Não páro de apanhar porrada por causa da frase infeliz do umbigo. Tinha escrito um texto a explicar, mas desisti, apercebi-me de algo grave.
Neste momento, em pleno século XXI, condena-se que nos EUA haja estados que rejeitam a teoria da evolução de Darwin*, mas, em relação a Fátima, a reacção é de, não sei, peço ajuda? Gostava que me explicassem os fundamentos de isto tudo e qual, a mensagem de Fátima? Obviamente, à luz de tudo o que sabemos hoje, a religião e o fanatismo religioso, a história europeia, a ciência, o aproveitamento de uma e da outra pelo Homem, pelos Estados, pelos Governos. O que se sente por lá, julgo perceber, chama-se energia. Tudo no Universo, sabe-se hoje, é energia. Chegará o dia, em que o Homem conseguirá explicá-lo. O mais próximo que alguém chegou, foram os chineses, é lá que a maioria dos cientistas ocidentais, estão ir buscar hoje o saber, para recuperar o tempo perdido. *Sabe-se hoje também, que a Teoria da Evolução de Darwin, tem vários erros. Há ramos hoje, que se distanciam, quase radicalmente, de Darwin, mas isto são outras histórias.
Caro Miguel
ResponderEliminarVocê continua confundir as coisas. A Fé não se explica cientificamente, tanto que há um enormíssimo número de cientistas com Fé. A energia será um dia explicada: e o que é que tem a ver uma coisa com a outra? Sem rejeitar a teoria de Darwin (não passa de uma teoria que não está completamente comprovada - que é que isso tem a ver com a Fé? -e a crença num ser superior de superior inteligência, chame-lhe Deus ou Grande Arquitecto, não invalida a teoria da evolução nem a teoria da evolução impede a existência de Deus. A Fé ou se tem ou se não tem. E não vale a pena você continuar a querer explicar a sua infelicidade: já percebemos todos os seus amigos que ...saiu!
Grande abraço
Fé. Ou se tem ou não se tem?
ResponderEliminarDe vez em quando, eu tenho Fé.
Tenho fé quando acredito na Humanidade. Quando acredito que tudo é possível, quando penso no infinito e esqueço o défice orçamental, os impostos e a morte.
Quando acredito que é possível evoluir. Quando. há espaço para estar vivo, para sonhar com a obra que se quer criar e nos motiva.
Quando perco a “fé”… é quando tenho mais necessidade de buscar forças à religião.
Quando desacredito a sociedade ocidental e só vejo melhoria pela “justiça divinia“.
Quando fica tudo desfocado e perde-se a capacidade para olhar com clareza para a resolução das dificuldades do dia-a-dia, quando se dá espaço para a engrenagem caótica nos desmotivar, ou derrubar as “certezas”…aí, desaparece um olhar lógico sobre o meio que nos rodeia e busca-se esperança na fé … por essa razão acho que a religião está ligada à confusão e desmotivação… por essa mesma razão acho que os países da América latina, onde existe uma maior confusão na organização social, maior precariedade e “ALEATORIADADE” , as populações entregam-se à fé e à justiça divina para não perderem forças e manterem a esperança no futuro.
Depois, há um facto que destrona qualquer um e que está relacionado com o “umbigo” das pessoas: Por mais rico e despreocupado que se seja ….OU ….uma sociedade, por mais evoluída e sustentável e existencialista que seja, existe a morte. A morte é um processo individual e Derruba qualquer ser motivado.
Há algum tempo, assistindo a uma eucaristia (é raro acontecer), apercebi-me de uma coisa básica, o discurso centrava-se na dificuldade que o Homem tem que enfrentar… morrer com dignidade e sem desespero.
Ouvi falar da vida depois da morte… e a vida depois da morte… e a vida depois da morte…
Ou seja, não me oferecia um olhar coerente sobre o “Divino”… que força é essa… que fenómeno é este que é a vida…. o que é a ter percepção e uma consciência sobre a matéria que nos rodeia…
A Eucaristia não me ofereceu nenhum olhar iluminado ou entusiasta… saí de lá ainda mais desmotivado, apenas falava de redenção, morte e vida depois da morte.
Se é esse o pilar da religião, então ela serve apenas essa ânsia e Isso é redutor… é centrar a religião como uma instituição que tem algo a oferece ao Homem:
A vida eterna… e isso é a dificuldade de se enfrentar um processo individual que é a morte… sentir que se está acompanhado nessa altura, é a noção de um “Pai” que não nos abandona nesse momento de fragilidade.
E o resto? Não Interessa à religião?
È como se estivéssemos cá na Terra apenas para provar que se ultrapassamos uma série de etapas e dificuldades que nos permitem que seja concedida a Vida Eterna.
É ignorar o que nos rodeia e centrarmo-nos num objectivo (atitude típica da cultura ocidental que centra-se na preocupação, no futuro… e quanto a isso, repito o chavão do Agosinho da Silva : Não se deve perder tempo com “Pré-Ocupações”).
Ouvi, há uns tempos uma frase redutora mas de certa maneira concreta que dizia:
“As pessoas antes eram muito mais religiosas porque morriam mais cedo”
No incio do século passado em Inglaterra, cerca de metade dos filhos morria antes dos 10 anos ( ouvi num documentário, alguém que confirme ). As pessoas tinham um contacto muito mais próximo com a morte e com a vulnerabilidade.
A religião Cristã foi fundada em tempos difíceis muito mais difíceis do que os de hoje e manteve-se por isso, porque as dificuldades continuam sempre a existir, “Cada tempo sua desgraça”. Por essa mesma razão, pelos jovens dos nossos dias, terem hoje uma vida muito mais “Leve” e morrerem só lá para adiante, surge uma discrepância entre os dias de hoje e a carga emocional da mensagem de Cristo, que está ligada a vidas em tempos muito mais complicados e “injustos” que os actuais.
Qualquer Teólogo que queira “explicar” o que é esse sentimento de fé para além da dor … disponibilidade em Portugal ou no Mundo Ocidental não faltará … até porque neste momento, no estado em que as coisas estão, qualquer discurso iluminado, é bem vindo. Desde que seja isso… um discurso Iluminado.
Entretanto, enquanto se espera,
Sugiro 15 minutos de www.TED.com por dia para iluminar o Mundo.
E deixo outra sugestão :
Um Mundo infestado de Demónios. Um livro do Carl SaGan, editora Gradiva:
http://www.gradiva.pt/livro.asp?L=2090
Cumprimentos, Diogo.
João, desgostou-me a sua resposta e com ela, a confirmação de que há assuntos que não se discutem!
ResponderEliminarDiogo, concordo e revejo-me muito no teu texto. Acrescentaria coisas, mas não vou alimentar mais.
Digo apenas, sempre fui muito Eu, traz-me dificuldades várias, mas, não posso fazer nada, tenho muita dificuldade em aceitar o certo, apenas porque me dizem que assim o é!
Tenho "fé" em Cristo, porque penso que alguém tão perfeito e bom, não seria capaz de ser "criado". Tenho é a convicção de, e talvez começando logo nos evangelhos e pelos seus autores, veio o engano.
Deixo uma sugestão também: "O Idiota" de Dostoiévski