Viajei para Londres com um propósito bem defino desde há meses, ver o Fidelio de Beethoven. Duas razões fortes, o soprano finlandês Karita Matilla, actualmente inexcedível neste papel e a música/ ópera do génio, mal amada parece, difícil execução acrescento, poucos arriscam, raros os que triunfam, em mim, ocupa um lugar especial, substitui o coração muitas vezes.
Entrar no Royal Opera House, uma estrutura magnifica, sala gigantesca, com o habitual book in advance a marcar constantes lotações esgotadas. No intervalo há jantar à espera de uns sortudos, no Foyer com cúpula de cristal paramos tipo provincianos a admirar a beleza daquilo tudo, depois a maior surpresa. Reparo no dia seguinte à Leonora de Matilla era a vez da, Donna Ana de Anna Netrebko no Don Giovanni de Mozart. Consegui à rasca um bilhete para assistir, não apenas à maior soprano actual, mas também a um Don Giovanni, com certeza sem rival nos próximos anos, o uruguaio Erwin Schrott, extremamente dotado para o papel de Don Juan, fisicamente a emprestar o erotismo do Eléctrico de Brando, uma voz encorpada, belíssima, excelente no recitativo, actor incrivel, um fenomeno semelhante ao Lewis e o carro da F1, será dificil imaginar outro naquele papel. Agora é fazê-lo voar para o Fausto e o Mefistófeles, será sem dúvida magnifico. E a produção... comparando com o São Carlos, digamos que temos a imagem de um concerto dos Xutos e um dos Stones (dia 24 em Lx).
Na imagem, o Don Giovanni de Erwin Schrott e Donna Elvira, a força espanhola Ana Maria Martinez. Um Elenco tipo dream team.
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