sexta-feira, 16 de maio de 2008

Não páro de apanhar porrada por causa da frase infeliz do umbigo. Tinha escrito um texto a explicar, mas desisti, apercebi-me de algo grave.

Neste momento, em pleno século XXI, condena-se que nos EUA haja estados que rejeitam a teoria da evolução de Darwin*, mas, em relação a Fátima, a reacção é de, não sei, peço ajuda?
Gostava que me explicassem os fundamentos de isto tudo e qual, a mensagem de Fátima? Obviamente, à luz de tudo o que sabemos hoje, a religião e o fanatismo religioso, a história europeia, a ciência, o aproveitamento de uma e da outra pelo Homem, pelos Estados, pelos Governos.
O que se sente por lá, julgo perceber, chama-se energia. Tudo no Universo, sabe-se hoje, é energia. Chegará o dia, em que o Homem conseguirá explicá-lo. O mais próximo que alguém chegou, foram os chineses, é lá que a maioria dos cientistas ocidentais, estão ir buscar hoje o saber, para recuperar o tempo perdido.
*Sabe-se hoje também, que a Teoria da Evolução de Darwin, tem vários erros. Há ramos hoje, que se distanciam, quase radicalmente, de Darwin, mas isto são outras histórias.

3 comentários:

  1. Caro Miguel
    Você continua confundir as coisas. A Fé não se explica cientificamente, tanto que há um enormíssimo número de cientistas com Fé. A energia será um dia explicada: e o que é que tem a ver uma coisa com a outra? Sem rejeitar a teoria de Darwin (não passa de uma teoria que não está completamente comprovada - que é que isso tem a ver com a Fé? -e a crença num ser superior de superior inteligência, chame-lhe Deus ou Grande Arquitecto, não invalida a teoria da evolução nem a teoria da evolução impede a existência de Deus. A Fé ou se tem ou se não tem. E não vale a pena você continuar a querer explicar a sua infelicidade: já percebemos todos os seus amigos que ...saiu!
    Grande abraço

    ResponderEliminar
  2. Anónimo23:58

    Fé. Ou se tem ou não se tem?
    De vez em quando, eu tenho Fé.

    Tenho fé quando acredito na Humanidade. Quando acredito que tudo é possível, quando penso no infinito e esqueço o défice orçamental, os impostos e a morte.
    Quando acredito que é possível evoluir. Quando. há espaço para estar vivo, para sonhar com a obra que se quer criar e nos motiva.

    Quando perco a “fé”… é quando tenho mais necessidade de buscar forças à religião.
    Quando desacredito a sociedade ocidental e só vejo melhoria pela “justiça divinia“.
    Quando fica tudo desfocado e perde-se a capacidade para olhar com clareza para a resolução das dificuldades do dia-a-dia, quando se dá espaço para a engrenagem caótica nos desmotivar, ou derrubar as “certezas”…aí, desaparece um olhar lógico sobre o meio que nos rodeia e busca-se esperança na fé … por essa razão acho que a religião está ligada à confusão e desmotivação… por essa mesma razão acho que os países da América latina, onde existe uma maior confusão na organização social, maior precariedade e “ALEATORIADADE” , as populações entregam-se à fé e à justiça divina para não perderem forças e manterem a esperança no futuro.


    Depois, há um facto que destrona qualquer um e que está relacionado com o “umbigo” das pessoas: Por mais rico e despreocupado que se seja ….OU ….uma sociedade, por mais evoluída e sustentável e existencialista que seja, existe a morte. A morte é um processo individual e Derruba qualquer ser motivado.


    Há algum tempo, assistindo a uma eucaristia (é raro acontecer), apercebi-me de uma coisa básica, o discurso centrava-se na dificuldade que o Homem tem que enfrentar… morrer com dignidade e sem desespero.
    Ouvi falar da vida depois da morte… e a vida depois da morte… e a vida depois da morte…
    Ou seja, não me oferecia um olhar coerente sobre o “Divino”… que força é essa… que fenómeno é este que é a vida…. o que é a ter percepção e uma consciência sobre a matéria que nos rodeia…
    A Eucaristia não me ofereceu nenhum olhar iluminado ou entusiasta… saí de lá ainda mais desmotivado, apenas falava de redenção, morte e vida depois da morte.

    Se é esse o pilar da religião, então ela serve apenas essa ânsia e Isso é redutor… é centrar a religião como uma instituição que tem algo a oferece ao Homem:
    A vida eterna… e isso é a dificuldade de se enfrentar um processo individual que é a morte… sentir que se está acompanhado nessa altura, é a noção de um “Pai” que não nos abandona nesse momento de fragilidade.
    E o resto? Não Interessa à religião?
    È como se estivéssemos cá na Terra apenas para provar que se ultrapassamos uma série de etapas e dificuldades que nos permitem que seja concedida a Vida Eterna.
    É ignorar o que nos rodeia e centrarmo-nos num objectivo (atitude típica da cultura ocidental que centra-se na preocupação, no futuro… e quanto a isso, repito o chavão do Agosinho da Silva : Não se deve perder tempo com “Pré-Ocupações”).

    Ouvi, há uns tempos uma frase redutora mas de certa maneira concreta que dizia:

    “As pessoas antes eram muito mais religiosas porque morriam mais cedo”

    No incio do século passado em Inglaterra, cerca de metade dos filhos morria antes dos 10 anos ( ouvi num documentário, alguém que confirme ). As pessoas tinham um contacto muito mais próximo com a morte e com a vulnerabilidade.

    A religião Cristã foi fundada em tempos difíceis muito mais difíceis do que os de hoje e manteve-se por isso, porque as dificuldades continuam sempre a existir, “Cada tempo sua desgraça”. Por essa mesma razão, pelos jovens dos nossos dias, terem hoje uma vida muito mais “Leve” e morrerem só lá para adiante, surge uma discrepância entre os dias de hoje e a carga emocional da mensagem de Cristo, que está ligada a vidas em tempos muito mais complicados e “injustos” que os actuais.

    Qualquer Teólogo que queira “explicar” o que é esse sentimento de fé para além da dor … disponibilidade em Portugal ou no Mundo Ocidental não faltará … até porque neste momento, no estado em que as coisas estão, qualquer discurso iluminado, é bem vindo. Desde que seja isso… um discurso Iluminado.


    Entretanto, enquanto se espera,

    Sugiro 15 minutos de www.TED.com por dia para iluminar o Mundo.


    E deixo outra sugestão :

    Um Mundo infestado de Demónios. Um livro do Carl SaGan, editora Gradiva:

    http://www.gradiva.pt/livro.asp?L=2090


    Cumprimentos, Diogo.

    ResponderEliminar
  3. João, desgostou-me a sua resposta e com ela, a confirmação de que há assuntos que não se discutem!

    Diogo, concordo e revejo-me muito no teu texto. Acrescentaria coisas, mas não vou alimentar mais.

    Digo apenas, sempre fui muito Eu, traz-me dificuldades várias, mas, não posso fazer nada, tenho muita dificuldade em aceitar o certo, apenas porque me dizem que assim o é!

    Tenho "fé" em Cristo, porque penso que alguém tão perfeito e bom, não seria capaz de ser "criado". Tenho é a convicção de, e talvez começando logo nos evangelhos e pelos seus autores, veio o engano.

    Deixo uma sugestão também: "O Idiota" de Dostoiévski

    ResponderEliminar