domingo, 10 de julho de 2022

O Senhor é meu pastor



Raquel e Daniel - Menino Conhece Menina


[Coisas na vida de um padre] Isto de trabalharmos a profunda relação com Deus, em interioridade e fé, dá frutos. Ontem, a caminho da Missa Nova de Samuel Afonso, em Castelo Branco, eis que a viatura começa a gripar. Estava a 1 km de uma bomba de gasolina, na N3, por sua vez, a 11 km de Castelo Branco. Lentinha, consegui levá-la até a um lugar à sombra. Gosto de ir com tempo, não tanto para este tipo de imprevistos, que são raros, mas para os previstos: não conhecer o lugar e ter de procurar estacionamento, por exemplo. Estava a meia hora das 16h, o início da Missa: o meu foco. Pedi um táxi, que estava a demorar. Um casal de irlandeses apercebeu-se de algo e perguntou se precisava de ajuda.

- Preciso estar em Castelo Branco para uma Missa às 16h. Mas pedi um táxi.

- Se não chegar em 5 minutos, nós levamo-lo lá.

Assim foi. Às 15h55 estava à porta da Sé de Castelo Branco. Comentei na sacristia o acontecimento e um padre diz-me que tem um cunhado mecânico. 

- Falaremos depois da celebração.


A Missa foi muito bonita. A serenidade do Samuel, a celebrar no meio da sua gente, rodeado de família e amigos, tocava o ser. Eu desliguei do carro. Que adiantava? Aproveitei a serenidade, centrando-me no momento presente.


Depois da Missa, confirmado com o cunhado do padre que seria necessário reboque, volto à estação de serviço. Chamo o reboque. O senhor da estação veio dizer-me que o táxi apareceu quando estávamos a sair. Liguei-lhe, pedi muita desculpa, expliquei a situação e disse que pagaria a viagem. 

- Oh, senhor padre, compreendo. Reze por mim!

Entretanto, o pai do Samuel conhecia o senhor do reboque que facilitou tudo.

Ainda voltei para a festa.

Depois, houve generosa boleia de volta.

Cheguei a casa, passei pela capela e agradeci a serenidade, as vidas de tanta gente, em especial da Donna e do Martin, do taxista, do senhor do reboque, do cunhado do padre, do Samuel, do pai. Quando nos permitimos a luz, tudo flui, afinal “o Senhor é meu pastor, nada me falta”. 


P.S. - Se alguém de Castelo Branco conhecer a Donna e o Martin, o casal de irlandeses, diga-me, por favor. Com a pressa não trocámos contactos. Foram verdadeiros anjos. 


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