Já é oficial: o SIM venceu. Como apoiante do NÃO, não me sinto derrotado. Cumpri a minha parte. Votei de acordo com a minha consciência. Deixo apenas algumas notas:
- Cerca de 60% dos portugueses não se pronunciaram. Porque a campanha não os motivou ou muito simplesmente porque sentiram que a lei estava bem como estava.
- A vitória do SIM esta noite terá o seu custo. Daqui a um ano espero que possa fazer-se um balanço. Porque votei NÃO, quero saber o que mudou e acima de tudo, quero ter a certeza que as mulheres se sentem mais protegidas. Quero ter a certeza que o aborto livre não será um método contraceptivo. (A propósito disto, alongo-me um pouco mais. A minha mãe é ginecologista e obstetra. Esta semana, em conversa, contou-me que só no mês passado lhe apareceram duas mulheres cujas histórias clínicas incluiam 4 e 6 abortos respectivamente. Esperemos que sejam dois casos isolados.)
- Espero que o Estado não lave daqui as suas mãos e que o aborto livre não desmotive o incentivo à natalidade e o acompanhamento das mulheres que, no meio das dificuldades, escolhem a Vida em detrimento da solução fácil.
- E por último, temos ou não o direito de exigir um novo referendo daqui a 8 anos?
Sem comentários:
Enviar um comentário