"Talvez que eu morra na praia,
Cercado, em pérfido banho,
Por toda a espuma da praia,
Como um pastor que desmaia
No meio do seu rebanho...
Talvez que eu, morra na rua
- ínvia por mim de repente –
Em noite fria, sem Lua,
Irmão das pedras da rua
Pisadas por toda a gente!
Talvez que eu morra entre grades,
No meio duma prisão
E que o mundo, além das grades,
Venha esquecer as saudades
Que roem meu coração.
Talvez que eu morra dum tiro,
Castigo de algum desejo.
E que, à mercê desse tiro,
O meu último suspiro
Seja o meu primeiro beijo...
Talvez que eu morra num leito,
Onde a morte é natural,
As mãos em cruz sobre o peito...
Da mão de Deus tudo aceito.
- Mas que eu morra em Portugal!"
Pedro Homem de Mello
http://www.youtube.com/watch?v=mpH3cRC4JIc&feature=related
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