Paulo - Lovely Moments
[Notas soltas sobre paternidade espiritual] Acompanhar pessoas é dar-lhes vida. Não somos, nem é esse o lugar nem o propósito, salvadores. Mas, como padres, temos a grande responsabilidade de ajudar a que as outras pessoas tenham vida e a tenham em abundância. Escuto muitas histórias de vida. Grande parte das vezes, com partilhas de sofrimento, muito e de diferente género. Na ânsia da busca de alguma serenidade, resposta, orientação. Perguntam-me como aguento. Não há segredos:
- a oração. Entrego a Deus cada pessoa. Em recta intenção antes de cada conversa, peço-Lhe ajuda para saber o que dizer ou fazer. No final, coloco-a nas Sua mãos.
- a liberdade. A vida de cada pessoa não é a minha vida. Vivo a empatia da escuta: rir com os que riem, chorar com os que choram, como diz S. Paulo. Mas, são as vidas de cada pessoa, não a minha.
- a humildade. Quando não consigo, direcciono para quem possa orientar melhor. Quando sinto cansaço de alma, peço ajuda.
- o cuidar(-me). Preciso do meu tempo para rezar, descansar, ler, formar-me, fazer nada, estar com companheiros, família e amigos, dançar.
- a confiança. Quando sentimos e vivemos a nossa vocação, abandonamo-nos à confiança em Deus que chama. Há a força do Espírito que nos habita, a fortalecer o dom. No meu caso, ou de quem acompanha, da escuta, da compaixão, da assertividade, do silêncio orante.
- a alegria. Para acompanhar as sombras e dar luz é preciso deixar-se inebriar pelo desejo do Bom, Belo e Ajustado, como no final de cada dia da criação.
E se há coisa que me realiza na paternidade espiritual: ver a pessoa descobrir mais vida e alegria em Deus.
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