quinta-feira, 18 de maio de 2006

Nem tudo o que parece é

Já não se pode fazer o que se quer. Ontem, vindo do médico e com o carro estacionado no parque perto de um jardim, decido que devia cheirar relva, era já fim de dia e a possibilidade de alguém me ver nesses preparos seria pouco e estava-me mesmo a apetecer sentir o cheiro da relva. Penso eu que o ar será mais puro mesmo à “saída” da relva.
E é então que eu de joelhos e a cheirar relva, sinto alguém a querer meter conversa comigo. Penso eu: Fui apanhado, agora vão pensar que estou louco ou coisa assim.” E tenho atrás de mim, um agente da autoridade, com bigode e tudo, com um ar muito preocupado que me diz:
- Está tudo bem consigo? Sente-se bem, está bem disposto?
Respondo eu:
- Tudo ok, sim senhor. Estou apenas no chão a cheirar relva!
- OK, desculpe, mas como está no chão pensei que se pudesse estar a sentir mal.
Primeiro pensei grande polícia que se preocupa com as pessoas que estão no chão, mas depois pensei que já não se pode fazer o que se quer sem que tenhamos alguém a fazer perguntas. Sei que cheirar relva pode não ser das coisas mais comuns, mas dai a concluir que me estou a sentir mal e que sou louco vai uma grande distância.

1 comentário:

  1. T obrigado pela tua coragem!! Como dizes as coisas simples acabam por sair estúpidas ou mal compreendidas. Há pormenores do dia-a-dia que deviam ser notados, reparados, observados, mas não... O que acaba por acontecer é estarmos perdidos em obter resultados para o crescimento da sociedade. Uma vez li um texto que remetia para um paradoxo curioso. Dizia mais ou menos isto: Queremos uma qualidade vida fantástica, então queremos parques e jardins relvados. Mas depois colocamos placas a dizer: "Proibido pisar a relva!"

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