horta. No início de Janeiro de 2009 recebo um mail da coordenação a reencaminhar outro:
Exmºs. Senhores
Não tendo havido qualquer resposta à minha anterior mensagem, venho reafirmar que o poema "Nasci-te", que me é atribuído na vossa edição de 10 de Dezembro último, não é de minha autoria. Insisto, pois, na necessária e urgente rectificação desse lapso,
Com os melhores cumprimentos
Maria Teresa Horta
Foi rectificado o lapso. Acabando depois por descobrir a verdadeira autoria do poema. E, nesse mesmo dia, envio um email à Maria Teresa Horta. Peço-lhe um contacto telefónico para apresentar as minhas desculpas o mais pessoalmente possível. A resposta não demorou. Telefonei e a Maria Teresa pediu-me o favor de ligar um pouco mais tarde, pois estava a falar com a sua editora sobre a Leonor. Assim o fiz. Estivemos à volta de uma hora ao telefone, onde ficou prometido um chá na minha próxima ida a Lisboa. E começou uma amizade... a partir de um erro. Desde 2009 até 2012 muitas conversas tivemos, em partilha, em voos, sobre poesia e anjos, em escutas do que é a vida,  sobre o corpo, a humanidade feita mulher e homem, juntando crenças e “descrenças”, na gargalhada sobre o que poderia ser impensável se não tivesse acontecido um lapso, um erro.
Nestas nossas conversas a Leonor marcou sempre uma presença. Não fosse ela parte da própria Maria Teresa, que carinhosamente a trata por “minha Leonor”, depois de 13 anos de sonho, investigação e escrita, viagens de alma e de terras, conventos e orações, encontros e história. E a Leonor saiu ao público. A Leonor foi reconhecida, levando a que Maria Teresa Horta ganhasse o prémio literário D. Dinis 2011.

Parabéns Maria Teresa!


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