segunda-feira, 18 de junho de 2007

Ópera como o milho!


A ópera vive um momento único, aquilo que começou como descriminação fisica, parece ter tido efeito. Há uns anos, cantoras de topo foram sendo preteridas, por outras mais fracas, mas mais elegantes, tinhamos a encenação a ganhar à voz. Havia claramente desfasamento fisico entre os personagens e os cantores de 130kg. Repare-se, Caballé, Sutherland, Nilsson são vozes sem paralelo, mas assistir a Anna Netrebko no papel de Violeta ou de Donna Anna, tendo ela também uma voz estupenda, é iniciar um reinado único de simbiose do talento com a beleza fisica, acrescentado enorme credibilidade ao espectáculo.

Assistir a uma ópera ou recital com Anna é esperar algo transcendente. Já ouvi imensos cantores, uns com voz maravilhosa, outros com excelentes interpretações, outros que apenas cumprem o papel tornando-o um prazer ouvi-los, mas suspender-nos no ar, poucos conseguem. Sem uma única falha, voz limpida e extremamente bonita, respiração colocada no ponto, ali tudo parece facílimo quando atinge notas altíssimas ou prolonga uma nota sem a fazer saltar de escala, apetece, raios, apetece mesmo metê-la numa mala e trazê-la connosco!

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